Aflição

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Aflição: Agonia, mágoa, tristeza, dor. Ato de ansiedade, preocupação.

O táxi chegara por volta dás 1hr35m da manhã em frente ao grande prédio do bairro de Mochifild. Descendo às pressas, nem deu importância ao troco do dinheiro que dera ao motorista. Ainda estava extasiada pelos acontecimentos recentes e tentava organizar em uma lista frajuta, quais seriam as suas desculpas para com sua tia.

Primeiro: Tia, eu não sei como...bem, entraram no apartamento e reviraram tudo. Depois eu fui para o trabalho bem atrasada e acho que...

Droga. Não posso citar esse cheiro amadeirado que invadira os meus sentidos. Minha tia vai achar que surtei.

...acho que minha pressão caiu e eu acabei desmaiando. Jônatas e um amigo me levaram para o hospital mas eu já fui liberada e aqui estou..

Enquanto refletia sobre as várias reações que sua tia poderia ter, subia rapidamente as escadas em uma repentina espiral que a deixou tonta.
Sem fôlego e com os sentidos fracos, percebera um leve arrependimento por não ter tomado todo o soro quando estava no hospital, pois agora de fato sua pressão estava à cair. Chegou ao 5° andar onde ficava o seu apartamento e parou em frente ao 361. Um som alto de televisão ultrapassava a porta. Tia Celina chegou.

Rodou a maçaneta.

Ficou perplexa. A casa estava impecável. Tia Celina andava de um lado para o outro organizando alguns detalhes imperceptíveis e ainda não notara a sua presença.

- Tia? - Constantine estava pálida. Ja havia esquecido por completo toda aquela lista de explicações que fez a 20 minutos atrás.

- Nossa....querida, é você! Me assustou! Há quanto tempo está aí parada?

- Na verdade eu...acabei de chegar. Tia, sobre a casa eu..

- Não se preocupe querida. Uma festinha as vezes é bom. Como foi o seu dia? - Falou, indo em direção ao balcão de mármore.

O cérebro de Constantine trabalhava sem parar para formular o que acabara de ouvir. Sua tia achara que ela tinha dado uma festa em seu apartamento quando na verdade ele fora invadido e ainda haviam aquelas fotos de sua mãe que precisara mostrar.

- Tia, tenho algo para lhe mostrar. Eu..encontrei em meu quarto ontem a noite enquanto...quando fui escolher uma roupa para a festa e..

- Querida, pode me mostrar amanhã? - Celina adicionava três pedras pequenas em seu copo com o forte Whisky Portinieê. - Estou cansada. Tive alguns problemas durante o dia e já estava indo me deitar se não se importa.

- Claro. Tudo bem, eu..vou tomar um banho.

- Tudo bem. - Depositou um beijo em sua testa. - Durma com os anjos, meu bem.

Você também, tia. Celina ja havia se trancado em seu quarto e mais uma vez Constantine estava ali, sozinha. Exausta e confusa. É, preciso mesmo de um banho.

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- Cara, tem certeza disso? Tipo, se você quiser, eu acabei de lembrar de um barzinho no centro que abre dias de semana. - Jônatas encarava Thomas no banco do passageiro.

- Para de ser medroso, Jônatas. - Mallú acompanhava os dois no banco traseiro do carro. - Aliás, eu e Jym não viemos aqui atoa. Quero muito conhecer essa tal de Madhouse. - Disse, com um olhar malicioso voltado para Jônatas.

- É Jônatas! - Reforçou Jym.

- Prestem atenção. Nas mochilas eu tenho apenas dois faróis que funcionam, então vamos ter que nos dividir. - Disse Thomas, entregando um farol para Jônatas e ficando com o outro para si. - Jym está com o celular carregado, portanto ficará com Jônatas que esta sem celular, para poder-mos nos encontrar e ir embora depois.

Baby FaceWhere stories live. Discover now