CAPÍTULO 1 - PRÓLOGO

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Mara Tresler - ROMULUS – 1994

Estou aqui, nesse planeta deserto, cinza, sem quase nada, apenas esses monstros de orelha pontuda, a pele deles é cheia de marcas que mais parecem tatuagens, são muito estranhos, ainda bem que consegui fugir deles, mas viver nesses destroços de uma nave deles que foi destruída ainda é muito ruim, virei uma caçadora quando vim para cá, caço os animais e seres que encontro, as roupas que uso não são minhas, são deles e vivo temendo pelo pior. A única coisa que tenho que ainda é meu, é uma foto do meu pai, Lionel, e uma echarpe preta com detalhes dourados que lembram galhos de arvores que mamãe me deu, como ela deve estar? Me pergunto todo o dia, e rezo por ela também.

...

Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o Vosso nome.

Venha a nós o Vosso Reino.

Seja feita a Vossa vontade, assim na Terra como no Céu.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje.

Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.

E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.Amém – rezou Mara.

...

Eu já estou aqui faz um ano, mas não quero passar o resto da minha vida, preciso voltar para casa, para minha velha vida no Havaí, quero voltar para minha família, minha mãe, minha irmã, meus amigos da Marinha, meu verdadeiro mundo. Queria poder assistir meus programas favoritos de novo ou ouvir minhas músicas. Até hoje não sei como vim parar aqui, só sei que eu estava fugindo daqueles psicopatas que queriam me matar quando uma chuva de faíscas brancas que brilhavam muito começaram a rodear pelo meu corpo e de repente apareci diante deles, seriam alienígenas ou monstros deformados? Seriam um teletransporte todas aquelas faíscas? Eu me perguntava.

O único mal de voltar seria que me reencontraria com aqueles que queriam minha cabeça, principalmente a louca da Goldfrey, que fez a maldita experiência que colocou essa merda dentro de mim e agora sou uma humana geneticamente modificada com um supercérebro, com esse escudo invisível ao meu redor e essas visões chatas que só me incomodam.

Só queria poder rever minha mãe Mariah e minha irmã Melina, minha mãe quando alguém vê diz que é minha irmã, mas não é verdade, é porque ela aparenta ser muito jovem e já é velha, isso graças a um problema de genética que ela desenvolveu. Tirando isso, são as melhores pessoas do mundo, minha mãe que faz tudo por nós e minha irmã que sempre está comigo em tudo.

Tem também meus amigos Cyrus, Brooke e Cedric, os dois primeiros são doutores e o último, um engenheiro, Cyrus e Brooke estão namorando, já eram meus amigos antes de entrar na Marinha dos EUA me acolheram, Cedric demorou um pouco para se afeiçoar mas logo se tornou meu amigo.

Por essas razões que quero voltar logo para a Terra, não só pelas pessoas que me consideram e quero rever mas também pelas que não me consideram nenhum pouco ainda, exemplos disso são Margot e Paul Huntley, ou apenas Huntley, como admiro aqueles dois, gostaria que fossem meus amigos, e também gostaria que formassem um par, formam um casal tão lindo.

Mas tem outro que desde que conheci não tiro da cabeça, o nome dele é Khan Noonien Singh, é o meu capitão na marinha, posso dizer que entrar lá foi um castigo dele pois gerei um prejuízo para ele e deixei que tomasse a decisão quanto a mim.

Eu devo estar louca se estou de fato interessada nele, ele é um completo ranzinza e um chato de galocha, ainda bem que tem um que é pior que ele, é o Malths, o comandante dele que todos chamam de trouchão, pra piorar, ele está noivo da filhinha do cretino que virou as costas pra minha mãe antes de eu nascer e disse pra ela que proibia ela de dizer que era meu pai, esse homem é o almirante Cox e, Lara é a sórdida filhinha dele, o Khan só pensa nela, mas aposto que a vadia não quer só ele não é? Do jeito que se veste e suas atitudes deduzo isso daquela loira fresca e depravadinha.

Esse Cox é mesmo um cretino, graças a Deus que tive outro pai, o nome dele era Lionel, ele também era da marinha, e era um grande homem naquele local, eu o amava, nunca vou me esquecer do que ele me dizia, dos dias ensolarados que passamos juntos, das pescas, dos passeios e de todo o amor.

...

- Filha, deixa que eu te ensino! – papai me mostrando como pescar nos meus 8 anos.

- É assim!

- Isso! Exatamente!

- Legal!

- Filha, posso te falar uma coisa?

- Sim!

- Você vai me amar pra sempre?

- Claro papai!

- Que bom! Eu também filha!

...

- Pai, acha que alguém vai me amar um dia como aquele cara ama aquela garota? – tinha 15 anos e observava um casal de longe.

- Claro que vai! Você é muito mais do que os olhos podem ver, lembre – se disso!

- Tá!

...

Meu pai era sensacional, queria que ele ainda estivesse vivo, mas um imbecil cuidou para que ele não estivesse mais, o desgraçado já pagou caro por isso um dia, ainda bem, queria que ele tivesse morrido do mesmo jeito que o meu pai, com uma bala atravessada na cabeça.

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STAR TREK : MUITO ANTES DA ESCURIDÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora