Hello Monterey!

42 10 3
                                    


E uma casa bem charmosa, de cor amarelo clarinho, com um pequeno plantio de flores em sua entrada, uma pequena casa de boneca ao meu vê.
Saio do carro um tanto apresada, estava muito curiosa em relação ao interior da casa, porém recebi ordens da chefona que só poderia entrar depois que ajuda-se com as coisas. Ao tirar tudo do carro começo a sentir meu estômago resmungando de fome, chegou a hora de matar esse monstro dentro de mim.
Carreguei o maior número de caixas que poderia aguentar e os deixei em frente a porta, esperando mamãe chegar para destranca-lá. Escuto um barulho de musica alta e gritos vindo da rua, observo aquela um bando de adolescentes barulhentos distribuídos dentro de dois carros, um jeep e um conversível ambos pretos , estavam na maior pose de ''cool'' com roupas de praia e carros cheios de latinhas de cerveja vazia.
Que idiotas! —pensei.
Vejo a porta da casa azul ao lado abrir, uma garota de cabelos loiros sai de lá, deve ter uns 15 anos, mais ou menos a idade de meu irmão, usa uma maquiagem um tanto pesada para seu rosto de boneca além de um vestido preto e justo em seu corpo magro. Ela passa por cima do conversível e senta ao lado do motorista com cara de filhinho de papai, claramente mas velho que ela, os dois dão um beijo babado e em seguida os carros arrancam em alta velocidade levando a barulheira ensurdecedora com eles.
Ótimo, antes os riquinhos mimados moravam no Upper East Side bem longe de minha realidade, e para minha "alegria" agora estão em toda parte, inclusive sendo meus vizinhos!
Passei tanto tempo nos em meus pensamentos que nem percebi que estava sozinha do lado de fora.

Corri em direção a porta e entrei um tanto destrambelhada, me deparei com um ambiente totalmente diferente, o chão era de madeira e a casa tinha um estilo colonial despojado, completamente diferente de nosso apartamento antigos de tijolos vermelhos decorado utensílios  art pop tão apreciado por mim e meu pai.
Os móveis já estavam todos aqui pois a maioria de nossas coisas haviam sido trazidas dias antes de nossa chegada. Aquilo estava um labirinto repleto caixas.
Que bagunça!penso.

Depois de empilhar todas as caixas decidimos subir para os quartos e tomar uma ducha—Deus, como preciso dessa ducha!
Subo as escadas e sigo as instruções dadas por minha mãe, segunda porta a direita. Entro e me deparo com um ambiente inesperado, o quarto estava todo decorado, as paredes eram azul bebê e nela haviam quadros de meu pintor favorito, uma cama de casal que jamais caberia em meu quarto antigo junto a um closet branco, e uma estante para minha vasta coleção de livros

Encontro minha mãe encostada da porta, ela olha para mim empolgada como se perguntasse o que achei.
Eu e minha temos um modo estranho de nos comunicar com olhares,uma coisa que meu pai e meu irmão sempre se irritavam por ficarem confusos com nossa sintonia.

—surpresa!— ela cantarola balançando as mãos animada

—isso ta perfeito, como...

—te conheço melhor do que você imagina—ficamos um tempo nos encarando até que eu corro em sua direção a abraçando

—eu nem sei como agradecer

—você merece, sei que não está sendo nada fácil para você, e minha forma de agradecer por está sendo tão compreensiva e paciente.

Passamos um tempo abraçadas em silêncio quando minha mãe corta o clima em seu jeito clássico de ser

— você está fedendo— ela diz com uma careta

— eu sei...por favor não estraga o momento— digo a abraçando com força

—Estou falando sério, parece que um bicho morreu debaixo do seu sovaco
—ela tampa o nariz e faz uma careta de nojo— rimos juntas
—Vai logo, vou procurar saber onde tem pizza por aqui

-- PIZZA! —eu falo animada, escutando o ronco de minha barriga reagi ao nome do meu prato favorito.

City Of Stars Onde histórias criam vida. Descubra agora