Capítulo Três!

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EDITADO: 01/05/2024


Daniel, por algum motivo, optou por se comunicar através de Amélia ao longo do dia

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Daniel, por algum motivo, optou por se comunicar através de Amélia ao longo do dia. Ele a enviava com recados e documentos, evitando contato direto comigo. Cada vez que Amélia retornava, ela parecia mais confusa e frustrada.

- Ele está impossível hoje. Como você lida com isso normalmente? - Amélia perguntou depois de sair da sala dele pela terceira vez.

- Com muita diplomacia e mantendo o foco no trabalho. - Respondi, escondendo meu próprio desconforto com a situação.

À medida que a tarde avançava para o seu final, as amplas janelas do escritório capturavam os últimos raios de sol, que lançavam um brilho dourado sobre a cidade. O silêncio que envolvia o espaço ampliava cada som, desde o suave zumbido do sistema de ar condicionado até o eco distante de passos nos corredores, agora mais tranquilos à medida que o dia se encaminhava para o crepúsculo.

- Você tem que ir comigo nessa festa, Hellen! - Amélia insistia, seu tom mais choroso do que o normal, uma tática que ela sabia ser eficaz comigo.

- Não sei, Amelia. A última vez que fui a uma festa como essa, acabei emendando os dias até ser praticamente carregada para meu quarto para dormir. - Eu sorri, tentando manter a atmosfera leve enquanto organizava as pastas com as pautas para a reunião do dia seguinte.

- Mas dessa vez eu estarei lá para te vigiar. E se você exagerar, prometo que te levo para casa segura. - Ela parou na minha frente, fazendo aquela cara irresistível do gato de botas, sabendo exatamente como me amolecer.

- Isso é jogo sujo, sabia? - Eu ri, cedendo como sempre fazia, e a abracei. - Tá bom, eu vou. Mas já aviso: não me responsabilizo pelos meus atos depois que o álcool entrar em cena.

- Eu cuido de você. - Ela piscou, satisfeita com a vitória.

Nós voltamos a arrumar a sala de reunião, mas minha mente estava inquieta. Já era quinta-feira, e desde o incidente na segunda-feira, Daniel e eu mal havíamos trocado palavras pessoalmente. Ele se limitava a interações estritamente profissionais, pedindo relatórios ou passando instruções por telefone, sempre com uma frieza que me era estranha.

Na terça-feira, Daniel chegou bem depois do horário do almoço sem dar explicações, deixando-me a tarefa de inventar desculpas para sua ausência nas reuniões matinais. Na quarta-feira, ele foi direto falar com Amélia, evitando qualquer contato direto comigo, o que só alimentou rumores e me deixou pensando sobre sua frieza repentina.

Sua irritação era palpável, e eu me pegava frequentemente lembrando de seu rosto contorcido em frustração. Mesmo sabendo que era temporário, não podia deixar de me perguntar: e se não fosse? E se essa nova distância entre nós se tornasse permanente?

Eu sentia falta do calor que nossa interação usual trazia, mesmo que às vezes fosse complicada. Agora, cada encontro casual nos corredores era um teste para minha sanidade, me deixando lutando contra o desejo de confrontá-lo ou buscar uma explicação.

A Outra! - REVISANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora