Capítulo 1 -Lana

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Era tarde da noite, eu me levantei da cama cautelosamente, para não acordar as garotas.

Andei com cuidado até a porta, que rangeu um pouco quando eu a abri.

Sabia que era errado, mas continuei andando descalça depois das duas da manhã, que era bem depois do toque de recolher.

Depois de andar muito achei um jardim, era lindo! Tinha roseiras e muitas árvores,até um gazebo de madeira!

Aqueci meus braços, descobertos, e sentei nos pequenos degraus.

-Ei, quem é você? -Um garoto perguntou sentando ao meu lado, era o mesmo que vi de manhã.

Percebi que o mesmo segurava um caderno e um estojo.

-Quem é você?  -Falei.

-Sou Henri.

-Lana.

-O que faz aqui?

-Eu não tenho ideia, eu acabei topando com esse lugar; e você?

-Tédio.

Eu sorri.

-O que fez para vir parar aqui?

-Brigas. Uma garota me chamou de  "cabeça de cenoura" e eu soquei o nariz dela.

Ele soltou uma gargalhada baixa e olhou a lua, cheia.

-E você? -Perguntei enquanto ele passava a mão pelo meu cabelo.

-Meus pais me subornaram... -Ele falou ainda mexendo no meu cabelo.

-Com que? -Arregalei os olhos.

-Livros. Com quinze livros,  eu só teria que vir para cá.

-Uau, teria aceitado sem pestenejar -Dei um sorriso.

-Foi isso que eu fiz.

Ele bocejou, e eu também.

-Estou ficando com sono -Falei.

Tinha que voltar para o quarto, porém o sono falou mais alto.

Encostei minha cabeça numa parte do gazebo e acabei adormecendo ali.

-Lana? -Ouvi alguém me chamar.

-Henri? -Resmunguei.

-São quatro da manhã, temos que ir para nossos dormitórios.

Eu estava deitada no canto do gazebo, encolhida. E Henri, estava do meu lado.

Eu me levantei meio tonta, porém, Henri me ajudou.

-Cuidado! -Ele sussurrou e me puxou para trás.

-O que houve? -Digo prestando atenção em volta.

-Os coordenadores da escola rondam por aqui pegando pessoas saindo de seus dormitórios.

-O que? Por que?

-Eu não tenho ideia, porém se nos pegarem aqui, temos uma semana para lavar pratos na cozinha, e detenção.

Olhei para os lados e ele pegou minha mão e me puxou para a escada de emergência.

Meu quarto era no quinto andar.

-Onde é o dormitório masculino, Henri? -Perguntei com dificuldade de respirar.

-No prédio ao lado -Falou entre suspiros.

-Mais por que veio até aqui?

Estavámos no quarto andar quando ele se sentou no degrau e respirou fundo, por fim ele respondeu:

-O jardim, é o melhor lugar para desenhar.

-Você desenha? -Indaguei apoiando na parede.

Ele assentiu.

-Eu poderia... -Falei apontando para o caderno.

-Claro.

Ele entregou-o na minha mão. Folheei as páginas observando suas obras primas.

-São lindas -Falei entregando o mesmo para ele.

-Posso te desenhar?

Lana e HenriOnde histórias criam vida. Descubra agora