Capítulo 5 Juliana

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Já tinha fechado os olhos e estava quase pegando no sono, quando ouvi minha cadela começar a latir de um jeito estranho, aquilo me despertou completamente do sono e me sentei na cama, pois ela estava grávida.

— Juju! A Laila está ganhando os filhotes, vem logo aqui — minha avó gritando de alguma parte da casa.

— Já estou indo vovó — levantei rápido demais e cai sentada na cama de volta. Levantei, coloquei meus chinelos. Fui para a cozinha passando pelo quarto da minha avó.

Quando apareci na porta me deparei com a minha cadela pitbull branca com manchas marrons encolhida num canto, como muita água em volta dela e minha avó pegando alguns panos para limpar aquela sujeira toda na área. O apartamento não era muito grande, mas para nós três era de bom tamanho, por ser aqueles antigos possuía um banheiro gigante que dava para instalar uma banheira, mas minha vó teria problema de entrar e sair sempre, como ela gostava ainda de ter sua independência tirei da cabeça a ideia quando me mudei para morar com ela quando tinha doze anos.

— Laila caramba! Justo hoje, você resolve me dar esse presente — entrei na cozinha, arregacei as calças para cima, tirei os tênis que não tinha tirado ainda, as meias, me abaixei perto de minha cadela e a ajudei a ganhar os filhotes.

Depois que minha cachorra ganhou todos os filhotes, saí e comprei comida apropriada, repleta de vitaminas, a ração estava com um preço muito caro, mas para minha cadela era necessário, pois com ajuda daquela ração conseguiria repor as energias e fornecer um leite mais saudável. Olhei no relógio e já eram quase dez horas, fiquei tão envolvida com minha cachorra que perdi a noção do horário.

— Que saco! – Saí da cozinha, passei no banheiro, lavei as mãos e fui até o quarto de minha avó. — Vovó, vou dar uma banda esta noite, está bem? Não sei que horas vou voltar, então não fique me esperando, ouviu?— na porta do quarto de minha avó.

— Juju e seu serviço? Vai chegar cansada nele amanhã — minha avó deitada na cama assistindo a novela.

Bufei com a lembrança que estava desempregada. Respirei fundo para aquela dor não me dominar e sorri.

— De boas vovó. Sabe que um dia saindo eu fico bem.

— Tudo bem Juju, só não volta muito tarde e toma cuidado.

— Sim vovó, eu sempre tomo. Tu sabe disso.

— Sei sim, mas sei também que às vezes volta bêbada e é muito perigoso uma moça como você andando na rua sozinha e desajuizada da cabeça e...

— Vovó, eu vou estar dirigindo, não tem como eu beber, sabe disso.

— Apenas avisando minha neta, a última vez você chegou em casa bêbada e sendo carregada por pessoas estranhas.

— Para vovó, isso foi uma única vez e foi os amigos do tio Carlos, você os conhece.

— Eu não vou com a cara daquela gente de quepe — minha vó cruzando os braços e fazendo beiço. Acabei não aguentando aquela cena toda dela, poderia estar atrasada, mas ver uma senhora de oitenta anos fazendo birra era fofo demais. Entrei em seu quarto e lhe dei um beijo na testa fazendo um carinho em sua cabeça.

— Te amo vó. Não se preocupe, aquela foi a última vez que vim para casa bêbada. Prometo.

— Promete Juju?

— Sim — sorri, lhe dando um beijo em cada mão e sai do quarto.

Entrei no meu quarto e troquei a roupa aos tropeços para não chegar atrasada no local, já que não tinha ideia do que poderia esperar por lá. Coloquei uma calça camuflada entre verde e preto, uma blusa preta e uma corrente prata com um coração como pingente e uma bota de cano curto preta com salto baixo, arrumei o cabelo fazendo uma trança boxeadora, que mesmo tendo o cabelo até os ombros ficou perfeita.

Quando trombei em vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora