Começaram a chegar mais carros, tinha uns que pareciam não ser muito potentes, mas todos tinham mais que 1.6 que o meu carro. A garota que estava com Heck, se posicionou na frente dos carros e levantou as mãos, contou até três e baixou-as e todos os carros saíram em disparada, menos eu, que depois de alguns segundos sai em disparada.
Estava em último lugar, quando alcancei a esquina. Acelerei mais e alcancei os outros carros. Eu tinha um trunfo na manga, dois na verdade, um é que justo aquela zona já havia passeado com o meu pai quando era menor e havia gravado muito das ruas e alguns becos que poderia cortar caminho e segundo era o bolinha com o que acontecia de baixo do seu capô em alta velocidade. Quando cheguei em primeiro lugar o pirulito que estava na boca de Heck caiu no chão. Sorri com aquilo. Não mandei achar que eu era apenas um "anjinho" como me chamou algumas vezes.
Ele fez questão de entregar pessoalmente o prêmio para mim, um bolinho de notas de cem. Desci do carro para poder pegar o dinheiro.
— Como conseguiu chegar em primeiro lugar? Se existiam carros com muito mais potência que o seu?— Heck depositando o valor na minha mão, mas não soltou.
— Foi sorte, eu acho, sei lá. Só acelerei e segui as plaquinhas — sorri mostrando todos os dentes e puxando a pilha da mão dele e enfiando no bolso de trás da calça.— E agora vai me deixar pegar a minha aposta?
— Claro — erguendo uma sobrancelha, abrindo outro pirulito e enfiando na boca. Ele devia ter alguma tara por estar sempre com aquela coisa na boca, porque mesmo depois de ter perdido um colocou outro em seguida— Me siga até a loja.
— Eba! — entrei no carro e segui Heck bem devagar e estacionei o carro na frente da loja.
Desci do carro e vi alguns homens me olhando estranho com os braços cruzados. Controlei a vontade de sorrir, porque acharam que eu não conseguiria vencer aquela corrida.
— Onde está a estante para escolher o conjunto de rodas?
— Heck! Heck! Cana na área!— um rapaz vindo correndo de dentro da loja de Heck.
— Droga! Tu, coloca o carro pra dentro da loja e rápido mina — Heck entrando na loja correndo.
Entrei no carro e o coloquei pra dentro da loja. No instante que entrei na loja a música parou e todos os carros que estavam na rua começaram a sair às pressas e as pessoas que estavam por lá também. Alguns minutos depois, não tinha mais ninguém na rua. A porta da loja fechou, tudo ficou escuro lá dentro e as luzes se acenderam no mesmo instante. Então pude notar que não era só uma loja qualquer, era também uma mecânica, com vários apetrechos para tudo que era lado e alguns carros suspensos em elevadores. Desci do carro.
— Ei, tem alguém aí?
— Tem sim, teria como o meu mecânico dar uma olhada no seu carro, porque suspeito que você burlou as regras e de algum jeito conseguiu roubar?— Heck parando na minha frente com os braços cruzados com a tranqueira do pirulito ali sacudindo de um lado para o outro. A vontade era puxar aquilo com força da boca dele e atirar longe.
— Como assim roubei? Ele tem apenas o 1.6 que está na lataria — acabei perdendo a cabeça com a desconfiança, sai do papel de desentendida e acabei alterando um pouco a voz.
— Olha, pra alguém que não tem nada pra esconder, essa sua irritação está estranha — Heck erguendo uma sobrancelha. — Então, faça o favor de abrir o capô por bem, ninguém aqui está brigando com você. Estamos tudo sussas, não é?— ele olhou para o lado para confirmar com o mesmo rapaz que havia se incomodado com a demora da conversa de nós dois.
— Isso aí, na moral mesmo mina, abre isso aí na boa — O rapaz chegando perto do meu carro e fiquei o cuidando com os olhos.
Contudo, fiquei com medo deles quererem roubar meu carro, já que estava em menor número e não estava afim de usar uma tática mais agressiva. Então olhei em volta da garagem e tive uma ideia, de outra forma de abordar o chefe do local. Desviaria sua atenção do meu carro.
— Hum... cadê aquela garota que estava com você?
— Por que quer saber?— Heck dando um passo na minha direção supondo que ganharia algo interessante com a conversa.
— Curiosidade mesmo, ela não participa depois que você fecha a loja?
— Por enquanto não, só depois quando tudo por aqui ficar calmo que ela é interessante.
— Hum que coisa. Cadê o seu mecânico então?— estiquei o pescoço e procurando algum mecânico gordo, repleto de graxa com uma fisionomia horrível pelo local, pois era a aparência em que estava acostumada a encontrar.
— Coloque o seu carro naquele elevador ali, para ele poder dar uma olhada — Heck apontando com a mão para o elevador sem tirar os olhos de mim.
— Ok, mas já te falei que não roubei, porque se tivesse dinheiro para colocar algo no carro e esconder, teria que ter muito dinheiro e com muito dinheiro eu teria tunado ele, não achas? — entrei no carro e dirigi até o tal elevador que Heck indicou.
— Óbvio que não, só estou impressionado que um gol bolinha ganhou de um camaro. Enquanto o mecânico olha o seu carro, vamos ver as rodas que você quer, sabe quanto ganhou nessa corrida? — Heck me seguindo e esperou eu descer do carro para perguntar.
— Não tenho a mínima ideia. Só que pensei melhor, eu não vou gastar todo ele, vou guardar um pouco, mas você sabe quanto ganhei?
— Claro que sei. Depois que o seu carro apareceu lá as apostas aumentaram muito. No início o vencedor iria levar uns R$ 6 mil reais e depois passou para R$ 12 mil reais. Só que a aposta foi as rodas a baixo custo lembra? Por que a mudança?
— Nossa, subestimaram nós, né bolinha? — olhei em direção do meu carro e depois para Heck que me olhava com uma sobrancelha erguida. — O que foi?
— Nada não, cada louco com sua mania.
— Hum, sabe que saquei uma coisa, um jogo de rodas aqui vale bem mais que o valor que ganhei, mesmo no preço de custo, não é?
— Saca rápido as coisas hein, mina.
— Fazer o quê? Não sou empacotadora, mas saco rápido. Acho que não vou comprar rodas, acho que vou querer aquelas abinhas que ficam atrás dos carros, sabe qual é?
— Abinhas? — torcendo de leve a cabeça, depois a boca e controlou a vontade de rir.
— É, que nem aquele mustang que perdeu de mim tinha na parte traseira.
— Ah sei, os aerofólios. Sei e daí?
— Queria um que tivesse luzinhas, sabe e...
— Pode parar, eu não vou fazer nenhum negócio contigo até o mecânico dar um parecer desse teu fajuto ai.
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Quando trombei em você
Roman d'amourJuliana depois de perder o emprego se mete numa corrida clandestina com seu carro que possui modificações nada comuns para a corrida que fará e quando Heck descobre as coisas complicam e sua noite começa a ter muita confusão e ação, até mesmo tendo...