Adeus!!

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estou aqui no estacionamento da empresa, esperando o Ricardo, já se passou uma hora do horário marcado e ele não aparece e pior o seu carro ainda está na garagem. Pego o meu celular para ligar para ele, as pessoas podem me esperar, mais eu ODEIO ficar esperando.

_droga, meu celular está descarregado,também faz 5 anos que eu tenho ele, o coitado já pifo a décadas, bem podem me chamar de mão de vaca, pão duro, mão fechada tó nem aí, tenho contas pra pagar não sobra pra trocar de celular assim de repente.

_Deve que ele tentou me ligar e por estar sem bateria não atendi, é melhor eu ir vê-lo.

 quando estou saindo do estacionamento, vejo um carro sair a toda disparada da garagem, nossa que apressadinho, não dou importância e sigo até o elevador a caminho da sala da presidência. Chego e noto que tudo está silencioso até demais, resolvo ir na sala do Ricardo, pois estou azul de fome e ele me convidou para jantar, então ele tem que me levar.

_ricardo dá para sair logo e me levar ao restaurante- digo entrando na sala - Ricardo o que aconteceu, fala comigo. - encontro Ricardo caído no chão desacordado, fico desesperada e mexo em seu corpo - Ricardo por favor acorda, ele geme e diz o nome de sua esposa. - ricardo não se esforçe, vou ligar para uma ambulância você vai ficar bem. - digo me levantando e indo até o telefone de sua mesa e discando o número de emergência, passo o endereço e desligo o telefone, voltando para Ricardo.

_ Vai ficar tudo bem deixe eu achar o seu remédio de pressão. - quando me levanto mais uma vez, Ricardo segura minha mão e diz.

_Alba, ela ....

_Por favor Ricardo, não se esforce, eu sei que a ama, você vai ficar bem.

_Helen, preciso...lhe contar...o que aconteceu...a carta...eu escrevi tudo na carta...

_ Carta, que história é essa, por favor não diga nada, se não piora e você não vai me contar...

Neste momento a equipe de resgate chega e leva Ricardo de ambulância ao hospital. Fico aliviada que o resgate chego super rápido e com esperança que Ricardo fique bem, o técnico de enfermagem pergunta se quero acompanha-lós e digo sim apressadamente.

(...)

Passa muito tempo desde que Ricardo entrou na emergência, ligo para sua casa e aviso que ele está no hospital, mais alguns minutos se passam e o médico aparece, sem perder tempo o questiono.

_Dr. como está o Ricardo, ele está bem, não é posso velo.

_ o que a senhorita é dele

_ Ele é como um pai para mim, doutor me diga.

_Eu sinto muito mais ele não conseguiu sobreviver ao IAM, a pressão dele estava descontrolada, ele não resistiu.

naquele momento tudo ficou rodando, não posso acreditar Ricardo se foi, não é justo, choro copiosamente, não acreditando que perdi mais alguém que tanto amei, me sento em umas das cadeiras de espera e fico lá, relembrando os bons momentos que passamos juntos, até sou despertada bruscamente de meus pensamentos por alguém segurando rudemente meus braços, a ponto de me machucar.

_O que está fazendo aqui sua vagabunda.

Olho confusa para quem está me segurando daquela forma, minha visão ainda embaçada pelas lágrimas e reconheço Oliver, ele está com os olhos vermelhos e o rosto banhado por lágrimas como o meu deve estar. Ele me balança ferozmente e vejo em seu olhar muita raiva, ódio e desprezo, seguro em seus braços tentando acalma-ló pois está me machucando.

_Oliver, eu sinto muito, eu tentei ajudar o Ricardo...

_ Cala a boca sua vadia, o meu pai morreu por sua culpa.

_Não, isso é mentira eu amava o seu pai, não queria que ele morresse.

_Sua descarada, como ousa dizer na minha frente que amava o meu marido.

_Por que é a verdade senhora, Ricardo e eu...- antes de terminar a frase, recebo um forte tapa no rosto, que Alba me deu, me viro e a olho incrédula.

- Sai daqui antes que eu acabe com a sua raça, sua desqualificada.

Quando vou responder aos seus insultos, minha amiga Carol, me segura, nem tinha notado em que momento ela apareceu. Carol é uma excelente enfermeira e trabalha neste hospital à quase dois anos, por isso escolhi este hospital, foi o único que me lembrei no momento de desespero.

_Helen, vem comigo, por favor.- assinto ainda atordoada pelo que aconteceu nessas poucas horas.

_ Helen, melhor você ir para casa, descanse um pouco, qualquer notícia sobre o que acontecer eu lhe mando uma mensagem, vou chamar um táxi para você.

faço tudo automaticamente, entro no táxi, pago a corrida e desço do mesmo a caminho do meu apartamento, ao entrar no meu quarto não aguento mais e me desabo na cama chorando, até que adormeço.

Acordo com o barulho da campainha, e me levanto para atender.

_Carol, que bom que está aqui. - digo a abraçando.

_Vim direto do hospital pra cá, precisava ver como você está.

_Estou triste, não consigo crer que ele se foi, que horas vai ser o enterro.

_Pelo o que descobri vai ser às 09:00hs, acho melhor você não ir, depois do que aconteceu no hospital.

_Mas claro que eu vou Ricardo foi meu amigo, confidente um pai pra mim, é meu dever prestar minhas homenagens.

_ Tudo bem, quer que eu vá com você para ti dar apoio, eu sei do grande carinho que você tinha com o Ricardo.

_Sim por favor, eu agradeceria muito, vamos nos arrumar então, vem comigo.

(...)

Chegamos ao local do velório e o local está cheio de pessoas, pois o Ricardo era um grande empresário, me aproximo do caixão e não consigo mais controlar as lágrimas que saem, sou amparada por Carol, que me abraça fortemente.

_ Como se atreveu a vir aqui, saia imediatamente. - diz pegando no meu braço e o apertando, me solto do seu aperto e dessa vez o respondo menos confusa.

_Vim prestar minhas homenagens ao seu pai, não quero discutir com você, sei que está abalado, por isso vou relevar os seus insultos, mais não abuse.

_Mas é muito dissimulada, saia daqui antes que eu a coloque para fora, a jogando na sarjeta que é o seu lugar. - diz tentando novamente segurar o meu braço, mais me afasto imediatamente.

_Não toque em mim, não saio daqui até que tudo acabe, você não pode e nem vai me impedir de ficar, então acho melhor você fingir que não me vê, se isso lhe incomoda tanto, se não quiser que eu faça um escândalo e sua querida  e imaculada mamãe seja exposta,estamos entendidos. - não queria ter que usar desse tipo de chantagem , mas foi o único jeito de ficar, Oliver me fuzila com o olhar e cerra o maxilar com força, com certeza tentando controlar a raiva que está sentindo de mim, mas se convence e volta para perto de sua família, me deixando assistir em paz e dar o meu Adeus ao meu querido e amado Ricardo que neste pouco tempo que passamos juntos me deu o amor de um pai. a despedida foi dolorosa, jogo uma rosa sobre o caixão em forma de meu ADEUS!





Terrível engano!!Onde histórias criam vida. Descubra agora