capítulo 17

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-Kara você vai se atrasar para o café. -Mary disse me jogando uma calça jeans sem eu ao menos ter acordado direito.

-Não tô com fome, to com sono.

-Kara você tem que ir. -Julie disse arrumando o cabelo no gorro.

-Tá, mais podem ir na frente que eu ainda vou me arrumar. -As três saíram.

Me arrumei rápido e vesti uma calça jeans rasgada no joelho, uma blusa de uma banda antiga e calçei uma bota.

-Peraí- Me prenderam em um corredor vazio.

-ME SOLTA! - Eu comecei a bater.

-Calma Kara, eu só quero que faça uma coisa para mim.

-Você quer o quê? Me deixa em paz.

-Silêncio, órfã convencida.

-Não fale que eu sou órfã com tanto desdém.

-Todos sabem Kara, todos a desprezam.

-Você é muito cheia de si mesmo né?

-Como assim.

-Esse seu cérebro de vento não deve lembrar que eu não sou a única órfã.

-Cala a Boca.

-Como todos agiriam ao saber que você é Adotada?

-Você não ousaria.

-Aqui vamos à uma história, era uma vez uma mulher que tinha um trabalho um pouco sujo...

-Cala a Boca, eu que falo aqui.

-Diga-me o que quer e eu contarei minha história depois.

-Todos perceberam que você estava de papinho com as princesas ontem, eis que nós, outras garotas, nos sentimos ameaçadas e pacificamente pedimos que você insulte as princesas e seja mandada embora. Afinal todas queremos morar no castelo.

-Vou pensar na sua proposta, agora é minha vez, voltando...

-Chega.

-Você vai me ouvir, ou eu conto à alguém.

-Tá. - Ela bufou.

-Essa mulher era extremamente bonita, porém pobre e quando teve uma filha não a pode criar. -Ela estava chorando. -Então ela deixou a garotinha em um orfanato, e lhe escreveu um bilhete para que a criança pudesse ler futuramente, nesse bilhete a mulher culpava a criança por a deixar nove meses sem trabalhar, culpa a criança por ser uma total inútil, diz que a criança a deve algo e que aos 18 anos ela iria a buscar, que ela ia trabalhar com ela...

-Para por favor.

-A menina cresceu se tornando forte e fria, porém essa menina tinha dois amigos, uma garota dos olhos roxos e o menino dos olhos cinzas, eis que um dia uma mulher bem rica aparece para adotar uma criança...

-Para, por favor -Ela chorava ao se lembrar.

-Essa mulher perdeu a filha em um confronto na guerra, a menina de olhos roxos era tão bela e forte quanto sua filha dissera ela, mas para ir com ela havia uma condição, seus amigos iriam com ela, talvez a mulher não conseguísse cuidar dos três, por isso pediu a menina dos olhos roxos que escolhesse alguém.

-Para com isso.

-Ela tinha o menino dos olhos cinzas como um irmão, queria que ele tivesse uma boa vida, mas talvez a outra menina precisasse mais de uma família.

-Chega, diga que eu estou indisposta a ir ao café. -Ela se virou mais eu segurei.

-A mulher adotou a menina, dando a ela outro nome, e por muito tempo elas não se viram, até que por ironia do destino, a menina dos olhos roxos foi estudar na escola em que a outra estudava, só que quando elas se encontraram a outra menina já não era a mesma.

-Cansou de falar da historinha triste da minha vida?

-Ja terminei Kaya.

-Não me chame assim.

-Como preferir Senhorita Lizandra Watsson. -Eu fiz uma referência e saí.

***Max***

Eu e os garotos nos arrumamos rápido e descemos, mas quando chegamos a biblioteca só um garoto havia chegado.

-Oi. - Eu disse ao garoto que estava em uma cadeira lendo.

-Bom dia cavalheiros.

-Desculpe alteza -Adam falou, e todos fizemos uma reverência.

-Me chamem de Marcus por favor.

-Tudo bem.

-E vocês quem são.

-Eu sou Max.

-Eu sou Cal Müller.

-Eu sou Adam Smith.

-E eu sou Scott Jones.

-Prazer, Você -Ele veio em minha direção, -Me desculpe a pergunta, mas qual seu sobrenome?

-Senhor eu sou órfão.

-Sinto muito. Vejamos que são os únicos pontuais. -Ele disse olhando o relógio. Ele chamou um mordomo e pediu que falasse com os outros mordomos para apressar o restante dos garotos.

-Vossa Alteza... Quer dizer Macus, você gosta de Hóquei? -Scott perguntou.

-Sim, terão jogos assim que meu irmão chegar de sua viagem.

-O que ele está fazendo. -Adam perguntou passando os dedos pelos livros.

-Viajando em experiência.

-Senhores -Um garoto baixinho e gordo se apresentou na porta.

-Pode entrar.

De pouco em pouco todos chegaram, e o jantar foi servido na biblioteca mesmo. O irmão mais velho de Marcus chegará amanhã a noite e haverá uma festa.

Todos estão em seus devidos lugares, só falta Kara e Liz que ainda não chegaram. Cozinheiros caminham para lá e para cá trazendo os pratos e os apresentando a nós. E à minha mesa vem Susan.

-Garotos o que quiserem eu trarei.

-Susy -eu a abraçei- achei que só viesse depois.

-Há uma festa amanhã, precisavam de mais uma cozinheira, então cá estou eu.

-Que ótimo.

-E Kara?

-Não faço a mínima idéia.

-Ainda brigados?

-Mais ou menos, a história ainda é muito estranha, não pretendo a ignorar, mas não irei falar com ela tão cedo.

-Então tá.

-Falando nela. -Eu apontei para Kara que estava um pouco desarrumada.

-A Senhorita Watsson está indisposta a tomar café, peço desculpas por ela -Ela anunciou para todos.

Jardim Negro (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now