O popular

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Entrei na sala de modo automático, tentando convencer a mim mesma que tudo aquilo era normal.—não precisa ficar nervosa Emilly, e só um dia normal como qualquer outro, você não deve ser a única novata aqui, deixe de ser tão frouxa,lide com isso! — briguei comigo mesma em pensamento— a primeira carteira que avistei ficava na 3º fileira ao lado de uma grande janela que dava vista ao pátio, sentei o mais rápido que pude colocando os fones em meu ouvidos desejando que o melódico som do jazz me acalmasse.
Tomei esse tempo para vislumbrar a sala que pouco a pouco era preenchida por pessoas, os ciclos sociais eram tipicamente divididos por grupos, aquele famoso "cada um no seu buraco", detesto isso!
A julgar pelo gesticulação de alguns tenho certeza que o sons das conversas deve estar ensurdecedor, mas graças a minha música alta mal pude ouvi-los.

Parei de focar no mundo em minha volta para me dedicar a desenhar a bela árvore que avistei ao lado da janela do meu quarto, desenhar é uma das minhas paixões favoritas, adquiri esse dom de minha mãe, que é uma brilhante arquiteta e faz mágica com um lápis na mão.
Desenhei a árvore comprida com galhos robustos, imagino-me subindo entre os galhos e folhas até chegar ao topo para avistar o céu estrelado diferente de tudo que eu já havia visto.

—Emilly? — escuto uma voz abafada pelos fones que abruptamente tira-me de meus pensamentos, olho para frente e me deparo com milhares de olhos a me encarar, engulo a seco e tiro meu fone ao descobrir que a professora era a voz que me chamava.
—ah que bom que voltou para o planeta terra querida — ela diz de forma doce mas não o suficiente para evitar risadinha de alguns alunos.

—alunos — prossegue a professora enquanto pega uma espécie de ficha que se encontrava em sua mesa.
—essa é Emilly Jones de...hum... Nova York! — ela diz com uma voz animada
—por favor ajudem-na a não se sentir tão perdida em sua nova cidade.
—Pode deixar Srta Margaret, eu mesmo a levo em um tour exclusivo pelo meu quarto — uma voz masculina e debochada fala atrás de mim, levantando um coro de risos consigo.

Eu olho para o dono da voz sentindo a raiva já dominando meu corpo, ele se encontra no fundo da sala com a típica postura pretensiosa, pés na carteira e braços cruzados atrás da cabeça apoiados na parede. Ele mantêm um sorriso de canto formando uma covinha que eu adoraria arrancar com um belo murro, cabelos castanhos escuro e uma blusa de gola V cinza.

—típico daqueles que falam demais mas não fazem porra nenhum — as palavras escapam de minha boca e risadas altas e zombarias tomam o recinto

O garoto da uma risada como se disse-se "você me pegou" e em seguida me encara com um sorriso intrigado, reviro os olhos para a sua atitude e em seguida dou-lhe as costas

—Tudo bem tudo bem acabou o circo — corta a professora —e melhor você tirar esse pé da carteira agora Sr. Becker ou vai começar o ano na sala do diretor Brown.

Becker tira os pés da carteira levantando as mãos em rendição com um sorriso zombeteiro, odeio meninos como ele, se acham melhores que todo mundo

Eu não sei porque mas tenho a impressão de já ter visto esse menino em outro lugaras imagens de ontem à na janela de meu quarto subitamente aparecem em minha cabeça— será que... creio que não seja possível, mas é se...

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