First kiss

47 2 0
                                    

-Vamos para a casa do Nate. Ontem rolou uma festa lá, ele deve estar em casa. - Sam disse acelerando.
-Pode ser. Só preciso de álcool. Faz tempo que não bebo.
-Entendo. - Sam sorriu. - Seus pais estão ficando chatos.
-Sempre foram, mas agora eles não são tão ausentes como eram. - dei de ombros.
Sam assentiu.
Ficamos o resto do caminho em silêncio, apenas escutando o som do rádio.
Sam estacionou em frente à casa de Nate e saímos do carro.
A porta estava destrancada. A casa estava um lixo. Copos vermelhos, latas de cerveja, garrafas quebradas, tudo espalhado pelo chão.
-Meu Deus! Isso está um lixo! - disse olhando ao meu redor.
-MALOLEY! - Sam gritou chamando Nate.
Nenhuma resposta.
O procuramos por todo o andar inferior, e nada de Nate.
-Ele pode estar no quarto. - falei.
-Vamos subir. - Sam disse e assim fizemos.
Entramos em seu quarto e lá estava ele, jogado em sua cama, apagado.
-Ele deve estar acabado - murmurei.
-Eu tô acabado. - Nate murmurou sem abrir os olhos.
-Tá acordado, Maloley? - Sam perguntou dando um tapinha em seu rosto.
-Não, tô falando dormindo. - Nate disse com sarcasmo, esticando o seu braço, com o punho cerrado, acertando em cheio na barriga do Sam. Isso que ele nem abriu os olhos ainda.
-Filho da...
-Não ouse terminar essa frase, idiota. - Nate resmungou e abriu os olhos lentamente.
-Cara, isso doeu. - Sam se ajoelhou com as mãos na barriga, seu rosto estava vermelho.
-Lexi! - Nate sorriu ao me ver. - O que a princesa veio fazer aqui?
-Sobrou alguma coisa de ontem? - Perguntei.
Nate sorriu.
-Venha comigo. - Ele se levantou e se aproximou de mim.
Meu olhar ficou fixo em seu abdômen definido e por alguns segundos eu fiquei ali, parada, sem palavras.
-Lexi? - Nate me chamou.
-Hã? - dei um pulo e desviei o olhar.
Nate riu e me puxou.
Descemos as escadas e entramos na cozinha.
-Essa casa está um lixo. - comentei para quebrar o silêncio.
-Daqui a pouco a empregada chega.
-Ela não conta para os seus pais?
-Não. Eu pago um grana pra ela ficar de boca fechada.
-Ah.
-Por que você está estranha desse jeito? Você já me viu de cueca várias vezes.
-Faz anos que eu não o vejo de cueca, e você... evoluiu...
-Evolui? - Nate riu - Sério? Admita, eu sou muito gostoso.
-Ah, você é muito convencido mesmo! - dei um tapa nele e quando fui dar um passo para trás ele me puxou.
Nate começou a aproximar o rosto do meu...
-Nate? Alexia? - alguém perguntou.
Olhei para a porta e lá estava Jack Gilinsky.
-Gilinsky! - Nate sorriu e me soltou com cuidado. - Toma cuidado, Lexi, tem cacos de vidro atrás de você.
Assenti.
-E aí? Como foi a aula? Uma merda, não é? Falei pra você faltar. - Nate disse a Jack.
Jack me fitava em silêncio, com os olhos levemente arregalados.
-Gilinsky? - Nate o chamou e seguiu o seu olhar, me encarando.- O que é isso?
-Esse imbecil sempre me olha assim, como se eu fosse uma criatura de outro mundo. Idiota. - falei e desviei o olhar, indo até a geladeira. Abri a mesma e peguei uma cerveja.
-Jack, cara, assim você assusta a garota. - Nate disse achando graça.
-Não é fácil me assutar. Não estou assustada, e sim irritada. Não gosto de imbecis como o Jack. - falei ao passar por Jack e me joguei no sofá.
-Nate! - Sam o chamou descendo a escada.
-Hum? - Nate murmurou.
-Fala para a sua empregada limpar o banheiro do seu quarto também. - Sam disse se jogando ao meu lado no sofá.
-Por que? Ninguém entrou no meu quarto na festa, eu o tranquei.
-Eu sei. É que eu estou ruim de mira hoje. - Sam sorriu.
-Filho da mãe! Você mijou o meu banheiro todo?!
-Todo todo não, mas quase isso.
Nate revirou os olhos e bufou.
-Adoro tirar esse cara do sério. - Sam sussurrou para mim.
-Eu também. - sussurrei para ele.
Erguemos as mãos e fizemos hi-five.
-O que vocês dois estão cochichando aí? - Nate perguntou se sentando no sofá de frente para nós.
- Nada. - respondi.
Jack sentou ao lado de Nate e encarou a TV que passava um jogo de basebol.
-Sam. - Nate o encarou com os olhos semicerrados.
-Nada. - Sam sorriu. - Estávamos falando sobre o jogo.
-Ah, claro. - Nate disse fugindo acreditar.
Sam deitou a cabeça em meu colo e sorriu.
-Você é muito folgado, sabia? - falei.
Sam assentiu e pegou a garrafa de cerveja de minha mão, bebeu um pouco, e me devolveu.
Meu celular começou a vibrar em meu bolso. Ergui o quadril para pegá-lo quase fazendo Sam cair.
-Ei! - Sam resmungou.
-É meu irmão, preciso atender. - falei o tirando de cima de mim e corri para a cozinha.
-Alexia? - Jackson perguntou.
-Eu mesma.- respondi.
-Onde você está? Mamãe vai te matar.
-O que? Não posso sair nem de dia? - perguntei irritada.
-Prepare-se para o castigo. - Jackson disse.
-Será que não dá pra você me ajudar? Eu sou sua irmãzinha, esqueceu?
-Alexia, eu já estou de castigo. Não vou ficar com mais castigo por sua causa. Agora me diga onde você está que eu vou buscá-la. Só não me diga que você está com aqueles viciados.
-Eu... eu estou na Starbucks. - menti. - Não precisa me buscar, vou sozinha.
-Repetindo, você está ferrada. Quanto mais você demorar, mais ferrada você estará, então corra. - Jackson disse e desligou.
Bufei e voltei para a sala.
-Preciso ir. - falei pegando minha bolsa.
-Ah, por que? - Nate perguntou.
-Minha mãe está uma fera porque eu sai sem ela saber. E sim, ela não deixa eu sair nem de dia agora. - revirei os olhos.
-Que merda. - Nate suspirou.
-Eu levo você. - Jack disse.
-Não, o Sam me leva. - falei.
-O sofá está tão confortável... O Jack se ofereceu primeiro então ele leva. - Sam disse.
O fuzilei com os olhos.
Sam ss levantou e me deu um beijo na testa.
-Boa sorte com seus pais. - Sam disse e sorriu.
Revirei os olhos e dei as costas puxando Jack pelo pulso.
Sam riu.
-Também te amo! - Sam disse antes de eu bater a porta.
-Meu carro é aquele. - Jack apontou para o Pajero preto do outro lado da rua.
Atravessamos a rua e entramos em seu carro.
Jack deu partida e seguiu com os olhos fixos na estrada.
Ficamos em silêncio o caminho inteiro. Jack estacionou em frente a minha casa. Quando abri a porta Jack segurou meu braço me fazendo encará-lo.
-Alexia.
-Gilinsky.
-Não esquece que temos um trabalho para fazer.
-Ao contrário de você, eu me preocupo com minhas notas, Gilinsky. Pode deixar que não vou me esquecer. - sorri falso e tentei sair novamente, porém Jack me segurou novamente.
-O que voc...
Jack me interrompeu com um beijo. Eu não queria beijá-lo mas por algum motivo eu não conseguia parar o beijo. Algo me impedia.
Jack pressionou sua língua contra meus lábios e eu abri minha boca, o dando passagem. Senti um frio no estômago e meu coração acelerava cada vez mais. Jack encerrou o beijo puxando meu lábio inferior com os dentes. Abri meus olhos e nossos olhares se encontraram. Estávamos ofegantes e parecia que ele conseguiria ouvir o meu coração de tão acelerado que o mesmo estava.
-Imbecil. - murmurei e sai do carro o mais rápido possível, o deixando com cara de idiota.
O que ele tem na cabeça? Por que me beijou? Argh.
Entrei em minha casa e minha mãe me olhou furiosa.
-Alexia Manson, onde você estava? - ela perguntou com irritação.
-Calma, eu só estava na casa de uma amiga. - falei tentando recuperar o ar. Estava sem ar de tão nervosa.
-Que amiga? Vestida assim? O que você foi fazer lá? - ela perguntou se aproximando.
-Ela estava fazendo um trabalho de educação física. É sobre super modelos. Ela precisava tirar fotos como se fosse uma modelo. Ano passado também tive que fazer um trabalho desses. - Jackson disse se aproximando de nossa mãe. - Eu que a levei. Já falei, mãe. Ela não fez nada de errado.
Mamãe suspirou e me encarou.
-Bem, o almoço está pronto. - ela disse derrotada e se retirou da sala.
Sorri para Jackson que retribuiu um sorriso e piscou.
Fomos para a cozinha e nos sentamos à mesa.
Mamãe nos serviu e se sentou à nossa frente.
Almoçamos em silêncio, e quando terminamos de comer eu recolhi a mesa.
-Hoje é o seu dia de lavar a louça. - Entreguei a toalha de louça para Jackson.
Ele me devolveu a toalha e sussurrou:
-Esqueceu que eu te livrei de um belo castigo?
-Se você contar para ela que mentiu e contar a verdade vai ficar de castigo junto comigo. - o devolvi a toalha.
-Ou eu posso contar que você namora um viciado que te trouxe para casa. - Jackson piscou e me devolveu a toalha.
-Ele não é meu namorado. - falei irritada.
-Que seja, você o beijou, e além de ele ser viciado, é um ladrão, então acho que lavar a louça vale a pena agora, não? - Jackson sorriu e saiu da cozinha.
Ladrão? O que ele sabe sobre o Jack?
Bufei e comecei a lavar a louça.
Será que eu e meu irmão nunca vamos nos entender de verdade? Será que ele sempre vai ser idiota assim?
Ele só é bom em futebol e em ser popular. Ah, e em pegar vadias também.
Ao terminar de lavar a louça, subi a escada e quando ia entrar em meu quarto percebi que a porta do quarto do Jackson estava entreaberta.
Não me conti e espiei pela fresta aberta da porta.
Jackson estava deitado na cama, com o olhar fixo no teto. Ele parecia mal.
Dei duas batidas na porta e a abri.
Jackson não se mexeu, nem deixou de encarar o teto.
-Jackson? - o chamei.
-Hum? - ele murmurou.
-Está tudo bem? - perguntei.
-Por que você está perguntando se eu estou bem se você nem se importa? - Jacksom perguntou.
-Eu me importo com você.
-Conta outra.
-Jackson, eu te amo, você é meu irmão, o garoto que me protegia quando eu era pequena.
-Você ainda é pequena.
-Ah, eu cresci um pouquinho... - sorri.
Jackson me olhou.
-É claro que cresceu. - ele sorriu.
-Pode me contar oque quiser, sou sua irmã, não contaria para ninguém.
-Tá maluca? Não quero ter que lavar a louça todos os dias porque você está me ameaçando. - ele riu, me fazendo rir.
-Idiota. Eu não faria isso. - Jackson me olhou - Uma vez ou outra talvez... - sorri.
Jackson riu e então ficamos em silêncio.
Fiquei contornando os desenhos de sua coberta com os dedos, esperando ter oque falar.
-Às vezes só precisamos de um abraço. - Jackson disse quase num sussurro.
O encarei digerindo suas palavras. Ele falou isso mesmo? Ele acabou de dizer que quer um abraço? É isso mesmo? Isso é inédito!
-Você disse...
-Disse. - Jackson assentiu.
Sorri e me deitei ao seu lado, o abraçando em seguida.
Deitei a cabeça em seu peito e adormeci.

Make me Proud •JG•Onde histórias criam vida. Descubra agora