8 - O Chuveiro

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Eu torci acidentalmente o tornozelo do meu tecnicamente quase chefe e parceiro de crime.

Bem, mas isso são águas passadas uma vez que já havia algumas boas horas desde que eu estava sobre ele, meus seios contra seu peito e nossos lábios quase se tocando, minhas mãos fechadas em seus ombros largos e minha respiração irregular pelo excesso de adrenalina no sangue. Eu definitivamente não esperava que ele iria cair tão fácil e muito menos que alguém pudesse torcer um tornozelo em um solo de areia. Esses jovens fitness estavam progressivamente com os ossos mais fracos!

Quando ele começou a gritar como a Perry Hilton para que eu saísse de cima dele, a minha ficha finalmente caiu: eu havia me safado do desemprego milagrosamente uma vez e o raio não cai duas vezes no mesmo lugar, especialmente quando se trata de Vanessa's. Eu definitivamente deveria atualizar meu currículo novamente depois daquele terrível acidente – que o grande fresco ficou resmungando o caminho todo até o hospital ser uma tentativa de homicídio.

"Tá inchando! Olha o que você fez" choramingou James pela milésima vez.

"Considere-se uma mulher demitida" ele disse pouco antes de o carro passar uma lombada que o fez se mover no banco e, consequentemente, soltar um grito de dor.

"Só teu pai pode me demitir" cantarolei "Agora, por favor, para de choramingar. Estamos quase chegando"

"Se ele souber que você fez isso, eu não contaria com a clemência dele." Rebateu.

"Escuta, coração. Depois de tudo que você contou sobre tua relação com ele, tenho certeza de que se eu te matasse, ele pagaria meu advogado sorrindo." No momento que falei isso, me arrependi por notar a dureza das palavras, ainda que honestas.

Ele ficou calado o resto da viagem até o hospital.

Quando finalmente entramos na emergência, seu pé estava tão inchado que eu começava a considerar ser uma fratura. Ele estava suando frio pela dor e eu pela culpa. Não diria que era uma daquelas pessoas que "não machucariam nem sequer uma mosca", muito pelo contrário! Tinha ao menos três raquetes elétricas em casas para essas, mas acontece que aquela mosca com a patinha quebrada era especialmente gostosa e tinha os olhos azuis salpicados de lágrimas para me assombrar a noite.

Ele foi de cadeira de rodas com a enfermeira e eu fui logo atrás com a desculpa de ser sua namorada. Mentira que ainda que fosse pouco crível dados olhares rancorosos de James em minha direção, ela não pareceu disposta a contestar.

Enquanto ele realizava os exames para avaliar a gravidade da minha brincadeira, aproveitei para ligar para Luísa usando o celular de James, uma vez que o meu àquela altura deveria estar m algum lugar da feira do rolo, para explicar meu sumiço da praia. Ela certamente não se lembraria de nenhuma palavra sequer que eu disse dada sua voz embriagada. Eu podia ver seus olhos vermelhos quase como se ela estivesse na minha frente.

— Felizmente foi apenas uma torção. — a ortopedista anunciou. — Ele vai precisar ficar duas semanas com o tornozelo imobilizado e esse remédio vai ajudar com a dor. — Ela entregou a receita para mim, enquanto James estava de braços cruzados em uma cadeira de rodas. A bota ortopédica cobria quase sua panturrilha inteira e ele estampava a expressão menos amigável que já vi em seu rosto. — Está livre para sair.

Levantei-me do sofá em que estava para trás da cadeira de rodas e comecei a empurrar a contragosto do resmungão que não conhecia o conceito perdão. Entramos no elevador vazio e apertei o botão do térreo onde havia estacionado meu carro e deixado as muletas já no porta-malas enquanto a médica preparava a bota:

— Para de reclamar, James! Já foi, desculpa tá, eu não sabia que seus ossos têm a consistência dos da minha avó. — pedi exasperada enquanto o empurrava para fora do elevador.

Nada além de uma noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora