Capitulo 2 Juliana

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Esfreguei a minha mão no rosto tentando aliviar aquele estresse que estava, porque queria ir comer com os meus amigos e agora meu supervisor havia me parado no meio do caminho para contar uma piada?

— Não tenho ideia Carlos, por que será que ele fez isso?— respirei fundo controlando a vontade de socar ele.

— Porque ele precisava de alguém que soubesse ouvir sem o interromper! —gargalhou sozinho de sua piada sem graça.

— Outra piada que inventou sozinho?

— Como descobriu?

— Porque se tivesse graça não teria sido você que a teria escrito — escutei algumas risadas em volta de mim, pelo jeito alguém deve ter escutado a nossa conversa.

— Qual é Juliana, eu tento sempre evoluir, não precisa ser assim comigo. Por que está tão ranzinza?

— Fome — informei entre os dentes e apontei para o refeitório e depois olhando para o meu relógio vendo que estava perdendo o meu tempo precioso de folga para discutir sobre piadas sem graça.

— Beleza, vá comer, quando voltar eu voltar uma melhor pra você, pode ser?

— Gostei agora. Então posso ficar por lá até encontrar uma piada boa, é isso? — perguntei sorrindo e dando alguns passos para longe dele e na direção do refeitório.

— Como assim? Não entendi...Espera, Juliana!

Acabo rindo quando finalmente ele compreende o que eu estava dizendo e aumento meus passos para longe dele, porque queria muito ir encontrar meus amigos, a fome nem era tanto, todavia conversar era a parte mais importante de todas. Continuo a caminhar para sair do local onde aconteciam os atendimentos.

— Não invente de ficar lá até eu ter... — sua voz morreu no meio do caminho, porque caso a terminasse iria admitir que era péssimo em criar piadas e ri com aquilo.

— Não se preocupe Carlos, eu volto e estaria de ouvidos abertos para você — sumo dobrando um corredor.

Passo numa maquina e compro um sanduíche e vejo dois braços balançando no final do refeitório, eram os meus amigos. Aumento as passadas e vou mastigando o sanduiche pelo caminho, porque o meu tempo era curto para perder qualquer minuto sem fazer nada.

— Por que demorou tanto? — Eliria limpando a boca num guardanapo.

— Cliente querendo explicação para cancelar um plano e depois o Carlos com suas piadas sem graça — sentei na cadeira na frente dela e dei uma mordida no sanduiche.

— Por que não a encaminhou logo para o setor de cancelamento? — meu colega Fabricio comendo um brigadeiro e tomando refrigerante depois que deu uma mordida no doce.

— Você sabe que a Ju é assim com todo mundo Fabricio, ela é viciada em ajudar, que nem com o Carlos, é a única que atura as piadas dele.

— Mas não tem como aturar aquelas coisas sem graça, ele nunca acerta uma.

— Olha quem falando Fabricio, por que não para de comprar esse brigadeiro ruim? — pergunto dando uma mordida no meu sanduíche.

— Porque eu não...

— Porque ele não consegue conversar com a moça que o vende sem ter que comprar um — Eliria gargalhando.

— Engraçadinha, e quanto ao caso com o Elvis todo mundo já esqueceu do assunto? — sussurrou Fabricio fechando os olhos para dar a última mordida no doce e virando o refrigerante rapidamente dentro da boca dele engolindo como se tudo fosse ruim.

O assunto Elvis era algo que precisávamos conversar em tom baixo, porque havia muitos atendentes por ali que pertenciam a equipe dele e por ele ser um cara legal, com certeza sairiam correndo para contar para ele sobre a fofoca.

— Xii, fala mais baixo esse assunto. Já resolvemos, mas ainda ninguém tem ideia quem foi que aprontou com ele — sussurrei, olhei para os lados e controlei a risada e acabei me engasgando com a comida que estava mastigando.

— Isso tudo para ter uma movimentação por aqui, não é Juliana? Você sai de zero a cem muito rápido — Eliria rindo.

— Eitcha, essa eu não entendi.

— Garota, você gosta de emoção, mas quando está em atendimento é bem tranquila, entendeu? Como consegue isso? — Fabricio levantando, cutucou Eliria no ombro que olhava para uma direção no refeitório que quando segui seu olhar, Elvis havia surgido com sua roupa costumeira, jeans, camisa de manga longa e cabelo sempre penteado para trás com gel.

— Será que a mãe dele colocou esse nome por ser parecido com o cantor de rock? — Eliria soltando um suspiro. Nós conhecíamos o seu amor platônico por ele.

— Por isso que tentei aquilo de ficar trocando cartinhas no quadro de avisos, vai que desse certo alguma e ele respondesse? Mas o tapado o que fez? Só ignorou e contou para a equipe inteira dele — sussurrei de boca cheia. — Não teria como a mãe dele saber que ficaria parecido, só se ela é fã, aí de tanto ele ouvir e ver posters em casa do cara resolveu seguir na mesma vibe, ta ligada? — Continuei no mesmo tom de voz.

— Pode ser, pode ser — Eliria ainda observando Elvis caminhar pelo refeitório e cumprimentar alguns colegas seus supervisores. Fabricio a cutucou no ombro, como ela não virou para ele, puxou o ombro dela e apontou para o relógio. — Gente, vamos, se não vamos logar atrasados. Até depois Ju, conversamos mais depois.

— Uhum, com certeza e quanto ao cantor de rock? — apontei com os olhos para Elvis.

— Para com isso garota.

— Mas sabe que estou sempre junto com você, não é? Não importa suas escolhas.

— Sei disso. Tchau, até mais.

Os dois sumiram pelo corredor conversando. Estiquei minhas pernas de baixo da mesa e joguei o corpo para trás e apoiei a cabeça no encosto da cadeira enquanto encarava o teto, fecho olhos e continuo a comer meu sanduíche. Sinto alguém do meu lado e abro os olhos vendo Elvis parado ali me encarando.

— Eu queria ter uma conversa particular para esclarecer sobre o A não fechado no quadro de avisos.

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Quando trombei em vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora