6. april

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Michael.


Tem se passado uma semana desde que eu menti para Luke sobre Jonathan. Expliquei tudo para ele e ele foi muito compreensivo. Ele me perdoou completamente e disse que estava mesmo animado por Calum e Kat. Eu não acreditei por um segundo, eu sei como o seu coração foi partido, eu não ouso mencionar April. Eu sei que isso só aumentaria sua dor, então eu vou só esperar até ele querer isso por si mesmo, se ele quiser.

"O que você está fazendo?" ele pergunta quando entra na sala de estar.

"Uh, apenas assistindo TV." mesmo que eu não estivesse prestando nenhuma atenção.

"Bem, se levante seu vagabundo, vamos embora." ele diz alegremente. Eu olho para ele, intrigado.

"Ir para onde?"

"Ver April, você sabe, se você ainda quiser...", ele deixa no ar, olhando para mim enquanto brinca com o seu piercing no lábio.

"Luke, você sabe que você não tem que fazer isso, se você não estiver pronto, eu entendo." eu digo, pegando sua mão na minha.

"Eu sei. Eu quero, de verdade." ele me convence. Eu o sigo até o carro, de repente me sentindo um pouco nervoso. Eu respiro fundo, sabendo que ainda temos algumas horas até realmente vermos April, uma vez que o orfanato fica à três horas de distância.

"O que há de errado, Mikey?"

"Uh, eu realmente não sei, eu estou apenas... nervoso." eu admito, sem entender este sentimento. Quero dizer, ela é uma criança, mas por alguma razão, eu realmente quero que ela goste de mim, e eu estou com medo de que eu vá dizer algo estúpido que faça ela me odiar.

"Sobre April?" ele rio levemente. Eu balanço minha cabeça, sentindo-me bobo por me preocupar com isso.

"Honestamente, eu também." Luke diz em voz baixa.

~*~

Eu prendo minha respiração enquanto abro a porta do carro para Luke, pegando sua mão enquanto caminhamos para as portas.

Eu ando até a mesa, as recepcionistas nos reconhecem imediatamente.

"Olá meninos, já faz alguns dias. Aqui para ver bebês de novo?" ela pergunta. Eu balanço minha cabeça.

"Na verdade, estávamos esperando que pudéssemos ver uma criança, April é o nome dela?" eu pergunto. A expressão da mulher muda e ela está com uma ligeira carranca.

"April? Sério?" ela pergunta, incrédula. Eu aceno com a cabeça, dando-lhe um olhar interrogativo. Ela digita alguma coisa no computador e pega o telefone, ela nos olha antes de discar um número.

"Só um momento."

Nós nos sentamos em duas cadeiras de madeira perto da porta. Ainda segurando a mão de Luke, eu esfrego meu polegar em sua pele. Nós dois encaramos nossas mãos entrelaçadas e eu sorrio.

"Meninos." ela nos chama. Ambos ficamos de pé e nos aproximamos da mesa.

"Ela está no final do corredor à esquerda." ela faz um gesto para o longo corredor.

"Obrigado", eu digo a ele, oferecendo um pequeno sorriso.

"Boa sorte." ela murmura sarcasticamente. Mas eu simplesmente a ignoro, não me importando com o que ela tinha a dizer.

Luke e eu abrimos a porta para o que parecia ser a sala de brinquedos. A sala é ocupada com crianças, brincando com bonecas, desenhando, fazendo pintura a dedo ou brincando com comida de mentira.

SPEAK  ➸ mukeOnde histórias criam vida. Descubra agora