Capítulo Um!

13.4K 656 51
                                    

O despertador tocava uma música animada cujo nome me escapava, e me perguntei quem havia escolhido tal melodia

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.




O despertador tocava uma música animada cujo nome me escapava, e me perguntei quem havia escolhido tal melodia. O som preenchia o quarto, invadindo meus pensamentos enquanto meus olhos se ajustavam à claridade. Era segunda-feira. Ah, como eu detestava segundas!

Meu corpo todo doía, resquícios da saída de ontem à noite com as meninas. Precisava lembrar de perguntar a elas quem me havia trazido para casa. O gosto amargo da ressaca ainda estava presente, e a leve dor de cabeça pulsava de forma irritante. Lembrei vagamente de Andrea rindo e de outra menina, que não me lembrava do rosto, tentando me convencer a dançar em cima do balcão. A lembrança me fez sorrir, mas também me deixou preocupada com o que mais eu poderia ter feito.

Enquanto o som abafado do celular vinha de algum lugar, eu já estava debaixo do chuveiro, deixando a água morna lavar a ressaca. O vapor subia, criando uma névoa que suavizava a luz do banheiro. Não sairia dali por uma simples ligação; quem quer que fosse poderia esperar.

Demorei meia hora no banho, outra meia para secar o cabelo, e então saí do banheiro. Procurei meu celular, sem sucesso, e um olhar ao relógio me alarmou — estava quase na hora de ir para o escritório.

Trabalho na Empire Technology como Assistente Pessoal do CEO, Daniel Delavounne, e sou seu braço direito. Além de ser a revisora de todos os projetos que chegam antes de serem passados a Daniel, todos os assuntos importantes passam primeiro por mim. O escritório era um labirinto de cubículos modernos, paredes de vidro e móveis elegantes. A decoração minimalista refletia a eficiência e o profissionalismo da empresa. Nossas escapadas no escritório eram emocionantes, mas sabia que estávamos brincando com fogo. A última vez que quase fomos pegos pelo Sr. Thompson, o chefe de segurança, ainda estava fresca na minha memória. "Isso pode acabar mal," eu tinha sussurrado para ele, mas o mesmo ignorou com um sorriso malicioso enquanto me puxava para um canto escuro.

Ao abrir a gaveta de lingeries, lembrei que Delavounne voltava hoje à empresa. Decidi que era o dia perfeito para estrear minha lingerie vinho rendada com detalhes negros e cinta-liga preta. Vestida cuidadosamente, escolhi um vestido lápis vinho que terminava dois dedos acima do joelho e calcei meus peep-toes pretos. Meu reflexo no espelho mostrava cabelos pretos perfeitamente alinhados e olhos azuis opacos pela ressaca, contrastando com minha pele pálida — mais parecendo um fantasma do que um ser vivo.

Com certo desânimo — irritada com a pressão do tempo — fiz uma maquiagem básica. Terminando, continuei a busca pelo meu celular, indispensável para manter contato constante com meu chefe.

Procurei em todos os lugares habituais, sem sucesso. Primeiro, pedi calma aos deuses; depois, inutilmente, xinguei até o fabricante do aparelho. Respirei fundo, tentando manter a calma, quando finalmente ele tocou novamente.

Os deuses tardam, mas não falham.

Encontrei o celular jogado no meu closet — não tinha ideia de como fora parar lá, mas isso era irrelevante por ora.

A Outra! - REVISANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora