I'm not afraid

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Abri meus olhos fazendo sombra com as mãos para enxergar naquela claridade toda.
Olhei ao redor tentando me localizar. Eu estou na casa de Jack. Ele não estava no quarto.
Comecei a rolar na cama com preguiça de me levantar.
Jack entrou no quarto, me olhou e sorriu.
- Dormiu bem? - ele perguntou se sentando ao meu lado.
Assenti e sorri.
- Está com fome? Minha mãe fez um café da manhã maravilhoso. - Jack disse.
- Sua mãe parece não gostar de mim.
- Impressão sua, é que ela entendeu errado as coisas. Eu já conversei com ela, fique tranquila. Ela gostou de você.
Assenti e me levantei.
Vesti a mesma roupa da ontem e enncarei Jack.
- Preciso de uma escova de dentes. - disse.
- Eu tenho uma que nunca foi usada, está no armário do banheiro.
- Okay. - disse me levantando.
Entrei no banheiro, fiz minha higiene matinal e me olhei no espelho.
Eu estou derrotada, preciso de maquiagem. Na minha bolsa deve ter maquiagem.
Saí do banheiro e olhei ao redor à procura de minha bolsa.
- Jack.
- Hum? - ele murmurou mexendo no celular.
- Onde está minha bolsa?
Jack apontou para a poltrona no canto do quarto, ainda olhando para o celular e digitando algo no mesmo.
Peguei minha bolsa e voltei para o banheiro. Passei corretivo para disfarçar as olheiras e um pouco de blush para dar uma corzinha.
- Não precisa passar maquiagem para tomar café. - Jack disse entrando no banheiro.
- Eu estou horrível. - disse.
- Você teve muitos pesadelos essa noite, não lembra? - Jack perguntou encontrando meu olhar pelo reflexo do espelho.
Balancei a cabeça negando.
- Você até chorou. - ele disse mexendo no meu cabelo.
- Sério? - perguntei envergonhada.
- Uhum.
- E o que você fez? Não me acordou?
- Não. Eu apenas te abracei.
- E isso ajudou?
- Acho que sim porque você sorriu e depois dormiu tranquilamente. - Jack sorriu.
Sorri e me virei para ele.
- Obrigada. - sussurrei e o abracei forte.
O seu abraço me dá uma sensação de proteção, eu me sinto bem em seus braços. É meio esquisito eu me sentir bem com uma pessoa que mata pessoas, não? Mas é oque acontece.
- Jack, filho, você não vai tomar café? - a mãe de Jack perguntou batendo na porta do quarto.
Jack suspirou e me olhou.
- Por que as pessoas sempre atrapalham esses momentos bons entre nós? - ele perguntou ao me soltar.
Sorri e sai do banheiro. Jack abriu a porta para a mãe e ela olhou diretamente para mim.
- Eu atrapalhei? - ela perguntou.
- Sim. - Jack disse.
- Claro que não. - disse o olhando feio e em seguida sorri para a sua mãe.
Ela retribuiu o sorriso e se voltou para Jack.
- Meu filho, o café está na mesa, eu pedi para você descer com a Alexia. - ela disse.
- Me desculpe, eu estava só me trocando. - disse.
- Ah, tudo bem. Espero vocês lá embaixo. - ela sorriu e saiu fechando a porta atrás de si.
- Viu, ela gosta de você. - Jack disse me abraçando.
- Humm... é, talvez ela não me odeie. - sorri.
Jack colou nossos lábios.
- Vamos descer. - Jack disse separando nossos lábios.
Assenti e depositei um beijo rápido em seus lábios. Jack segurou minha mão e me guiou até a cozinha.
Lá estava os pais de Jack sentados numa mesa cheia de comida, eles conversava tranquilamente enquanto tomavam o seu café.
- Bom dia. - disse mais baixo do que desejava.
- Bom dia, querida. - a mãe de Jack sorriu.
Jack apenas se sentou à mesa e começou a se servir. Me sentei ao seu lado e me servi um pouco tímida.
- Não precisa ter vergonha, fique à vontade. Pode comer o quanto quiser. - o pai de Jack disse com uma sorriso reconfortante nos lábios.
- Obrigada. - sorri amarelo.
Jack terminou de comer depressa e em seguida se levantou.
- Eu preciso fazer uma ligação. - Jack disse beijando o meu rosto e se retirou da cozinha.
- Ele sempre precisa fazer ligações, o tempo todo. - a mãe de Jack suspirou.
- Esse garoto deve se meter em muita confusão. - o pai de Jack murmurou olhando para a sua comida.
Sorri fraco e me concentrei em minha comida.
Comi o mais rápido possível e saí da cozinha após pedir licença.
Parei no meio da sala e passei os olhos pela casa à procura de Jack.
Comecei a andar lentamente pelo cômodo e nenhum sinal de Jack, até que ouvi a sua voz que vinha da varanda.
Abri a porta com todo o cuidado para não fazer barulho e depois a fechei atrás de mim com o mesmo cuidado.
- O quê? Você está brincando comigo, só pode! - Jack disse ao telefone. - Não, não, não. Eu não posso. Ela não é assim. Não! Nem pense nisso. Não quero meter ela nisso, é perigoso demais. Não, não quero arriscar a vida dela. Ele vai sair dessa sozinho... vai sim... Não me interessa! Ela não aceitaria isso, ela não é como nós... Não... eu a amo... eu dou um jeito, mas ela não vai participar disso de forma alguma... okay. - Jack encerrou a ligação e suspirou.
Ele se virou para trás e me encarou.
Não sabia se sua expressão era de surpresa ou raiva.
- Alexia, o que você está fazendo aqui? - ele perguntou.
- Eu estava te procurando, então ouvi a sua voz e vim aqui... - disse nervosa.
- Era pra você me esperar lá dentro. - Eu não sabia.
Jack suspirou e passou as mãos nos cabelos desarrumados.
- Com quem você estava falando?
- Com alguém.
- Não diga! - disse irônica. - Jack, você confia em mim ou não?
- Confio, mas têm coisas que é melhor você não saber.
- Você não tem que esconder nada de mim, até porque eu já sei de muita coisa.
Jack suspirou e encostou as costas na parede encarando o teto.
- Quem era no telefone?
- Chase, o mandão. Ele acha que manda em todos da facção mas só lidera algumas missões. - Jack deu de ombros.
- Vocês estavam falando sobre mim.
- Sim.
- Por que? O que tem eu?
- Ele... ele quer que você participe de um plano. Mas eu já disse que você não vai participar disso, eu disse que você não é assim. - Jack disse.
-Humm... E como é esse plano? - perguntei.
Jack me olhou surpreso.
- Um amigo nosso foi sequestrado e Chase teve a idéia brilhante de fazer você seduzir um membro da uma facção rival que está aprisionando o nosso amigo e liberá-lo.
Assenti pensativa.
A adrenalina que me causa a idéia de participar desse plano é super convidativa.
Não, eu não posso, isso é errado.
Desde quando eu faço coisas certas? Olha pra mim, eu fujo de casa de noite quase todos os dias para sair com meus amigos, matei um homem, já ajudei meus amigos a venderem drogas... Eu definitivamente não faço coisas certas.
- E se eu participasse desse plano?
- O quê? Não! É perigoso demais. Eu não posso permitir. - Jack disse nervoso.
- Jack, eu quero.
- Você vai precisar matar, Alexia. Você não mata.
- Eu matei um homem ontem!
- Porque se você não o matasse ele me mataria!
- Jack...
- Nem pensar, não, não e não. - Jack disse balançando a cabeça freneticamente.
Bufei e cruzei os braços.
Jack segurou meu rosto com as duas mãos e depositou um beijo em meus lábios.
- Eu não quero que você se machuque, nem sempre as coisas dão certo. Podem matar você. - Jack disse olhando em meus olhos.
Revirei os olhos.
Jack riu e me beijou novamente.
- Vem, vou levar você para casa. - Jack disse segurando minha mão.
- Minha bolsa está no seu quarto... - disse.
- Outra hora você pega, agora vamos para a sua casa pra você se trocar.
Assenti e entramos em seu carro.
Por sorte eu coloquei o celular no bolso.
Passamos o caminho inteiro da casa de Jack até a minha em silêncio. Jack estacionou na rua do lado e beijou minja bochecha.
- Jack, pra onde você vai? - perguntei.
- Vou resolver umas coisas.
Assenti e abri a porta do carro. Jack me puxou pelo braço e me deu um beijo demorado.
Ao sair do carro notei que Jackson estava na janela de meu quarto me olhando.
Jack acelerou o carro desaparecendo do meu campo de vista.
- Já disse que não é para entrar no meu quarto! - gritei o olhando feio.
Entrei em casa e subi para o meu quarto o mais rápido possível. Ao entrar em meu quarto Jackson sentado em minha cama.
- Sai do meu quarto! - gritei.
- Vocês estão namorando agora? - Jackson perguntou.
- Sai daqui! - gritei.
- Responde.
- Mãe! Pai! - gritei.
- Eles não estão em casa. - Jackson sorriu.
- O que foi? É psicopata agora? - perguntei.
Jackson riu sem humor e se levantou.
- Eles querem usar você para salvar o amiguinho deles. - Jackson disse.
- Sai daqui merda. - o dei um tapa na cara.
- Quando eu morrer você vai se arrepender disso.
- O que? Jackson o que você quer dizer com isso? Você não vai morrer tão cedo, para com isso!
- Eles querem me matar.
- Eles quem?
- A mesma facção que pegou o Jesse, eles querem me matar e a nossa facção está tão preocuoada com Jesse que não estão nem ligando para o que vai acontecer comigo.
- Eu não vou deixar isso acontecer. - disse.
- Você não pode fazer nada, Alexia. Não se meta nisso, não quero que nada aconteça a você.
Suspirei.
- Jackson, eu preciso de um banho. - disse o empurrando para fora de meu quarto.
Ele assentiu e saiu de meu quarto.
Jackson com certeza está usando drogas. Só pelo fato de ele ter me contando isso por conta própria já o entrega.
Tomei uma banho, vesti uma calça jeans e uma camisa qualquer, coloquei meus all stars, peguei meu celular e desci as escadas.
- Jackson! - o chamei.
- Hum? - ele murmurou saindo da cozinha com uma tigela de cereais nas mãos.
- Preciso sair, posso pegar o aeu carro? - perguntei.
- Claro. - ele deu de ombros.
- Obrigada. - sorri.
Peguei a chave de seu carro e saí porta à fora.
Nate já me disse que os amigos dele sempre escolhem a casa dele para se reunir, então provavelmente aquela maldita gangue está lá, reunida na casa dele.
Entrei no carro de Jackson e dei partida no mesmo. Esse carro é tao confortável...
Foco, Alexia.
Meu celular começou a tocar. O atendi sem nem mesmo olhar o visor.
- Lexiii! - Katie gritou.
- Katie, você está bêbada? São apenas dez horas!
- Foda-se, hoje é domingo!
- E amanhã é segunda, dia de aula.
- Ai, como você é chata! Eu ia te convidar para vir aqui mas nem vou mais, você está tão chata hoje. Brigou com o gato?
- Não. Katie, tenho que desligar estou ocupada agora. - disse ao estacionar o carro em frente à casa de Nate.
- Okay, até mais!
Desliguei e guardei meu celular no bolso.
Do outro lado da rua estava estacionado o carro de Jack e de Sam. Havia outros carros de luxo estacionados naquela rua, provavelmente dos outros integrantes daquela gangue.
É doloroso saber que meus melhores amigos esconderam isso de mim o tempo todo.
Respirei fundo e saí do carro. Pulei o portão e me aproximei da porta da casa, ou melhor, mansão de Nate.
Quando eu estava chegando à porta um alarme disparou fazendo meus ouvidos doerem e em seguida uns sensores começaram a jorrar água em mim.
A porta se abriu e Nate saiu de lá com uma arma nas mãos. Ele apontou a arma para mim e meu extinto foi fechar os olhos.
- Alexia? - Nate perguntou surpreso. - Surpresa! - disse sorrindo fraco.
Ele se aproximou, tirou o casaco e mandou eu o vestir.
- Obrigada. - disse vestindo o casaco. Nate me puxou para dentro de sua casa.
Um grupo de mais ou menos sete garotos estavam sarados à mesa da sala e todos me olhavam com atenção, como se eu fosse um bicho de outro mundo.
- Garotos, essa é a Alexia, minha melhor amiga. Ela é confiável. - Nate anunciou e todos voltaram a conversar entre si, menos Jack que continuava me olhando incrédulo.
- Nate, eu aceito participar do plano de vocês. - disse para Nate.
- Sério? Tem certeza? É muito arriscado...-Nate disse.
-Eu sei.
-Pessoal, boas notícias. A Alexia topou participar do nosso plano! - Nate anunciou para os rapazes.
- Não! - Jack se levantou.
- Eu que decido isso, Gilinsky. - disse.
Jack me olhou incrédulo por alguns segundos e em seguida se sentou novamente.
- Eu vou participar do plano, mas só por uma condição. - disse.
Todos me olhavam atentos.
- Qual? - um deles perguntou.
- Vocês vão ter que ajudar o Jackson. Ele está sendo perseguido. - disse.
- Eu cuido disso. Vou colocar uns homens para cuidar dele. - Sam disse.
- Obrigada. - sorri.
- Você é namorada do Jackson? - um moreno perguntou.
- Ele é meu irmão. - disse olhando para Jack que estava de braços cruzados olhando fixamente para um copo à sua frente.
- Ela é minha namorada. - Jack rosnou ainda olhando para o copo.
Todos arregalaram os olhos e se entre olharam.
- Os rapazes costumam ter medo de Jack. Ele é muito mais agressivo do que você imagina. - Nate sussurrou em meu ouvido.
- Percebi. - sussurrei para Nate com os olhos levemente arregalados.
Nate riu.

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