1. jonathan

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Luke.


Oh meu deus, eu não posso sequer posso pensar direito agora, minhas mãos estão tremendo e eu sinto que vou vomitar. O orfanato é enorme, parece uma mansão. Era muito intimidante, quase escuro, ele não parecia com um lugar para crianças. Eu envolvo meu casaco apertado em torno de mim quando o ar começa a chicotear ao nosso redor. Michael sente minha tensão e dá um aperto na minha mão.

"Hey, vai dar tudo certo... eles são apenas bebês." ele me acalma enquanto andamos para mais perto da entrada. Nós tínhamos concordado em adotar um bebê, apenas para tornar as coisas mais fáceis, para que pudéssemos ensinar-lhe tudo desde o início. Só parecia mais natural, ele iria se sentir mais como o nosso filho.

Hoje, nós estávamos aqui para conhecer alguns que estavam prontos para a adoção, eles tinham outras crianças que estavam também, mas estávamos focados nos bebês. Eu senti uma pontada de culpa interior quando entramos no edifício, fotos de crianças cobriam as paredes e de alguma forma eu senti que deveria adotar uma criança, não um bebê. A maioria das pessoas adotam bebês pela mesma razão que nós estamos, então quem vai adotá-las? Quem vai levá-los para casa e amá-los e protegê-los? Muito parecido com o que Michael fez comigo.

Uma mulher com unhas pontudas e muita maquiagem estava atrás da mesa, digitando em um computador quando ela nos vê. Ela olha para cima e nos dá um sorriso falso, um pouco de seu batom preso em seus dentes.

"Oh, vocês devem ser os Cliffords, estão aqui para ver alguns bebês?" ela pergunta com um falso entusiasmo.

"Sim, somos nós mesmos." Michael diz, dando-lhe um sorriso caloroso em troca. Eu poderia dizer o quanto ele estava animado. Eu também dou-lhe um sorriso de boca fechada. Eu fico olhando para o chão em mosaico quando ela nos leva para a sala dos bebês. Enquanto andamos pelos corredores, eu vejo outras crianças. Algumas delas parecem felizes, outras... nem tanto. Isso só aumenta a minha culpa, nenhuma criança merece ser submetida a isso.

Ela empurra uma porta velha de madeira pesada e nos encontramos na frente de mais de uma dúzia de bebês dormindo em berços. Eu olho ao redor do quarto cheio de crianças dormindo. Minha respiração engata e eu tenho medo de me mover, com medo de que eu acabe acordando uma delas, causando uma onda de choro.

Michael, no entanto, não é nem um pouco tímido, ele me puxa e se inclina nos berços, olhando para as crianças.

"Lukey, como é que nós vamos ser capaz de escolher?" ele claramente me pergunta.

"Eu não tenho a mínima ideia." eu sussurro de volta. Nós caminhamos até o último berço, encontrando-o vazio. Eu dou a Michael um olhar curioso e ele só dá de ombros.

"Vocês gostariam de conhecer Jonathan?" uma mulher pergunta baixinho, segurando uma criança pequena em seus braços. "Ele não está dormindo, está apenas sentado, olhando para o teto. Eu imaginei que ele pode querer dar um passeio." ela diz quanto olha para o pequeno menino.

"Oh, Luke!" Michael sussurra alto, extremamente animado. "Ele é adorável e realmente se parece um pouco com você."

"Isso é impossível, Mikey." eu calmamente rio. Jonathan boceja e seu nariz forma pequenas rugas. Michael animadamente salta para cima e para baixo.

"Oh meu deus, um gatinho! Ele franze o nariz igual a você!"

"Shhh, Mikey, vamos apenas passear com ele, sim?" eu digo calmamente para o meu marido super animado. Ele balança a cabeça e saímos do quarto dos bebês. Deixo escapar um suspiro que eu não estava ciente de estar segurando. A enfermeira fica ali, balançando o menino em seus braços.

"Ele é realmente muito tranquilo, ele é um bebê muito bonzinho." ela nos diz ao olhar para ele. "Você gostaria de segurá-lo?" ela pergunta com os olhos esperançosos.

"E-eu?" eu pergunto, apontando para mim. Ela balança a cabeça alegremente. "Hum, com certeza." eu engulo em seco, tentando não surtar. Eu nunca segurei um bebê antes...

Ela o coloca cuidadosamente nos meus braços, seus olhos azuis encarando os meus. De repente, tudo parece real. Eu posso ver nossas vidas com Jonathan. Eu me sinto um pote de felicidade quando a criança olha nos meus olhos.

"Olá, Jonathan." eu digo, enquanto balanço para frente e para trás. "Michael?" eu digo, não tirando os olhos de Jonathan.

"Sim gatinho?"

"Eu acho que encontramos o nosso bebê." eu sorrio.




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