capítulo 10

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Esqueci que hoje seria uma reunião geral. Quando chegamos eu e Max nos sentamos logo no fundo, apesar de termos muitos amigos não estávamos sempre com eles. Não vi Liz, mas para quê ligar para ela, minhas obrigações estavam acabando. Só mais um ano de escola, e como os pais de Liz e Bohn vão para a capital não terei que os suportar. O Sr. Wintersson chegou.

-Bom dia - ele fez uma pausa e pós os seus ficheiros no púlpito- Devido as condições do inverno, muitos pais vem pedindo despensa para seus filho- alguns alunos estavam tipo "viu eu ganhei"- E depois de conversar muito com o conselhos e com a diretoria geral da capital decidimos que as aulas continuaram - Começaram a vaiar-lo.

As vaias seguiram se por pouco tempo até que ele pode dar continuidade a reunião.

- Porém uma classe ganhou o privilégio de uma viajem de uma semana para o sul. -O sul não estava sendo habitado a muito tempo devido a tentativa de produzir alimentos, poucas pessoas vivem lá.

Todos os observavam calados.

-E vocês irão com os alunos da Indian Complementary Schol - Ah não a escola de riquinhos da capital. - Muito obrigado. Ah já ia me esquecendo, alunos que constam no 1° ano A e B vocês TODOS, exceto Lizandra Watsson e Bohn Mendéz, devem aparecer aqui amanhã para preencher formulários e depois na semana que vem com as malas prontas.

-Ah não, porra tem que ser esses riquinhos?

- Mas nós já vamos com os riquinhos da nossa sala, não faz tanta diferença.- Max parecia está de acordo com a viagem.

- Ah faz, eles são MUITO mais esnobes.

- Como você sabe, dê chance a eles, nós achávamos que todos eram esnobes, mas Ka nós achamos o Cal, a Mary, a Ilene, o Bob e o Adam.

- Mas eles são legais os outros não, que tipo de pessoa vive uma vida confortável cheia de lazeres, em quanto outros milhares morrem de fome ou vão para a guerra só para eles terem mais comida?

- Ka o mundo não é perfeito, talvez alguns não querem que seja assim.

- Não Max eles não ligam para ninguém, por isso ainda lutamos na porcaria da guerra, porque eles não ligam se alguém vai morrer ou não, eles não se importam, não mandam seus filhos para a guerra ou coisa do tipo, só esperam nós morremos e mandam alguém mais jovem para nos substituir.

-Mas você não pode julgar nenhum deles.

-Eu posso sim.

-Mas ter nascido em uma classe social diferente da sua não pode transformar ninguém uma pessoas desprezível.

-Pode sim, os pais deles são os culpados pela guerra.

-É pensei que você não fosse que nem alguns deles.

-Mas eu não sou.

-Você está julgando a pessoa pelo seu status social.

-Mas é diferente, não dá para confiar neles, são traiçoeiros.

-Ah não dá para confiar neles? Mas em um qualquer que aparece na rua e te oferece ajuda dá.

-Ele te salvou.

-Não Kara, ele te ajudou. Aquele Motorista já tava lá quando passamos ele só te ajudou a me levar para merda do carro. Vocês acharam que eu estava desmaiado né? Ótima hora para flertar.

-Não fale assim do Théo.

-Você pode falar dos alunos da capital mas eu não posso falar do ladrãozinho.

-ELE NÃO É LADRÃO!!!- Não sei o que me veio a cabeça.

-E o que você sabe sobre ele? O mesmo que sabemos sobre os Nobres. Nada!

-Mas...

-Sem mas. Você viu as roupas dele Kara, sabe que um médio não veste roupas assim, muito menos um inconsolável. Sabe que aquela roupa era simples demais para ser de um nobre, mas limpa demais para ser de um pobre.

-Era melhor eu ter te deixado lá para morrer!! -Eu falei isso para o meu melhor amigo/irmão?

Max não falou nada, ele simplesmente saiu.

-Merda! -Chutei a cadeira de plástico (Foi no pátio mesmo porque o auditório estava sem aquecedor) que caiu e quebrou.
Tentei passar direto por Adam, mas ele veio atrás de mim, o que eu menos queria era ter que explicar para alguém o que aconteceu :

- Kara espera... -Adam não tinha o mesmo porte de atleta como Max, mas me alcançou mesmo assim - Meu Deus o que aconteceu por que você está chorando? Por que Max passou com raiva? Vocês brigaram? O que aconteceu para vocês brigarem? Kara o que aconteceu? vocês nunca brigaram antes.

- Nada, Você sabe para onde ele foi? -Eu não queria encontrar ele, então iria para um lugar contrário. - Não quero ir para o mesmo lugar que ele for.

- Não ele passou direto por mim e só me disse para não atrás dele e ir falar com você , por que você não quer o ver?

- Nada... Ok se você souber onde ele tá, qualquer coisa é para me ligar.

Quando cheguei ao orfanato perguntei a Lucy, uma menina baixinha que usava óculos se havia visto Max ( Ela é apaixonada por ele desde que chegou no orfanato, mas ele não sabe, e sinceramente eu não quero me meter nessa história) ela disse que não.

Subi para o meu quarto, vi que ele havia passado aqui, tinha vários suéteres em cima de sua cama, e seu casaco preferido (que eu comprei, um casaco azul escuro com botões dourados e ia até a altura de sua canela) não estava mais lá no quarto.
Eu ainda estava chorando. Fiquei mexendo nos seus livros havia um que ele havia grifado.

"Talvez o destino nos reserve algo..."

Peguei o livro e guardei em minhas coisas, continuei revirando seus livros e em um havia uma frase que me chamou muita atenção:

"Alguns amigos se vão como a neve no verão lentamente, já outros se vão como vem um furacão rápido e subitamente deixando surpresos os que ali estavam..."

Ele é a única pessoa que tenho como deixei ele sair daquele pátio sem mais nem menos. Nossa briga tinha sido o furacão .Achei seu cofre que estava trancado, já o vi tirar dinheiro desse cofre várias vezes, mas ele nunca o deixava trancado por que estaria agora.

Jardim Negro (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now