Jacks secrets

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-ACORDAAA!-Katie gritou batendo uma colher numa panela.
Gritei e quando eu ia cair da cama Emily me segurou.
-Eu não queria te acordar assim, foi a Katie que insistiu. Eu só estou aqui para te segurar pra você não cair da cama. - Emily disse sorrindo fraco.
-Vai ter troco. - disse para Katie e me levantei.
-Ui, que gostosa. - Katie disse.
Foi aí que lembrei que estava só de calcinha e sutiã.
-Vista essa roupa, é minha. Vamos dar uma volta. - Katie disse me entregando uma calça jeans e uma camisa do Bulls.
Assenti e vesti a roupa.
-Ficou ótima em você. - Katie disse.
-Fica melhor em você. - disse.
-Sério que você ainda é assim? - Katie perguntou.
-Assim como? - encarei.
-Insegura com o seu corpo. - Katie disse.
-Talvez. - olhei para o chão.
-Lexi, você é linda, como você não vê isso? - Emily disse e me abraçou.
-Eu não quero falar sobre isso...- disse.
-Tudo bem. - Emily me soltou. - Vamos sair.
Emily e Katie me arrastaram até o elevador.
-Para onde vamos? Não peguei meu celular. - disse olhando para trás.
-Eu peguei. - Emily disse trancando a porta.
Entramos no elevador. Ficamos em silêncio até o elevador chegar no térreo.
Katie e Emily me puxaram oara fora do elevador e ficaram uma de cada lado com o braço entrelaçado no meu.
Caminhamos por várias ruas e elas tiravam fotos de tudo. Até que chegamos no Central Park e elas enlouqueceram com o lugar.
Umas garotas estavam jogando futebol e uma delas nos olhou e nos convidou para jogar.
-Eu quero! - Katie disse animada.
-Eu também. -Eu e Emily dissemos em uníssono.
Entramos no jogo e eu consegui fazer dois gols. DOIS GOLS. Aquelas garotas eram ótimas, não sei nem como consegui fazer um gol.
Quando vimos já era seis horas da tarde e estavamos morrendo de fome.
-Estou morrendo. Preciso de comida. - Katie disse ofegante.
-Eu também. - disse.
-Vamos...- Emily foi interrompida por uma voz masculina vindo de trás de nós.
-Alexia. - Cameron me chamou.
O encarei com os olhos levemente arregalados.
-Cameron? - perguntei surpresa.
-Vocês precisam de uma carona? Eu posso levá-las para um restaurante, conheço um ótimo que fica à cinco minutos daqui. - Cameron disse.
Foi só ele falar "restaurante" que o rosto de Katie se iluminou.
-Claro! Nós queremos, sim, por favor. - Katie disse abraçando ele.- Você nos salvou.
Cameron riu e me olhou.
-Meu carro está logo ali. - ele apontou o seu carro.
Caminhamos até o mesmo e Katie não parava de falar o quanto estava com fome.
Cameron bufou e abriu a porta de trás do carro.
-Entrem.- ele disse.
Emily e Katie entraram e Cameron fechou a porta antes de eu entrar.
-Você pode ir na frente. - ele disse.
Assenti e quando eu ia abrir a porta da frente Cameron segurou minha mão.
-Deixa que eu abro pra você. - ele sorriu gentilmente e abriu a porta para mim.
-Obrigada. - sorri e entrei.
Cameron fechou a porta, deu a volta e entrou no lado do motorista.
-Eu não aguento mais.- Katie disse.
-Eu que não aguento mais ouvir você reclamando, será que dá pra ficar quieta? - Cameron disse um tanto rude.
O olhei surpresa com a mudança de comportamento.
-Me desculpe, é que aconteceu uma coisa ruim hoje e eu estou um pouco irritado. Me desculpe mesmo. - ele disse.
Katie se encolheu e Emily a abraçou de lado, como se a protegesse.
Cameron suspirou e deu partida no carro.
Em exatos cinco minutos chegamos no restaurante.
Entramos no restaurante e escolhemos uma mesa.
-Boa noite, qual seria o pedido de vocês? - o garçom perguntou.
-O meu é o especial do dia. - Cameron disse.
-Moças? - o garçom nos olhou.
-Eu vou querer o mesmo. - sorri.
-Eu quero o mesmo que os dois.- Emily disse.
-Eu quero o que vem mais batata frita e muita carne. - Katie disse.
Todos nós rimos, inclusive o garçom.
Ele pediu licença e se distanciou.
-Você viu como ele era gato? - Katie sussurrou.
-Até morta de fome você pensa nisso? - perguntei rindo.
-Ah, ele vai achar que eu sou uma gorda. - ela disse fazendo careta.
-Amiga, gorda você não é. - Emily disse.
Katie sorriu agradecendo.
-Esse restaurante parece ser caro. - disse.
-Eu pago. - Cameron sorriu.
-Não obrigada, eu mesma pago. - sorri falso.
Logo os nossos pedidos chegaram e Katie começou a atacar o prato dela.
Comemos em silêncio.
Quando terminamos de comer Cameron chamou o garçom e pediu a conta.
Quando o garçom trouxe a conta quase cuspi o meu suco.
-Cinquenta e sete reais? Por isso? Tá de brincadeira. Deve ter algum engano. - disse.
-Não, senhora. Esta certo. - o garçom disse com toda calma do mundo.
-Deixa eu ver isso. - Katiey disse pegando a conta da minha mão. - Merda! Como assim setenta reais? Isso é um roubo!
Cameron pediu a conta para Katie e ela o entregou. Ele entregou o dinheiro para o garçom e o garçom se afastou.
-Você pagou a conta de nós três? - perguntei.
-Sim. - ele assentiu.
-Aqui está o seu troco, senhor. - o garçom disse entregando dinheiro ao Cameron e se retirou novamente.
-Obrigada, senhor "tenho dinheiro". - Katie disse se levantando.
-Não há de quê. - Cameron piscou e se levantou também.
Eu e Emily nos levantamos e todos nós seguimos até o carro de Cameron.
Novamente, Cameron abriu a porta de trás para as meninas, a da frente para mim, deu a volta e entrou no carro.
-Para onde eu levo vocês? - Cameron perguntou.
-Você pode deixar elas em casa e depois me deixar na minha casa? - perguntei.
-Claro, só preciso do endereço. - ele me olhou.
-Aqui. - Katie o entregou um papelzinho.
Cameron pegou o papel, deu uma olhada e assentiu.
-Sei onde é. - ele disse e deu partida.
-Não vou nem perguntar por que você tem um papel com o seu endereço escrito. - disse para Katie.
-É que eu ainda não gravei o endereço, então tenho um papel com ele escrito. - Katie disse.
Assenti e permaneci em silêncio até Cameron parar em frente ao prédio das meninas.
-Tchau meninas, até mais. - sorri.
-Até mais. - elas disseram em uníssono e saíram do carro.
Olhei para Cameron e ele me olhou.
-É você não é? - perguntei.
Ele ficou em silêncio por alguns segundos, me olhando nos olhos, e em seguida ligou o carro.
-Vou te levar para casa primeiro. - ele disse.
-Você sabe onde fica?
-Sei. - ele assentiu e deu partida no carro.
Ficamos o caminho inteiro em silêncio e quando Cameron parou em frente a minha casa ele me olhou e suspirou.
-Sim, fui eu que mandei aqueles bilhetes. - Cameron disse.
-Por que você quer Por que vai contar os segredos do Gilinsky?
-Ele não é muito legal comigo sabe. Ele transformou a minha vida num inferno. Eu sinto a obrigação de fazer o mesmo com ele.
-O que ele fez?
-O que ele fez? Ele matou a minha namorada. A única garota que amei. A garota que me fez ver o mundo de uma maneira diferente. O amor da minha vida.
-Por que ele faria isso?
-Porque ele gosta de acabar com a vida dos outros. Ele me odeia. Odeia a minha família. Depois de matar o amor da minha vida, como se já não fosse o bastante, ele matou a minha irmã.
Senti uma pontada no peito. Não é possível. Eu estava começando a admitir para mim mesma que gosto dele. Eu sabia que o Jack não era uma pessoa comum, nem muito boa, mas que ele era um assassino eu não imaginava.
-Isso não pode ser verdade.
-É sim, essa é a verdade.
-Por que você está me contando isso?
-Porque eu quero que você me ajude.
-Como?
-Eu percebi que vocês estão se aproximando, provavelmente por causa dos amigos em comum, então eu quero que você descubra de quem ele ama, a pessoa que ele mais ama.
-A mãe dele, talvez?
-Não, Jack não tem uma relação boa com os pais. E eu tava pesando em uma garota, uma namorada, talvez. Você vai me ajudar, né?
-Por que eu faria isso? Você vai matá-la.
-Alexia, eu preciso disso, preciso fazer ele sentir o que ele fez eu sentir. Ele merece isso. Ele já matou muita gente.
-Muita gente?
-Muita gente. Ele faz parte de uma gang. Eles são traficantes e assassinos. Matam qualquer um que cruzam o seu caminho. Tome cuidado.
-E-Eu não sei se posso fazer isso...
-Vamos lá, Alexia. Ele merece isso. Pensa em quantas pessoas ele já matou.
-Tudo bem.
-Tudo bem? Você vai me ajudar?
Respirei fundo e assenti.
-Sim, eu vou te ajudar.
-Obrigado, Alexia. Muito obrigado. - Cameron sorriu e beijou minha mão.
-E-Eu acho melhor eu ir... - gaguejei.
Estavat nervosa com Cameron me olhando diretamente nos olhos.
Quando eu abri a porta do carro Cameron segurou minha mão. O encarei e ele sorriu.
-Você não está com medo de mim, está? - Cameron perguntou.
-E-Eu? - perguntei. - Não.
Cameron abaixou o olhar e soltou minha mão.
-Está tudo bem? - perguntei.
-Claro.
-Cameron?
-Me desculpe se te assustei. Sei que oque eu te contei é uma grande surpresa oara você e eu contei justamente no dia do aeu aniversário...
-Você sabe que é meu aniversário?
-Sim, aliás, parabéns. - ele sorriu fraco.
Ele parecia tão abatido que senti um aperto no coração. Uma coisa dentro de mim dizia que eu tinha que cuidar dele.
Cameron me olhava nos olhos, intensamente. Seus lábios rosados estavam tão atraentes.
Sem pensar, eu o puxei pela camisa e o beijei com vontade.
Era como se eu não beijasse a anos.
Quando nos afastamos, Cameron me olhou com os olhos arregalados e ofegante.
-Me desculpe, eu não deveria ter feito isso. Acho melhor eu ir. - disse abrindo a porta novamente.
-Não, eu gostei. - Cameron disse me puxando de volta. - Isso foi bom. Eu me sinto... vivo. Quero beijar você de novo.
Senti um frio no estômago.
-Posso? - ele perguntou.
Assenti ofegante.
Cameron se aproximou lentamente, beijou meu pescoço, depois minha mandíbula e, em seguida, juntou os nossos lábios.
Aprofundei o beijo e sentei em seu colo.
Cameron segurou meu rosto com as duas mãos, deixando o beijo ainda mais envolvente.
Coloquei minhas mãos embaixo de sua camisa e acariciei o seu abdômen.
Quando tentei levantar sua camisa, Cameron segurou as minhas mãos e cortou o beijo.
-Acho melhor pararmos por aqui. - Cameron sorriu.
Assenti e continuei sentada em seu colo.
Eu acho o Cameron muito atraente, fofo, e tudo mais, mas ainda assim não dá para esquecer do Jack, de seu seus lábios carnudos, de seu beijo quente, do jeito que ele me intriga...
Como eu ainda posso sentir algo por ele depois de descobrir tudo?
Ele é um assassino. Eu não posso namorar um assassino.
-Alexia? - Cameron chamou-me me acordando de meus pensamentos.
-Hã? - o encarei.
-Acho melhor você ir. Você tem um compromisso essa noite, não? - ele perguntou me olhando com atenção.
-Ah, sim. Você tem razão. - falei saindo de seu colo e me sentindo no banco ao lado.
-E-Eu...- Cameron me interrompeu com um beijo.
-Até mais, Alexia. - ele sorriu.
-Até mais, Cameron. - sorri e sai de seu carro.
Ao entrar em casa acendi as luzes e fui surpreendida por mamãe e papai.
-Feliz aniversário! -Mamãe e papai gritaram sorridentes.
Eles estavam com um bolo nas mãos.
Sorri com os olhos cheios de água.
-Faça o seu pedido e apague as velinhas, meu amor. - mamãe disse e assim eu fiz.
"Viver um amor verdadeiro", esse foi o meu pedido.
Eles colocaram o bolo na mesa e me abraçaram.
-Dezoito aninhos. - Mamãe disse prestes a chorar.
-Nosso bebê cresceu. - Papai disse com a voz embargada.
-Mãe! Pai! Não chorem, se não eu choro também.
-Não dá. - mamãe disse deixando as lágrimas caírem.
Papai assentiu e começou a chorar também.
Não consegui impedir que as lágrimas caíssem.
Ficamos ali, abraçados no meio da sala, por um bom tempo.
-Você tem que se arrumar para sair com as suas amigas. - mamãe disse.
-Vocês não se importam? - perguntei.
-Claro que não, você tem que se divertir. Queremos que você se divirta, meu amor. A sua felicidade é a nossa felicidade. - ela sorriu.
-Isso mesmo. Agora vá se arrumar, meu anjo. - papai beijou minha testa.
Assenti e fui para o meu quarto.
Vesti uma saia preta colada e um cropped listrado preto e branco. Escovei meu cabelo e o deixei solto.
Passei delineador, rímel, lápis de olho e um pouco de blush. Passei um perfum, calcei um salto alto preto e estava pronta.
Me olhei no espelho e sorri feliz com o resultado.
Peguei meu celular e desci as escadas.
-Que linda! - Mamãe sorriu.
-Tá gata, amiga. - Katie disse se levantando do sofá.
-Katie? Emily? Vocês já chegaram? - perguntei surpresa.
-Já são nove e meia da noite, amiga.- Emily disse.
-Quê? Já? Meu Deus. Me perdi no horário. - disse.
-Vamos logo. - Katie disse nervosa.
-Okay, vamos. - sorri. - Tchau mãe, tchau pai.
Os abracei e sai.
-Vamos a pé? - perguntei.
-É claro que não. - Katie riu
-Vamos de táxi. - Emily disse apontando para o taxi a nossa frente.
-Ah. - sorri e entramos no taxi.
Emily deu o endereço do pub para qual iríamos e o taxista deu partida.
No caminho eu contei para elas oque rolou entre eu e Cameron mais cedo e elas enlouqueceram.
Quando chegamos Emily pagou o táxi e saímos do mesmo.
Quando entramos no pub todos gritaram "surpresa!".
Acho que o colégio inteiro estava ali.

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