Capítulo Oito!

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As segundas-feiras já eram uma promessa de obstáculos, mas aquela parecia ter feito um juramento de superação. O calor opressivo do trânsito matinal se instalava em minha pele como um segundo uniforme desconfortável, enquanto cada buzina soava como um martelo contra meu crânio, amplificando a tensão que fervilhava em minhas veias. Quando finalmente consegui libertar meu carro do caos e deslizei para dentro do estacionamento do prédio, a irritação era minha única companhia. Claro, atrasada — um detalhe quase esperado.

A mensagem de Daniel piscava incisiva no meu celular: "Reunião de última hora, não se atrase!" A urgência daquelas palavras ecoava em meio ao caos de uma Nova York cinzenta e chuvosa, que parecia particularmente irritada naquela manhã.

No lobby, Peter surgiu abruptamente ao meu lado, seu sorriso excessivamente brilhante contrastando com o dia sombrio.

— Nossa, Hellen! Como está linda hoje! — exclamou ele, fazendo com que eu arqueasse as sobrancelhas em desdém.

Contendo um suspiro áspero, forcei um sorriso diplomático.

— Bom dia, Peter! Obrigada.

Entramos no elevador, aquele cubículo de metal frio e impessoal que se tornava um refúgio inadequado da presença de Peter. Silenciosamente, implorei para que outra pessoa entrasse, evitando a subida solitária até o trigésimo andar com ele.

— Como foi seu fim de semana? Vi você e Andrea na Infinity ontem — ele começou, sua voz invadindo o silêncio.

Confinada entre as paredes de aço, batia o pé impacientemente, contando os andares com uma exasperação crescente.

— Normal como todos os outros. Tem certeza de que era mesmo nós? — retruquei, tecendo uma mentira rápida.

Peter jamais frequentaria lugares como o Infinity. Seu estilo era sofisticado demais para frenquentar os mesmo ambientes que os meus, ou assim eu pensava. Talvez fosse essa distância social que me fazia relutar em dar-lhe qualquer chance além da cortesia profissional.

— Não tem como te confundir, Hellen. — Seu sorriso se alargou, tentando diminuir a distância entre nós.

Eu recuei instantaneamente.

— Com certeza tem. Em uma balada, as pessoas bebem, ficam alteradas... você poderia facilmente confundir alguém, sabia? — O espaço entre nós carregava uma tensão palpável.

— Mas como eu disse, não tem como confundir você. O jeito que dança é único. Nenhuma mulher consegue ser tão... sensual — aproximou-se mais, seus olhos fixos em mim de um jeito que fez minha pele formigar de desconforto.

Ainda faltavam dez andares.

— Peter, por favor, mantenha distância — pedi, minha voz tingida de urgência.

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