Dark Moves Of Love

Move Six

DARK MOVES OF LOVE.

capítulo seis.

FLASHBACK 2.

Camila balançava as pernas que não encostavam no chão freneticamente. Estava ansiosa; animada. Com o mesmo frio na barriga que sentia quando ia andar de montanha russa. Inclinava o corpo para frente e para trás, espiando dentre as mechas de cabelo escuro a movimentação a sua volta, numa tentativa frustrada de achar um único ser num parque gigante.

Seria seu terceiro encontro com Lauren. Óbvio que tinham se encontrado muitas outras vezes, mas sempre acompanhadas dos colegas de banda e das amigas de Ally. Todos formaram um próprio grupo, onde iam uns para casa de outros, levavam bebidas e jogavam jogos de 'criança' até cansar. Camila se sentia num dos filmes que assistia às tardes, com a única diferença que não era Ryan Gosling a construir a casa de seus sonhos, e sim Lauren a fazer de sua vida um ótimo lugar para estar.

Mordendo os lábios, ela esticou o braço para alcançar o pacotinho de balas que comprara numa das barraquinhas paradas, jogando-os para dentro de sua boca e agraciando-a com o gosto doce de morango artificial. Era uma explosão de prazer absurda, e um sorriso cresceu alegre por todo seu rosto ao lembrar-se da noite anterior, quando deitou na varanda de madeira clara ao lado de sua amada, Lauren, e observaram as estrelas.

"Se você tivesse a chance de visitar o espaço, você iria?"

Camila pensou um pouco antes de responder. "Não."

"Por que não?" A cantora rebateu.

"Um: eu tenho medo de um lugar escuro e do silêncio." Camila começou lentamente, sem tirar os olhos do céu. "Dois: acho que o Universo que a vida pode me dar sem ter que ir lá já é o suficiente."

"Você tem uma mente extremamente bela."

A latina virou o rosto para olhar Lauren melhor. Os olhos desta estavam como duas lanternas, brilhantes de modo extraordinário. As estrelas refletidas pareciam dançar uma valsa no ar.

"Você é extremamente linda, Lauren Jauregui."

A cantora sorriu suavemente. "Não mais que você, Camz."

E fora naquela hora que Camila sentiu seu coração partir em direção para cima, para os lados, completamente desgovernado e louco. Numa rapidez tão grande - e cheio de curvas -, que parecia uma montanha-russa feita especialmente para matar pessoas do coração.

Bem, isso era uma boa comparação.

A montanha russa era o relacionamento ou seja-lá-o-que-somos que as duas mantinham fazia quase um mês. Camila, o carrinho. Já Lauren... Os trilhos. Decidia para onde ir e quando ir. Se a viagem estaria calma ou segura, ou se estaria agitada e cheia de voltas. E por mais que isso fosse talvez, nos olhos dos outros, um pouco abusivo, Camila sabia que não era. Ela via quando Lauren descia alguns degraus e deixava-os livres para a latina comandar um pouco.

E Camila amava. Amava ver o mundo do jeito que a outra via, e principalmente, ela amava passar o tempo com Lauren.

Então, lá estava, batucando os dedos no banco de madeira e vasculhando o parque a procura da bela de olhos verdes. E, ao vê-la em sua mente, sorriu. Sorriu porque coisas bonitas a deixavam feliz; porque Lauren a deixava feliz. Sorriu por sorrir, e sorriu por estar apaixonada.

Lauren tinha paciência para ensiná-la a tocar guitarra e piano. E sorria, beijando-lhe os lábios, quando a latina errava. Levava-a para tomar sorvete e andar de mãos dadas para o parque. Conquistou a confiança dos pais de Camila na primeira noite que se encontraram, e eles gostaram tanto que até a convidou para jantar mais vezes. Camila gostava de vê-la tocar, com os lábios mordidos por dentro para se concentrar, a mente perdida e as palavras vagando no ar de forma bela. Danny e Dinah gostavam de zoar com a latina o tempo todo, perguntando se a mesma gostaria de um babador ou algo do tipo.