Capítulo 11

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Adormeci na cama de Max, seria apenas um sonho? Não! quando acordei ele ainda não havia chegado, ele só poderia estar no Jardim, mas por que ainda não voltou? Lá é muito frio a noite.

***Max***

Por que ela pensa assim? Será que ela não percebe que isso é maravilhoso, nós vamos para o sul no seu aniversário de 16 anos, ela sempre quis isso, e quanto a outra escola por que ela os julga tanto? por que ela não os da uma chance? Será que ela só lembra de quando chegamos na escola quando todos tinham nojo de nós, as pessoas nos ridicularizaram.

Acho que ela não lembra de quando Cal veio falar com a gente, não lembra de Mary nos convidando para uma festa na casa dela, não lembra de Ilene nos passando o dever que nós perdemos , não lembra de Bob (Que Deus ou qualquer força divina o tenha, ele era mais velho então teve de ir a guerra antes, ninguém mas tem notícias dele faz dois anos) guardando lugar para nós no almoço, não lembra de Adam nos levando para sua casa no natal, eles são nossa família. Eles são ótimas pessoas que apenas estão em uma escola boa, por que na outra escola não pode ter gente assim?

Ela defendeu aquele falso médio/ladrão/nobre/pobre. O que mais me entristece (e dá raiva) é que ela disse que era para ter me deixado na neve durante um dos piores dias do inverno para mim(eu, nn sei foda-se) morrer.

Meu celular começou a tocar mas eu não vou atender deve ser ela, mas não, é Adam, eu atendi :

- Hum... Oi mano - Eu ainda estava meio que chorando - que foi?

- Max o que aconteceu? Por que você e a Kara brigarão e por que ela não quer ir para o mesmo lugar que você foi? - Ele estava preocupado - E onde você está?

- Ela mudou muito.

- Eu vou te buscar onde você tá? - Deu para ouvir sua mãe brigando com ele do outro lado da linha - Você vai ficar na minha casa por hoje ok?

- Não precisa vir me buscar, eu posso mesmo ir para sua casa? Não quero dormir no mesmo quarto que a Kara.

- Claro mano, então tá, estamos te esperando se daqui para as 20:00 horas você não chegar eu vou te buscar.

-Mas você não sabe onde eu tô.

-A Julie consegue rastrear seu celular mesmo desligado, vou ter que desligar. Tchau.

- Tá tchau.

Eu continuei sentado na ponte, um lugar onde só Kara poderia me encontrar, mas ela não viria.

Encontramos esse lugar quando tínhamos 10 anos, ninguém vem aqui por que é escondido atrás de uma floresta, eu me sinto único quando estou aqui, pus o nome de Jardim Negro pois durante a noite tudo era sombrio não havia vagalumes nem nada.

Será que ela está atrás de mim? Ou não talvez esteja com aquele amigo que ajudou ela, não sei.

Só vou ficar aqui, sentindo a correnteza passar pelos meus pés...
Ouvi um estralo acima de mim, me espreitei para ver.

Eu não acredito... Como é possível, nós tínhamos um juramento. Logo acima vem Kara com as mãos sobre os olhos de um garoto, deve ser aquele amiguinho dela.

- Pronto Theo Chegamos!-me escondi e botei os fones de ouvido, não queria ouvir a voz dela nem do seu amiguinho.

***Kara***

Tudo fica repassando na minha cabeça, como um filme sem final feliz. Primeiro eu falando dos outros alunos, que eu nem sequer conheço. Depois Max falando de Théo, ele estava certo eu não conhecia Théo de verdade, eu não sabia nada fora seu nome. E Por fim eu desejando que ele morresse.

Eu não podia confiar em Théo, mas eu não havia nada a perder, hora ou outra ele mostrará o que ele é.

Max não da notícia faz duas horas, eu quero ir atrás dele, mas como eu não posso sair sozinha, as cuidadoras nos impuseram uma regra: Ninguém poderia sair da instituição durante a noite sozinho. Se eu ligasse para algum dos meus amigos eles me encheriam de perguntas, então vou ligar para Théo.

Ele atendeu no quarto toque:

-Ah alô quem é? - sua voz transparece que está entediado, algumas pessoas conversam ao fundo mais não para distinguir sobre o que falam.

-Uma mera sudita vossa majestade.

- Desculpe garota da neve, em que posso ajudar.

-Você está ocupado agora?

-Não!

- Então pegue seu casaco e venha até o orfanato.

-Mas...

-Sem mas - Desliguei o telefone.
20 minutos depois ele estava no orfanato. Disse a uma cuidadora que iria a uma festa.

-Por que você me chamou aqui?

-Eu preciso ir procurar meu amigo, só que não posso sair sozinha e como eu estou procurando ele, não tem como ele me levar para procurar ele.

-Acho que entendi. - Caminhamos por 20 minutos.

-Olha você não pode falar para ninguém que eu te trouxe para esse lugar, é um segredo meu e do Max, e mais ninguém na face da terra conhece esse lugar, e você vai fechar os olhos agora.

-Mas...-Esse lugar era dela eu deveria mesmo fechar os olhos - Ok -Eu o conduzi por um caminho, fastei vários galhos e finalmente achei uma cancela

-Olha você tem que ficar calado entendeu? Esse lugar é um segredo meu e de Max, nós juramos não trazer ninguém aqui - Eu estava sussurrando.

Sem querer quebrei um galho, olhei em volta não o vi , continuava um silêncio que eu amava.

Sentei me na ponte e vi a água correr abaixo dos meus pés, incrívelmente aquele riacho não congelou. Não havia sinais de ninguém.

Théo veio com uma lanterna e sentou-se comigo

-Achou seu amigo?

-Não! Ele deveria estar sentado bem aqui.

-Você não procurou em outros lugares?

-Olhe como aqui ta escuro! Você acha que eu vou procurar ele. Está enganado. Eu não vou me arriscar cair nessas pedras lisas - Eu não sabia por que estava com raiva.

-Mas...Tá eu não vou mais falar mas, OK?

-Okay! (Que coisa mais gay, já li um romance antigo que tinha isso)

-E agora o que vai fazer?

-Vou ficar, talvez eu até durma aqui.
Ele não respondeu, apenas ficou esperando eu falar.

-Tá você não vai fala mas- O respondi tirando quatro cobertas de baixo de uma pedra.

-Você é uma gênia!

-Na verdade Max é, sempre que acontecia algo ele vinha dormir aqui, como sempre eu vinha atrás dele tem quatro, atrás daquela moita tem mais quatro e abaixo dessa ripa - disse enquanto levantava um pedaço de madeira da ponte - tem uma gaveta, com suprimentos.

Ele me olhou como se eu houvesse descoberto a cura para o câncer.

-Todas essas coisas, são apenas mais um sinal que Max não está aqui.

Ele me abraçou, mas seu abraço não era como o de Max, de certa forma meu corpo rejeitou de início depois só queria cada vez mais o abraço.

Jardim Negro (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now