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Chegamos na casa de Adam, e como todos os sábados acontecia, a casa estava lotada.
Várias pessoas da escola estavam ali, inclusive algumas pessoas da minha sala.

- vamos mesmo entrar? - pergunto para Eliot.

- lógico né!

- vamos logo. - falo e saio do carro com Eliot.

Passamos por um bolinho de pessoas na entrada de casa e logo chegamos na sala, Adam logo veio nos cumprimentar:

- olha só quem apareceu. - Adam já estava com una garrafa de alguma bebida alcoólica na mão.

- tem comida aí?

- caramba, Eliot, você só pensa em comida, seu bujão?

- tem ou não? - ele mal espera uma resposta, já vai em direção a cozinha.

Me jogo no sofá de Adam e tiro o celular do bolso.
Ao desbloquear a tela, vejo a foto de Katie, aquela foto que eu tinha pegado sorrateiramente em uma rede social qualquer.
Várias risadas invadiram o ambiente, e eu rapidamente bloqueie o celular.
Tinha uma escada na sala, que dava acesso ao segundo andar da casa de Adam onde ficavam os quartos.
Ouvi risos mais proximos e logo um garoto subindo as escadas, ele puxava alguém que eu ainda não tinha identificado.

Até agora.

Katie era a pessoa que estava sendo puxada.
Ela se surpreendeu ao me ver, assim como eu ao vê-lá.
Ela ria pelo canto da boca, enquanto subia as escadas, por um segundo, seus olhos verdes se cruzaram com os meus.
Naquele momento ela deu uma paradinha no meio do caminho, como se constatasse que eu Estava mesmo ali, mas logo foi puxada pelo namorado.
Meu estômago revirou ao imaginar o que provavelmente eles iriam fazer lá em cima.

Me levantei e fui a procura de Eliot, não queria mais ficar ali.

-Eliot? - o chamei

- o que ouve, cara?

- eu vou pra casa. - falo colocando meus óculos escuros.

Eu não ficaria ali, primeiro porque estava vestido como um mendigo, e segundo... porque eu não queria ver Katie, não com aquele cara.

- mas já? - Eliot arregalou os olhos.

- pode ficar aí se quiser. - falei virando as costas.

Como não obtive resposta, apenas sai da casa de Adam e entrei novamente no carro.

- mas que droga Josh! O que esta acontecendo com você, seu bosta? - eu falei para mim mesmo, batendo as mãos com força no volante.

Eu estava gostando de uma garota que nunca nem falou comigo, e que além de tudo tinha um namorado.
Eu tinha que parar com aquela neura.

Dei umas voltas na cidade antes de ir pra casa, provavelmente estava com os olhos vermelhos.
Ao chegar, rezei para que minha mãe estivesse no banho ou fazendo alguma outra coisa que tirasse a atenção dela de mim.

- já chegou? - droga.

- já.

- o que ouve? - ela perguntou vindo até mim.

- nada mãe... - tentei me desvencilhar dela.

- Josh, eu te conheço, me diga agora o que ouve. - ela tirou os óculos de mim e me olhou num misto de pena e confusão.

Senti ela me abraçar, e fechei os olhos, me permitindo chorar.

- ah... as dores do primeiro amor. - minha mãe afagou meus cabelos.

Ela ficou ali, abraça comigo, o tempo que me foi necessário.
Eu me sentia aliviado de alguma forma, um colo de mãe sempre era bom.

- está melhor? - ela me perguntou quando se separou de mim.

- um pouco.

- vai tomar um banho, deite um pouco. Sinto muito, mas essa dorzinha aí - ela apontou para meu peito - não se cura com remédio.

Então eu fui para o meu quarto, e fiz o que minha mãe falou.
Mas não dormi, puxei meu caderno de cima da mesinha ao lado da cama e comecei a escrever coisas sem sentindo.
Alguns rabiscos, coisas assim.
Katie tomava conta de todos os meus pensamentos, tudo o que eu imaginava me levava a ela.
As músicas que eu ouvia derrepente pareciam descreve-la.
Estava uma confusão dentro de mim, e eu não fazia a menor ideia de como arruma-lá.

Do começo ao fimOnde histórias criam vida. Descubra agora