Vidas Contadas

Casa 222

Antes de dormir Ana coloca seus fones de ouvido, e coloca no modo aleatório suas músicas...

O cantor ainda não começou, mas, Ana sabe qual música é... Seu coração parece acompanhar o ritmo da canção, até que a letra começa:

"Am I wrong for thinking out of the box -Estou errado por pensar fora da caixa 

From where I stay? - onde eu estava?

Am I wrong for saying that I choose another way? - Estou errado por dizer que escolhi um outro caminho?

I ain't trying to do what everybody else's doing - Não estou tentando fazer o que todo mundo está fazendo

Just 'cause everybody's doing what they all do - Só porque todo mundo está fazendo o que todos eles todos fazem

If one thing I know, I'll fall but I'll grow - Se tem uma coisa que eu sei, eu vou cair, mas eu vou crescer

I'm walking down this road of mine - Eu estou andando na minha estrada,

This road that I call home - Esta estrada que eu chamo de casa"

É quase instantâneo quando seus olhos se fecham e o sorriso brota em seus lábios.

"...De repente ela está lá, em um lugar alto, vendo a sua cidade de cima, as luzes pequenas se espalham a sua frente como se fosse um tapete, e quando olha para o céu, lá estão as estrelas e a lua iluminando mais uma noite.

Mas, o mais encantador, é quando ela olha para seu lado e vê os lindos olhos que brilham, bem ali a sua frente... Um frio na barriga e um arrepio percorre o seu corpo, é algo que ela não pode evitar. O sorriso na boca dos dois comprova o quanto é especial aquele momento.

Ele pega uma das mechas dos cabelos de Ana e coloca atrás de sua orelha, passando os dedos sobre a bochecha dela, enquanto a música toca...

"So am I wrong? - Então, estou errado?

For thinking that we could be something for real? - Por pensar que nós podemos ser algo de verdade?

Now am I wrong? - Agora estou errado?

For trying to reach the things that I can't see? - Por tentar alcançar coisas que eu não posso ver?

But that's just how I feel - Mas é assim que eu me sinto

That's just how I feel - É assim que eu me sinto

That's just how I feel - É assim que eu me sinto

Trying to reach the things that I can't see - Tentando alcançar coisas que eu não posso ver"

Desde o primeiro momento em que o viu, foi algo diferente, e quando começaram a conversar, o seu mundo mudou, ficou de pernas para o ar, literalmente. Mas, até este momento, tudo esta sendo incrível. 

Esse moço lindo a sua frente, é realmente incrível. Esse sorriso, com pequenas covinhas, tiram o seu ar. Ele chega mais perto, e ela se aproxima ainda mais, diminuindo a distância que existe, e então aos poucos ele chega mais perto e captura os lábios dela, reivindicando para si, e ela se entrega à ele, como se nada existesse, como se não houvesse mais nada a não ser aquele momento. Ana aprofunda o beijo e agora é a vez dele se entregar à ela, e assim o faz. Aquele beijo parece congelar tudo, e apenas aquecer os dois.

O calor entre eles aumenta até que ele diz:

- Vamos para o banco de trás?

Ana apenas concorda com a cabeça, e começa a tirar suas sandálias, a sensação que percorre o seu corpo é inexplicável, mas, é algo que realmente deixa ela encantada cada vez mais por esse moço, suas mãos meio trêmulas encontram o fecho da sandália e ela desabotoa uma por vez, e então vai para  trás, assim que se acomodam, não existe mais nenhuma distância entre os dois, boca, corpos, e mente estão juntos ali... É algo mais forte, além de uma simples atração física, ou sexual, Ana sente necessidade e prazer de se entregar a ele, ela não faz miníma ideia do que está passando na cabeça dele, mas, até hoje ele tem sido um príncipe para ela, o que fazia não se importar com o depois, com o amanhã, ela só precisava viver o agora, e tinha que ser do lado dele.

Ele por sua vez, era encantado pela doçura de Ana, essa menina que lhe causava calor apenas pelo olhar, e pelo modo que morde sem querer os próprios lábios, a menina que fazia com que ele quisesse cada vez mais, cada dia juntos era uma loucura, um prazer diferente, ela era única, cheia de perfeição dentro dos seus defeitos, mas, é o que há faz real, porque tudo aquilo parece um sonho.

Podia até ser um sonho, uma loucura, um devaneio, e uma utopia, mas, eles, estavam vivendo... Juntos! Eles precisavam daquilo, para se sentirem vivos! Para sentirem o sabor de um amor desconhecido, intenso, sem limites, restrições, barreiras, preconceitos, um sentimento sincero, que veio de algum lugar, e uniu os dois, até quem via os dois se olhando na rua, ou em qualquer outro lugar, mesmo que eles tivessem longe, mas, se seus olhos cruzassem, todos sentiam que ali havia algo diferente.

Após mais um beijo, os olhos deles se abrem e parecem luas, brilhando, tanto o olhar dela, quanto, o dele. Suas mãos percorriam o corpo um do outro, suas roupas já estavam espalhadas por algum canto do carro dele, e seus corpo estavam ali expostos, cansados e suados do prazer, mas, não era um simples prazer, era o prazer, de estarem juntos, compartilhando daquele momento, daquele amor..."

Ana abre os olhos, e percebe que a música já havia acabado, suas doces lembranças, faziam perder a noção do tempo.

Ela abre a foto dele, que toma conta da sua tela do celular.

"Onde será que ele está? Será que está sentindo minha falta? Será que ainda lembra de mim? Ah!... Em pouco tempo foram tantas coisas... Foi tão intenso que eu mau consigo acreditar que realmente existiu... Que foi real. Você parece o meu melhor sonho. Eu só... Só... Queria que realmente fosse três pontos. Meu mocinho lindo."