Move Eleven

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DARK MOVES OF LOVE

capítulo onze.

O relógio mantinha o irritante tic-tac que perambulava pelo ar até chegar aos seus ouvidos e fazia-a mais nervosa do que estava. Mas, qual fosse o motivo, continuava com o pesado objeto em seu pulso, brincando com os botõezinhos do lado enquanto observava a paisagem mudar.

Lauren o ganhara anos atrás, quando a vida resumia em acordar cedo, ir ao mercadinho da esquina de pijama e comprar o café da manhã, apreciando-o da própria varanda que tinha vista para um grafite super interessante. Era uma criança que corria atrás de uma massa colorida. Ela crescera com essa imagem na mente, sem muito entender o que o artista realmente quisera explicar com isso.

Agora, pelo menos, a ideia era tão clara na cabeça quanto um céu azul-claro.

"Senhorita Jauregui, aonde você quer que eu pare o carro?"

Suas sobrancelhas ergueram de modo irritado, mas uma sombra de sorriso passou por seus lábios. Danny e Lauren tinham mania de brincar um com o outro quando faziam coisas que, normalmente, tinham 'empregados' para isso.

Algo que odiavam.

"Camila disse que podemos estacionar na vaga dela. Seu carro está no conserto ou algo do tipo."

"Okay então."

Ela voltou a brincar com os botões. Em poucos minutos estaria de cara com Camila, e isso não poderia deixá-la mais nervosa. Pelo tom de voz que a latina usara, ela não parecia mais irritada, pelo contrário. Era genuíno o modo como afirmara querer conversar, e quando chamou para comer alguma coisa mais tarde. Não elas duas sozinhas, é claro. Isso era pedir demais.

Porém, mesmo assim, Lauren não conseguia parar de se perguntar como a noite seria. Elas iriam brigar ou fora passado? Ou a outra discussão fora suficiente para Camila? Para o assunto? Não era como se Lauren esperasse que ela fosse sequer fazer contato, ou ir ao show, ou putamente dizer que tudo ficaria bem.

O que diabos isso significava? Que Camila iria pagar dinheiro para todos os tabloides e proibi-los de publicar sobre as duas, além de conseguir afastar os paparazzos de sua cola? Se ela conseguisse, Lauren iria beijar seus pés.

Ao seu lado, Rupert não parecia mais calmo do que a cantora. Não parava de ajeitar o cabelo e batucar nas coxas algum ritmo que parecia familiar, e olhar para o vidro com um insufilme tão escuro que Lauren achava maravilhoso conseguirem enxergar o outro lado.

"Normani gosta de você, sabe." Lauren puxou conversa com o amigo, sorrindo para ele. "Mesmo que você seja gordinho e os pelos do pinto sejam tão claros quanto seu tom de pele."

Ele olhou para ela pelo canto do olho. "Não tenho pelos no pinto."

"Ó Deus, você apara?!"

"E não deveria?"

"Claro que deveria! É só-, você não tem cara do tipo de homem que tem o maravilhoso trabalho de deixar a coisa bonita."

"Exemplifique o 'tipo de homem' que deixa a mata criar vida e esconder a qualidade." Danny entrou na conversa, mas sem tirar os olhos do caminho. "Eu realmente estou curioso para saber."

"Ah, sabe." A única mulher no carro buscou uma explicação coesa na mente. "Aqueles esquisitões e-, ah, ou aqueles machões que se acham fodas demais para aparar e que 'homem bom é homem peludo', meudeusquenojo, dá afliceta só de pensar."

"Você me bota em qual categoria?"

"Machões."

"Mas eu não sou assim! Que calunia!" Ele esganiçou a voz. "Eu sou um belo cavalheiro que luto pelos direitos das mulheres e aparo a porra do pelo, até porque incomoda e é nojentão."

Dark Moves Of LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora