Rejeição

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"Sentado no escuro, não posso esquecer

Até mesmo agora, percebo o tempo que nunca terei

Uma outra história das Amargas Pilulas do Destino".

-Slipknot

Castiel me toca e nos teletrasportamos novamente, estamos na entrada da casa de Bobby, eu estou com os olhos inchados de tanto chorar. Não sei como entrar e despejar tudo isso neles, não sei pensar sem ter vontade de chorar.

-Você pode escolher usar esse dom. - Diz Cass. –Achei que tinha que saber. Nunca aconteceu algo estanho com você? –Ele pergunta, querendo apenas me ajudar, porém mesmo sendo importante, esse dom fica tão pequeno perto da minha perda de agora.

-Achei que fosse só intuição, a minha mãe ignorava essas coisas. –Eu digo, provavelmente ela sabia, apenas fingia que não existia, assim como todas as outras coisas que ela havia me escondido.

-Entendo. –Ele diz. –Ela queria que não desconfiasse. –Ele diz. Eu concordo. Nem isso minha mãe me contava... E eu achando que era louca, que aconteciam coisas estranhas como sentir... Mas era eu, eu sou assim. Minha cabeça dói, dói muito. Mentiras, minha vida foi cercada da coisa que eu mais abomino.

-Você precisa contar para eles. –Diz Cass colocando sua mão no meu ombro, em sinal de apoio.

-Sim. –Eu digo. –Obrigado Cass. –Olhei e ele não estava mais lá. Eu estava com dor, com ódio, com raiva, com tudo... Todos os sentimentos juntos e isso é uma grande bagunça. Se minha mãe tivesse me contado sobre meu dons, sobre a caçada, sobre tudo isso, nada disso teria acontecido. Meu pai foi torturado, pela merda da placa de demônios que nem estava com ela. Não pensei que me sentiria assim... Entrei super irritada, eles estavam todos conversando e rindo... ótimo, meu pai morto e eles rindo.

-OI. –Eu disse, super irônica e todos se surpreenderam. –Desculpe estragar a diversão. –Eu digo os fitando seria, eu não conseguia me controlar, meu corpo todo tremia involuntariamente, o meu tudo todo estava desabando e aquilo para eles era apenas mais uma caçada. 

-Você estava chorando. –Diz minha mãe que iria até mim, ela tem a aparência fraca ainda. Mas, Bobby a interceptou. Eles me observavam em choque. Minha mãe com um olhar tão perdido que eu tinha medo de falar, porém eu queria apenas xingar todos...Por não terem protegido o meu pai.

-o que houve Clary? –Diz Dean se aproximando de mim com passos cautelosos.

-Pode ficar ai! –Eu grito para ele que recuou e me lançou um olhar de reprovação. –Sabe a placa dos demônios? –Eles concordam. –QUE BOM QUE SABEM! ÓTIMO! –Eu grito, grito pela mágoa que estava dentro de mim guardada.

-O QUE ACONTECEU CLARRISSA? –Gritou minha mãe, eu a olhei furiosa. Ela sabe que algo aconteceu. Seu olhar era de reprovação por meu comportamento, eu e minha mãe nunca fomos de brigar, mas, eu não via outra forma nesse momento.

-MEU PAI MORREU! –Eu grito. –OS DEMÔNIOS FORAM LÁ EM CASA, ACHANDO QUE A PLACA ESTAVA LÁ, E TORTURARAM-NO. –Eu grito, e percebo que foi alto demais. A imagem de meu pai gritando de dor invade minha mente, me trazendo um enjoo. Os olhos de minha mãe se enchem de lágrimas, como se algo nela tivesse se quebrado...E se quebrou em mim também.

-Como sabe? –Pergunta Sam preocupado e confuso com o despejo de acontecimentos.

-Castiel me levou lá. –Eu digo. -Ele...Eu vi meu pai...Cheio de sangue, torturado...Por causa dessa coisa que vocês fazem...-Dentro de mim só existia raiva e eu odiava isso, odiava ter meu corpo todo com a mais pura raiva.

-Clary ! CHEGA! –Diz Dean me fitando sem paciência, provavelmente me achando uma menina mimada com chilique, ele não tinha esse direito. Não nesse momento.

-CHEGA? ! –Eu digo. –CHEGA? É isso que tem para dizer. –Eu olho para minha mãe com raiva. –Você não me contou nada, nem sobre sua vida, nem sobre meus dons, NADA! –Eu grito. –E agora ele está morto, e a culpa é toda tua! –Eu grito, talvez agora eu fui longe demais.-Eu nunca vou te perdoar por isso.-Digo com raiva e chorando. Todos se assustam e Bobby segura minha mãe pela mão.

-Eu queria te proteger. –Ela diz soluçando e tentando chegar até mim. Mas, eu me afasto dela, não queria nenhuma desculpa. Isso foi demais. 

-Eu encontrei meu pai morto! –Eu digo. –Por causa dessas coisas! –Digo. Dean me puxou pelo braço e me carregou até a rua. Eu queria empurrar ele, o afastar,mas deixei que me levasse.

-NÃO VAI CALAR A BOCA? –Ele grita. Eu recuei, nunca o vi tão bravo. –E o respeito com sua mãe? –Ele diz. Eu baixei minha cabeça. Ele tinha razão, eu havia passado completamente dos limites, não era culpa dela, não era culpa de ninguém, mas a minha parte com raiva só sabe culpar a ela, pois ela era a única que sabia de tudo, ela era a única que poderia ter me contado.

-Ela... –Mas ele me cortou.

-Não importa o que ela fez. –Ele diz serio. –Respeita ela, não precisa concordar, só respeita. Nunca mais grite assim com ela. –Ele me observa.-Eu sei que está difícil... Mas nos vamos descobrir o que está rolando, e que dom é esse? –Ele pergunta curioso.

-Eu toco em coisas, e posso sentir e ver o que aconteceu... Eu toquei em meu pai e vi eles o torturando. –Eu digo chorando. Dean me pegou para um abraço.

-Eu sinto muito. –Ele sussurra. -Sinto tanto Clary.-Ele me abraça forte.

-Dean... –Eu digo. –Quero sair daqui. Ele me observa.

-Vamos. –Ele disse. Entramos no Impala. –Para onde quer ir? –Ele pergunta.

-Para a casa de Newt. –Ele me observa com uma certa frustração.

-Eu estou aqui te ajudando e quer que eu te leve para casa do namorado? –Ele diz bravo. Poderia ser até ciúmes, mas isso é a ultima coisa que eu vou refletir a minha cabeça dói tanto e meu coração está tão partido, eu não quero pensar em mais nada.

-É meu melhor amigo, idiota. –Eu digo.

-Idiota mesmo. –Ele diz. Dei a ele o endereço, eu precisava desabafar com alguém que não me julgaria nem faria perguntas. Dean me levou até lá sem dizer quase mais nada.

-Obrigado. –Digo descendo do carro. Ele segura minha mão eu o observo.

-Clary, eu posso ser seu amigo. –Ele diz, seus olhos me dizem que é verdade, que ele está sendo sincero.

-Eu sei. Dean... depois eu falo com você. –Digo, senti que ele se magoou. –Eu gosto muito de você. –Ele assentiu. –Eu só, preciso de um tempo ok? Cuida da minha mãe pra mim, não deixa ela sair de lá. –Eu digo. Ele assente.-Eu só...as coisas aconteceram rapido demais,eu preciso respirar.

-Volte logo. –Ele diz. –Sua mãe precisa de você... Eu também. –Ele diz a ultima coisa baixo de mais, para que eu não escutasse talvez. Sai do Impala e entrei na casa de Newt, a qual eu tinha a chave. Ele desceu e me viu, correu até mim... Me pegou em um abraço giratório, eu o abracei forte.

-CLARY! –Ele grita. –Senti sua falta.

-Eu também Newt... Eu também...




Uma Noite Com Dean Winchester(EM EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora