Começar Tudo De Novo - Série Recomeço (Livro Um) (Romance Gay)

Capítulo 1

Me chamo Rodrigo Rodrigues Martins. Meus pais são divorciados e vivo com minha mãe, Beatriz, a única que me apoiou quando eu revelei minha sexualidade publicamente. Tenho 17 anos e vou fazer 18 no dia 5 de Outubro de 2015. Meu pai disse claro que não queria ter um homossexual como filho e me deu um tapa na cara quando eu disse que eu ainda seria o Rodrigo de sempre.

Bom, hoje é dia 8 de agosto de 2015 e amanhã será o primeiro dia dos pais que irei passar sem ele.

— O seu pai errou muito ao te tratar daquela forma —  disse minha mãe, depois de chegarmos do supermercado, com as compras do mês que eu fiz com o ticket de alimentação que recebi da empresa onde faço um curso de Montador de Estruturas Navais.

— Errou? Mas tudo bem. Tenho você, que me apoiou mesmo eu sendo homossexual — eu disse a ela.

Minha mãe sorriu e foi levando as coisas para dentro da nossa casa.

A gente morava em um bairro de Barra do Sahy, chamado Pedrinhas e eu tinha iniciado o curso no dia 5 de Janeiro de 2015, sendo que ele iria durar um ano e meio, indo até o dia 1° de Julho de 2016.

Pedrinhas nem sempre foi um bairro asfaltado. De primeiro, era um bairro de estrada de chão até a comunidade tomar uma providência e a prefeitura vir fazer o asfalto.

Atualmente, temos asfalto e os ônibus da Expresso Aracruz sobem aqui em horários alternados.

— Mãe, eu vou na casa de tia Márcia e já volto — disse para minha mãe.

— Tudo bem — respondeu ela.

Ao sair de casa, eu me esbarro em alguém.

— Ai, me desculpe — eu disse para a pessoa a quem eu havia esbarrado.

— Tudo bem, Rodrigo — disse a pessoa.

Me levanto e olho para a pessoa em quem eu havia esbarrado e vejo Marcelo, um dos amigos de meu pai.

— Oi, Rodrigo — disse Marcelo, um homem baixo e moreno. Eu tinha uma queda por ele desde quando o conheci, em 2008.

— Oi, Marcelo — eu disse a ele.

— Sua mãe está em casa? Preciso entregar um recado a ela — disse ele.

— Pode dizer pra mim que eu conto pra ela — eu disse, nervoso por ficar tão perto do homem por quem eu estava apaixonado.

— Tudo bem. Diga a ela que o seu pai pediu para avisar que ele estará fora por uns dias e não terá como atender o celular — ele disse, me dando um certo arrepio ao tocar em meu braço.

— Pode deixar que eu dou o seu recado para ela sim — rebati, voltando para casa.

— Ué, já voltou? — pergunta minha mãe para mim, dois segundos depois de eu entrar em casa.

— O papai pediu para te dar um recado através do Marcelo, já que ele não quer mais me ver: ele vai viajar e não poderá atender o telefone — eu disse para ela.

— Não se preocupe com isso, Rodrigo. Seu pai está sendo um bobo. Deixa ele de lado por uns tempos. Quando ele perceber o erro dele, pode ser tarde demais para ele — disse ela para mim.

Eu a abraço e vou para o meu quarto, onde entro na internet para conversar com Thobias, meu melhor amigo gay. Abro o whats e vejo que ele está off-line. Decido pegar um livro para ler e adormeço em seguida.