31. pen

356 48 42
                                    

Luke.


Ele tirou minha camisa, seus olhos se movendo para cima e para baixo no meu corpo pálido. Ele se inclina para baixo e deposita beijos persistentes sobre meu peito. Ele vai para os meus braços. Os curativos foram removidos e ele olha fixamente para cada cicatriz, incluindo as mais recentes. Ele puxa meu braço até seus lábios e suavemente beija cada uma.

"Tão bonito." ele resmunga contra a pele danificada.

"Não, não, é... medonho." eu suspiro. Seus olhos verdes piscam para mim.

"Elas são impressionantes, isso mostra quem você tem sido através das batalhas, elas representam quando você estava perto de perder..." ele beija a mais recente cicatriz, continuando, "Mas você foi forte o suficiente para sobreviver, você foi forte o suficiente para passa por toda a dor. Lukey, elas mostram o quão incrível você é, você é lindo, e por isso elas também."

"Sério?" pergunto-lhe, lágrimas de felicidade se reunindo nos cantos dos meus olhos. Seu sorriso genuíno e amoroso desapareceu e foi substituído por um sorriso malvado.

"Não." ele grita. Eu fiz uma careta, confusa.

"O-o quê?" minha voz tremeu.

"Essas cicatrizes horríveis. Você é apenas um garoto fodido à procura de atenção e essas...", ele aponta para os meus braços, "São as coisas mais feias que eu já vi na minha vida, isso mostra o quanto você é fraco." seu rosto está a poucas polegadas do meu e suas palavras liberam cada sílaba. As lágrimas estão fluindo livremente agora e eu não posso descrever esse sentimento... eu amo ele, e ele está dizendo essas coisas sobre mim? Tudo o que ele me contou era uma mentira? "Agora, saia daqui, eu sinto nojo de você, Luke Hemmings."

Ele não estava bêbado, ele estava completamente sóbrio. Ele sabia o que estava dizendo.

E ele quis dizer isso.

Eu acordei suando frio, respirando pesadamente. Ainda estava escuro e April dormia na cama ao meu lado. Eu estava em um quarto de hotel, e não era um pesadelo... isso era real.

Isso realmente tinha acontecido.

Eu queria perdoá-lo... eu realmente queria. Eu ainda o amo e quero desesperadamente que tudo fique bem.

Mas nunca ficará. Eu poderia ter perdoado a traição, mas não por isso. Nunca. Será que ele ainda se lembra? Será que ela sabe que ele disse aquelas coisas terríveis para mim?

Eu tenho tido esses pensamentos todos os dias durante uma semana. Ele nem sequer tentou entrar em contato comigo. Nada. Nem mesmo uma mensagem, uma ligação, nada.

Talvez ele quis dizer isso, quero dizer, ele nunca diria aleatoriamente essas coisas. Não, essas coisas foram pensadas. Ele já devia ter esses pensamentos na cabeça. Ele realmente achava isso. Ele realmente mentiu... mas por quê?

Por quê ele simplesmente iria mentir e fingir?

Mas não dessa vez, ele estava sendo sincero, pelo menos uma vez. Calum lhe disse que se ele não me amava, não era para vir. E ele não o fez. Ele nunca veio, ele não me ama.

Por alguma razão, sob a mágoa e raiva e tristeza, fiquei aliviado.

Pelo menos ele estava feliz e eu não estava sobrecarregando-o... pelo menos eu sabia que isso é o que ele queria. Eu não estava prendendo-o mais. Ele estava livre. Era hora de eu deixá-lo ir. Não importa o quanto isso me mate. Eu precisava seguir em frente.

Eu fiquei acordado durante horas, só pensando. Eu ouvi o sim do alarme, acordando April. Ela tinha que se arrumar para a escola. Seria seu último dia, porque estamos indo embora. Mas eu não iria lhe dizer isso, ainda não. Eu vou encontrar outra escola de dança para ela, onde quer que a gente for. Eu mordo meu lábio e a ajudo a ficar pronta, em seguida, indo para o hall para o café da manhã.

Nós chegamos lá e eu fico surpreso ao ver Calum sentado em uma das mesas. As mãos cruzadas na frente dele, uma pilha de papéis colocados na mesa. Ele parecia nervoso e quase... culpado.

"Cal?" eu pergunto e sua cabeça se vira na minha direção.

"Uh, oi, Luke." ele gagueja e April corre até ele.

"Oi, tio Cal!"

"Oi querida." ele diz tristemente, acariciando seus cabelos suavemente.

"Princesa, vá pegar um pouco de cereal, okay? Temos que ir em breve." eu lhe digo suavemente e ela corre.

Me sento na frente de Calum e nervosamente brinco com meus dedos, isso se tornou um novo hábito.

"Você está aqui por causa de Michael, certo?" pergunto sem olhar para cima. "Você disse a ele? Você disse para ele exatamente o que eu te disse?" ele engole duro e balança a cabeça, não encontrando meus olhos. Ele não diz nada, por quê ele não está dizendo nada? "E?" pressiono.

Ele não diz nada novamente, apenas empurra os papéis na frente dele para mim. Olho para eles.

Os papéis do divórcio.

Minha mão cobre a boca para abafar um soluço estrangulado. Isso estava realmente acontecendo.

Isso é real. Ele não me ama mais. Eu me pergunto se ele já me amou...

Eu tenho que deixá-lo ir, ele tem que ser feliz. Eu o amo muito ainda para fazê-lo ficar comigo. Deixe-o ir Luke... deixe-o ir.

"Sinto muito, Luke, é para o be-"

"Você tem uma caneta?" mudo de assunto. Ele olha para mim, surpreso. Ele me entrega uma caneta.

Eu começo, eu assino. Eu quebro.

"Luke, é o melhor. Confie em mim, você vai ser mais feliz sem ele." ele diz, guardando os documentos em um envelope. Eu não digo nada, não tenho mais nada para discutir, nada para dizer.

Está terminado.

"Sinto muito, Luke. E-eu vou vê-lo em breve. Não se preocupe, você vai ser muito mais feliz, é só esperar." ele vai embora.

"Não, eu não vou." sussurro depois que ele parte. "Eu nunca vou ser feliz novamente."

SPEAK  ➸ mukeOnde histórias criam vida. Descubra agora