O inesperável

66 11 6
                                    


    .....Me levantei, liguei a luz e cogitei em ir até lá. Mas, meus pais não deixariam, e eu também não podia sair aquela hora. Decidi voltar a dormir. Mas, uma pergunta ficou na minha mente: Por que ela chorava tão alto e desesperadamente? Bem, isso é algo que, talvez, só saberei amanhã. 

(...)

    Mesmo indo dormir bem tarde, acordei antes do despertador, que estava marcado para despertar às 5:30. Essa é uma das características minhas: eu posso dormir a hora que for, mas se tiver um compromisso pela manhã no dia seguinte, eu sempre vou acordar cedo, e geralmente, antes do despertador tocar.
Tomei um banho e vesti uma calça jeans escura, uma blusa preta e um All Star. Penteie meu cabelo rapidamente e coloquei um batom rosa claro. Eu definitivamente não me arrumava muito para ir para a universidade, era apenas o básico. Peguei minha mochila e desci as escadas (sim, meu quarto era no primeiro andar).

- Bom dia amores!!! - falei para os meus pais.

- Bom dia filha. - disse minha mãe.

- Nessa noite vocês ouviram algum barulho, tipo de choro, vindo da casa da nossa nova vizinha? - falei.

- Não. - falou minha mãe.

- Eu também não. Ontem eu estava tão cansado que na hora que me deitei logo dormi. Não me lembro de nada. - disse meu pai rindo. Nessa hora minha mãe riu também. 

- Ah! Pensei que tivessem escutado algo. - falei mexendo com a colher na xícara de leite e com um semblante triste. 

- O que foi querida? - disse minha mãe. - Está triste?

- Estou um pouco preocupada. Escutei choros altos vindos da casa da vizinha. Ontem, quando saí da casa dela ela estava um pouco feliz, mais alegre. Ela parece ser solitária, triste, angustiada.

- Ester, eu não sei nem o que te dizer. - minha mãe falou me abraçando. - Tenta visitá-la hoje. Algo do tipo. Mas não fique fazendo perguntas indiscretas. Ninguém gosta que desconhecidos fiquem se metendo em suas vidas. 

- Ok! Obrigada. Vou fazer de tudo para vê-la hoje quando chegar da universidade. - falei dando um abraço em minha mãe, depois no meu pai.

- Já vou. Acho que hoje venho almoçar em casa. Beijos. - falei.

    Quando saí de casa olhei para a casa da vizinha, que tinha um imenso jardim na frente, assim como a minha, (tipo aquelas casas americanas). Olhei mais uma vez, esperei alguns minutos para ver se a vizinha (que nem perguntei o nome) aparecia, mas não a vi. Fui para o ponto do ônibus, esperei alguns poucos minutos e rapidamente o ônibus passou. Eu estava um pouco ansiosa para que aquela manhã passasse rápido, pois queria visitar minha vizinha, saber o que Isabela tem a dizer sobre Paulo e o que o Paulo tem a dizer sobre o que ele fez ontem.

(...)

- Ester,  ouve algum problema ontem à noite? - perguntou Isabela.

- Por quê?

- Você disse que assim que chegasse falaria comigo, fiquei esperando, mas nada de mensagens, ligações, fax, e-mail, sinal de fumaça... - Isabela falou rindo e eu também ri. (realmente ela era engraçada quando tentava ser).

A vizinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora