Terror: Estado de pavor, medo, susto.
Um vento gélido entrava pela janela de seu quarto, fazendo os pelos de seu corpo semi-molhados eriçarem-se. A cortina se levantava conforme as rajadas de vento adentravam no local. Enquanto passava a toalha pelo seu corpo, Constantine viajava em pensamentos. Sentada na cama, fitou o celular ao seu lado e lembrou-se de Jônatas.
- Melhor ligar. - Disse pegando o celular e deslizando pela lista de contato até a faixa clara parar no J. O toque de chamada tocou várias vezes até cair na caixa postal. - Que novidade você não carregar o celular.
Desistindo de tentar ligar, acabou de se trocar e levantou-se indo em direção a cômoda onde guardara dentro de uma caixa as fotos de sua mãe. Repassou rapidamente uma por uma tentando entender o ocorrido. Sentia uma vontade incontrolável de gritar para quem a pudesse ouvir as perguntas que rodeavam a sua mente. A maldade do tempo era inevitável e cada vez mais a aflição percorria o seu corpo, como se sentisse que alguma coisa ruim estava por acontecer. Guarda com desistência as fotos de sua mãe e decide se deitar, desta vez pretendendo chegar mais cedo ao trabalho para conversar com Jônatas. Claro que não iria agradecer pelo que fez, mas precisava saber quem era aquele outro amigo que a ajudara sem ao menos conhece-la.
Quando estava a pegar no sono, ouviu ruídos vindo do quarto de sua tia. Na primeira vez pensara que ela se levantara para ir ao banheiro ou coisa assim, mas o barulho persistiu, fazendo-a ficar incomodada. Levantou-se de sua cama e com cautela, abriu a porta de seu quarto, ficando tonta quando se deparou novamente com aquele cheiro amadeirado no ar. A sala que havia a sua frente estava escura por completo, fazendo-a seguir o caminho tateando com as mãos para não se esbarrar em nada. Chegando a porta de sua tia que ficava do outro lado da sala, Constantine se pôs a ouvir por de trás da porta com a intenção de descobrir o que eram os ruídos. Depois de muito silêncio, se convenceu a voltar para o quarto, parando instantaneamente quando ouve a porta dos fundos se fechar com força. Deu um pulo para atrás e por um instante perdeu os sentidos, não sabendo mais em que local da sala estava. Abaixou-se e sorrateiramente seguiu a procura de seu quarto. Dera apenas três engatinhadas ao chão quando esbarrou em algo sólido e que não se lembrava estar ali. Seu coração disparou, a respiração estava a falhar e assim decidiu ficar imóvel. Quando tomou coragem para forçar os olhos e tentar entender o que era, se deparou com uma face branca em contato com o seu braço. Correu para qualquer direção em busca de seu quarto. Trombou em uma parede e bateu a mão em um interruptor qualquer, fazendo toda a sala e o que estivesse ali ficar visível. Em minutos, Constantine não sabia o que sentia. Estava pálida e suava frio. Quando econtrou no meio da sala a macabra face que lhe encarara de súbito, quase dera risada.
- Uma cabeça de manequin? Que merda é essa? - Pensou alto.
- O quê está acontecendo querida? Está tarde, vá dormir! - Celina abrira a porta após a claridade se instalar no cômodo.
- Eu ouvi ruídos e decidi me levantar. O que é aquilo? Quase me matou de susto quando esbarrei no chão. - Disse apontando para a cabeça de manequin a sua frente.
- Ruídos? Bem..isso é o que parece ser querida. Eu a comprei para decorar a sala.
- Decorar a sala? Uma cabeça de manequin? Tia..
- O quê tem de errado nisso? - Celina fazia agora uma cara de transtorno e indiferença, o que fez com que Constantine não perguntasse mais sobre.
- Eu também ouvi a porta dos fundos bater.
- É mesmo? - Disse com uma expressão de dúvida.
- Sim.
- Pois fique aqui. Eu vou verificar. - Cortou o caminho pela sala e entrou no pequeno corredor que passava pela cozinha e se estendia até a porta da lavanderia.

YOU ARE READING
Baby Face
Mystery / Thriller"... É indescritível como pode ser a vida de um ser vazio, afinal, não havia nada para poder descreve-lo. Uma alma fria que deseja corpos quentes para satisfazer o seu desejo sujo. Sujo, imundo. Ele gostava disso. Com movimentos leves ele cortava a...