- Ester!!!- gritou Paulo quando me viu. Não falei nada, mas minha reação disse tudo. Dei um belo abraço nele e um beijo também.
- Eu já estava morrendo de saudades. - falei.
- Só foi uma semana. Imagina quando eu morrer.
- Para de falar essas besteiras Paulo.
- Como se um dia eu não fosse morrer. - falou sem dá importância ao que ele mesmo disse.
- Claro que vai, mas vai demorar muito mesmo. Além disso, temos que aproveitar a vida, aproveitar o dia. Você nunca ouviu falar da expressão Carpe Diem?
- Já sim. Enfim, eu assumo. Eu também estava com saudades de você. - falou e me deu um beijo.
Conheci o Paulo há dois anos, quando estávamos no ensino médio. Tínhamos 16 anos e eu não me considerava muito madura para encarar um relacionamento sério. Eu sentava nas primeiras cadeiras, aquela típica menina estudiosa. Enquanto isso, Paulo ficava lá trás, na bagunça. (Confesso que eu até achava ele bonitinho nessa época, mas um idiota também).
No final do ano ele veio pedir ajuda a mim. Ele estava muito mal em matemática, física, inglês e espanhol. Eu, como sou uma boa menina (Me achando agora...), ajudei ele. Marquei várias idas à biblioteca e uma à minha casa. Nessa última aconteceu o inimaginável.
"- Obrigado por ter me ajudado durante essas duas semanas. Estou cada vez mais confiante. - disse Paulo com um sorriso largo no rosto.
- Por nada. Estou aqui para o que você precisar. Confesso que amei te ensinar. Eu gosto de ajudar as pessoas.
- No começo sempre achei você uma chata. (ri alto nessa hora). Sério mesmo. Mas, você demonstrou justamente o contrário. Você é a garota mais doce que já conheci. (Êpa... o curso da conversa começou a mudar).
- Agora fiquei sem palavras. - falei. - Nesse momento eu já tinha ficado vermelha, rosa, branca... Todas as cores do arco-íris.
- Você é bem tímida. - Paulo disse se aproximando de mim. - Sabe, o que quero dizer é que passei a gostar um pouco de você. Sei lá, é um sentimento que tá surgindo em mim. Você é perfeita.
- Ninguém é perfeito, perfeito somente Deus.
Nesse momento ele se aproximou de mim e deu um beijo na minha bochecha. Confesso que senti algo diferente, eu gostei. Confesso também que passei a admirá-lo, na verdade sempre tive uma quedinha por ele. Foi então que nossos olhares se cruzaram e nos beijamos.
Depois de dois meses começamos a namorar. Foi tudo muito rápido. Eu me apaixonava por ele todos os dias. No começo foi esquisito (demais até...), eu não havia ainda me acostumado com a ideia de ter um namorado, e meus pais também não.
Mesmo gostando muito dele eu sempre fui muito racional durante o namoro. Não ficava até tarde fora de casa e sempre dei satisfações aos meus pais. Eu tinha e ainda tenho hora para sair e voltar para casa.
Mas, mesmo depois de tantos anos namorando Paulo continuava não sendo aquele namorado romântico e atencioso comigo. Brigamos várias vezes durante esses dois anos de namoro, mas, era sempre ele que começava as brigas. Muitas vezes achei que ele estava me enganando, traindo, ou qualquer coisa do gênero. Mas, logo eu tirava esses pensamentos da minha mente. ".
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A vizinha
RandomEster vivia há 18 anos na mesma casa. Morava com os pais e tinha uma vida normal. Cursava o terceiro período de ciências biológicas em uma universidade da cidade e namorava há dois anos com Paulo, que conhecera na época que fazia o ensino médio. Tu...