Capítulo 3

369 31 0
                                    

-Você está apaixonado pelo Marcelo? - pergunta minha mãe, preocupada.

-Sim, mãe. O Marcelo me atrai de um jeito que eu não sei explicar - respondi e ela me deu um abraço inesperado.

-Eu sempre soube disso - disse ela, e eu olho espantado para ela.
-Como assim? - pergunto a ela.

-Você acha que eu não presto atenção na forma como você olha para o Marcelo? Eu sei das coisas, Drigo - respondeu ela, me chamando pelo meu apelido.

-Tudo bem, mas ele não sente o mesmo por mim - eu desabafei tudo o que havia acontecido comigo e ela me olhou bem e me deu um conselho. Um conselho que passei a seguir, assim que eu ouvi ela dizer:

-Invista nele. Ele tá solteiro e você também. Dê um tempo primeiro, pois ele deve estar assustado com o beijo, mas depois lute por ele - ela disse e eu fiquei feliz por ter a melhor mãe do mundo. -Agora é ele que vai te ajudar a superar a perda do seu pai.

-Sim, mãe. Vou seguir o seu conselho e não se preocupe comigo. Você também tem seus próprios problemas. A morte do papai foi um choque para nós dois - eu disse e dei um abraço bem forte nela, que começa a chorar de tristeza e alegria ao mesmo tempo.

Depois disso, vou para o meu quarto e entro na internet à procura de livros para ler e encontro Procurando Dory, de Thyago Lopez, Pra Sempre Meu, de Thobias Marinho, Meia Noite, de Ralfs Taurino e A Secretária, de Ray e Anny.

-Vou comprar todos - eu disse, efetuando os meus pedidos e indo dormir um pouco.

Uma semana depois, chega o corpo do meu pai, que iria ser velado e enterrado conforme foi o último pedido dele: que fosse enterrado ao lado dos pais e que eu o perdoasse.

-Seu pai te amava, mesmo depois de ter te batido - disse minha mãe, chorando assim que leu uma carta que o meu pai havia escrito a ela.

-Eu sei, mãe- disse eu, chorando junto com ela.

A comunidade inteira de Barra do Sahy estava presente no velório, porém, minha mãe pediu para nos deixar a sós no enterro. Indignados, eles foram embora e nos deixaram em paz. Apenas eu, mamãe, Marcelo e os coveiros Joaquim e Jonas, que iriam enterrar o caixão do meu pai.

-Seu pai era um homem feliz, apesar de tudo - disse minha mãe, sorrindo pra mim.

-Eu vou sentir tanta a falta dele - eu disse a ela.

-Os papéis da pensão que ele deixou para os dois já estão prontos. Só temos que assinar os documentos do INSS para poder pedir a liberação da pensão para vocês - explicou Marcelo, dando um abraço na minha mãe.

Eu apenas o observei e deixei ele a sós com minha mãe e fui para casa, onde passei o resto do dia chorando pela morte do meu pai.

Começar Tudo De Novo - Série Recomeço (Livro Um) (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora