Na primeira semana foi bem difícil lidar com aquela situação. Ver o Leonardo todos os dias e não falar nada. Me doía bastante. Foram se passando dias e dias. Cerca de um mês depois eu conheci o João, estávamos muito amigos, andava mais com ele do que com o Douglas e o Guilherme. Confesso que o João era lindo, lindo demais, mas ainda pensava no Leonardo. Mas não demonstrava nada. Faltavam duas semanas para chegar nossas férias, enfim sairia da escola, porém não sabia pra onde eu iria ir. João me convidou para ir viajar com sua família e ele. Mas eu não estava nada afim de ir.
Estávamos na aula, na segunda aula, para ser mais exata era aula de português. A professora iria dizer as notas, eu estava pouco preocupada mas via que muitos alunos estavam desesperados, inclusive Leonardo.
Professora: Irei falar agora por ordem alfabética as notas de todos e quando terminar irei propor uma ajudinha a vocês para ninguém ter que passar as férias aqui, combinado?
Alunos: combinado.
Professora: Alicia 8,5. Aline 7,0. Amanda 10,0. Bárbara 10,0. Bruno 8,0. Douglas 7,0. Eitor 9,0. Fernanda 8,0. Guilherme 5,0. João 7,00. Júlia 5,0. Larissa 10,0. Leonardo 4,0. Lucas 10,0. Nayara 9,0. Pedro 8,5.
A sala estava em um silêncio, uns sorria atoa. Outros, como o Leonardo está calado, tão sério, como nunca o vi. Resolvi me pronunciar.
- Professora, e a tal ajudinha? - pergunto e todo me olham, inclusive o Leonardo.
- Então, Amanda ela não servirá para você. Aliás, parabéns. Mas então, no caso os alunos que ficaram com nota menor que 6 terá a oportunidade de atingir a média. Eu separei alguns alunos para ajudar vocês, será entre duplas. Vocês irão escrever um texto falando sobre o parceiro ou parceira da dupla. Mas não qualquer texto! Quero sinceridade nas palavras. Quero que vocês consigam escrever o que estão sentindo, sendo raiva ou amor pela pessoa. Sendo sentimentos bons ou ruins. Irei avaliar o texto e terá de ler aqui na frente. O que acham? - a professora pergunta.
Ótimo! - a turma responde.
Então lá vamos as duplas: Júlia e Lucas, Guilherme e Bárbara e Leonardo e Amanda.
- Professora? - Leonardo a chama.
- Sim. - Ela responde.
- Poderia trocar minha parceira, acho que ela irá se incomodar em me ajudar. - Leonardo diz rapidamente.
- Amanda, algum problema para você? - a professora se refere a mim.
- Não professora, por mim não há problema algum. Mas se o Leonardo quiser trocar também não haverá problema. - Eu digo calmamente.
- Então Leonardo? - A professora pergunta.
- Pode ficar como esta, se ela não se importa, tudo bem. - Ele diz me olhando.
- Ok então. O trabalho será entregue na próxima quinta. Podem usar as minhas aulas e o dia de vocês. Bom trabalho e boa sorte. - Ela diz se retirando.
As outras aulas passaram rapidamente. João ficou me olhando de cara feias todas as aulas, mas nem me importei. Quando estava saindo João me chamou e voltei para sala de aula.
- Sim. - Digo o olhando.
- Por que você aceitou ajudar aquele filho de uma pura? - Ele perguntou bem exaltado.
Me surpreendi com o modo dele de falar.
- Enlouqueceu? - Perguntei impressionada.
- Olha aqui, Amanda, louca ta você pensando que vai ficar ajudando aquele filho da puta. - Ele fala bem próximo a mim.
- Filho da puta o caramba! Quem você pensa que é pra falar assim do Leonardo? E ainda ofender a mãe dele? Que patético João! Outra, se nem meu pai manda em mim. Você, um moleque desse acha que vai mandar? - Disse ironicamente irritada.
- Amanda não me faça perder a cabeça ou se não... - Não deixei ele terminar.
- Ou se não o cassete! Você não é ninguém pra vir me falar nada. Cuida da sua vida que dá minha cuido eu! - Disse me virando e saindo.
Confesso que fiquei com muito medo pelo modo em que João falava, mas tinha de defender o Leonardo! Fui rapidamente para o quarto. Tomei banho e fui dormir.
(...)
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Entre a minha dor surgiu o meu amor
Roman pour AdolescentsSinopse. Crescer sabendo que a minha mãe morreu após me dar a luz é a maior culpa que levo comigo. Me chamo Amanda Menezes, tenho 16 anos, irei deixar Nova York, sendo obrigada por meu rígido pai a ir morar no Brasil, em um colégio interno. No qual...