12 - O presente

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E - Por que?

D - Porque tenho um sonho erótico com você lá!

E - O QUE?

Ele cai na risada.

D - Não sei porque você fica tão incomodada com esse assunto, mas tudo bem era só zoação! Eu tenho um presente para você e ontem não deu tempo de te dar, vamos lá buscar.

E - Você não precisava me dar nada, só de ter você aqui já é um presente.

Falo isso quando já estamos no corredor e ele pára na minha frente e sorri.

D - Te amo!

E me dá um, beijo!

E - Eu também te amo, mas por que essa reação?

Ele sorri ao entrarmos no seu quarto.

D - Você não percebe o quanto é carinhosa!

E - Carinhosa? Eu? O que tinha no seu café?

Ele não me responde, ao invés disso ele abre um guarda-roupas e pega um embrulho que deve ter mais ou menos um metro de cumprimento e me dá.

Eu agradeço dizendo novamente que não era necessário e abro, não consigo acreditar, é um tigre branco, ele realmente presta atenção no que eu falo!

Fico tão feliz!!!!!!!!!

Abraço o bichinho, melhor o bichão e tenho a impressão de ter sentido o perfume do Davi, então eu enfio o nariz no tigre e minhas suspeitadas são confirmadas.

E - Você colocou o seu perfume nele?

Ele ri tímido.

D - Você percebeu rápido! Era só para você sentir quando eu estivesse longe.

Seu rosto fica vermelho e eu não resisto, largo o meu tigre em cima da cama e abraço o Davi. Estranhamente ele retribui como se estivesse envergonhado, me afasto e olho nos olhos dele e ele abaixa a cabeça.

Eu me inclino e o beijo, ele retribui, mas está diferente, me fez lembrar do primeiro beijo que tivemos. É como se esperasse uma reação diferente da minha parte, parece estar com medo de ser rejeitado, não sei explicar o que é!

E - O que foi?

D - Nada! Gostou do presente?

E - Sim, muito! Mas você ficou estranho de repente!

D - É porque eu coloquei o perfume no tigre numa noite em que eu estava em Brasília, longe de você! Eu senti muito a sua falta, do seu cheiro e pensei que você talvez sentisse também, por isso fiz isso.

Caramba! É claro que eu quase morri de saudade dele e sabia que ele também sentia, mas isso é incrível!

Voltamos a nos beijar com calma e docemente, passo meus braços no seu pescoço e ele envolve a minha cintura, é um beijo carinhoso e a minha vontade é de nunca mais me afastar dele!

J - Desculpe atrapalha-los, mas gostaria de saber o que vocês querem para o almoço.

D - Vamos a cozinha ver?

Eu digo que sim com a cabeça e seguimos para o outro lado do apartamento, porém antes vou até o meu quarto e coloco meu tigre sobre a minha cama, Davi sorri com o meu gesto.

Para chegar a cozinha é preciso passar pela sala da TV e há um pequeno corredor, a parede termina com um balcão de mármore preto que corta a cozinha em duas, de um lado tem uma mesa de quatro cadeiras retangular de vidro e uma espécie de estante que combina com a mesa com uma TV e um rádio, o outro lado é bem maior e é onde se encontra uma geladeira grande de inox, um fogão de dez bocas também em inox, uma outra mesa no canto redonda, a pia que vai de um canto a outro da parede e também é de inox, um armário embutido e um micro-ondas ambos preto. Todos os utensílios seguem o padrão em inox, preto e branco.

E - É a cozinha mais bela que eu já vi! Minha mãe vai enlouquecer quando ver!

J - Ela já viu! Foi o que a convenceu de vir para cá.

E - Agora eu entendi.

Todos damos risada.

Vejo uma porta que vai para uma varanda, lá encontro duas máquinas, uma deve ser de lavar e a outra deve ser uma secadora, tem umas plantas na janela, um banheiro pequeno e três portas que estão fechadas.

E - Isso aqui é enorme!

D - Amor é só um apartamento!

Dou risada, ele não tem noção do que é um apartamento normal! Não posso julga-lo, eu não consigo imaginar o tamanho do castelo onde ele vive.

E - De quem são essas plantas?

- Minhas, senhora!

Me responde uma das mulheres que me foram apresentadas ontem, mas não lembro mais o seu nome. Se não me engano é a cozinheira e vejo no seu rosto que ela está apreensiva. Quando parei para observa-la vi que ela, as outras duas empregadas e o senhor que faz a manutenção estão um do lado do outro, enfileirados, parece que sou uma general e eles os soldados.

E - Qual é o seu nome mesmo?

- Maria, senhora!

E - Isso mesmo, acho que agora consigo lembrar! Você é a Maria, a cozinheira, você é a Ana, a governanta, você é a Rose a empregada e você é Pedro da manutenção.

Digo e todos vão assentindo com a cabeça.

E - Até que a minha memória não é tão ruim assim. Maria, eu não entendo muito de plantas, mas minha mãe ama e sem dúvidas trará as dela para cá também. Ali aonde as suas estão me parece que é pequeno e não bate tanto sol, lá encima não seria mais apropriado?

Maria - Se a senhora se incomodar com elas eu posso dar para alguém cuidar para mim.

E - Oi? Não me incomodo com elas, não estou reclamando. Só pensei que você gostaria de ter mais espaço para elas.

Maria sorri e parece não estar acreditando no que ouviu.

Ma - Sem dúvidas senhora, lá em cima seria muito bom, mas as plantas são minha e não quero que invadam o espaço da família.

E - Em primeiro lugar, meu nome é Elana, mas podem me chamar de Lana, nada de senhora ou senhorita, não vejo necessidade disso e isso serve para todos. E segundo, não vejo problema nenhum em pôr suas plantas em um lugar mais adequado, porem se você as quer por perto, para mim tanto faz! Agora me digam o porquê de vocês estarem tão sérios e nessa postura?

Davi e Jhef estão só me observado e os demais me olham como se eu fosse de outro planeta, sou gerente e tenho mais de trinta funcionários sobre a minha responsabilidade, todos me chamam pelo apelido e os tenho como amigos e não subordinados, na realidade tenho aprendido muito disso na faculdade. A era de uma hierarquia bruta de cima para baixo já caiu em desuso a muito tempo, não vou querer isso dentro da minha própria casa.

Minha casa! De fato eu me acostumei muito rápido com esse lugar, mas quem não se acostuma fácil com coisa boa?

Todos ainda estão me olhando.

E - Para começar não precisam ficar assim tão sério na nossa presença.

Só me dei conta agora da real posição do Davi, não posso dizer como um funcionário pode ou não agir na frente dele, devem existir regras.

E - Quis dizer que podem ficar à vontade comigo, minha irmã e minha mãe.

É melhor esquecer esse discurso, com o tempo eles irão relaxar.

E - Enfim, viemos ver o almoço, por favor fiquem a vontade para voltar as suas atividades.

Digo e todos começam a se movimentar, Davi me abraça pela cintura e Jhef sorri para ele.

Pela primeira vez o peso da coroa dele caiu sobre as minhas costa, será que os meus ideais de todos sermos iguais será um problema na rotina real? Eu nunca tinha pensado nisso, mas agora me parece ser um grande problema.




A vida com o príncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora