Tudo que vai volta

A visita

Dois dias. E nada mudou entre eu e Taylor depois da discussão. É como se nada tivesse acontecido. Estou tentando criar coragem pra falar com ele, mas tenho medo que invés de me desculpar, eu acabe brigando sobre Mickey. Então veio uma luz na minha cabeça: Agatha. Preciso conversar com alguém que eu possa me abrir sem medo.

- Oi Mira ! - Agatha me cumprimentou após eu ter tocado a campainha da casa dela.
- Oi, pode ouvir um instante uma amiga chata e estressada? - perguntei.
- Vai, entra logo ! - ela disse puxando - me para entrar.

Subimos para o quarto dela.

- E aí? Como eu posso ajudar? - ela perguntou sorridente.
- Conselho, dando um conselho que não falha - respondi.
- É em relação a Taylor, não é? - ela perguntou.
- Acho que se você fosse vidente, já taria milionária - respondi. Ela riu.
- Qual foi o motivo da discussão? Ou melhor, o que você falou a ele? - Ela perguntou.
- Bom ... bufei e respirei fundo ... o Mickey estava lá na festa aí, Taylor perguntou se eu queria algo, eu falei que queria um suco. Quando ele saiu, Mickey se aproximou e me elogiou, depois ele me provocou falando sobre Taylor, aí ele me agarrou tentando me beijar, eu o chutei e Taylor chegou e  deu um soco, perguntou se eu estava bem e eu disse que me defendi. O pai dele chegou e perguntou o que houve, Taylor ia responder, mas eu o interrompi e disse que ele me salvou de um engasmamento. Ele pediu para Taylor cuidar de mim. Quando Sr. Jack, o pai de Taylor, saiu Taylor perguntou porque eu menti e eu respondi que ele não iria acreditar em mi. E ele disse que  não foi por isso que eu menti, eu perguntei porque eu menti, e logo ele respondeu que " foi pelo seu pai Mira  - respondi triste.
- Uou,  essa festa foi agitada - ela brincou tentando me animar.
- Desculpa, eu quis dizer que ... essa festa foi agitada porque seu ... - eu a interrompi antes de deixa - lá concluir.
- Mickey, não é nada meu, só é Mickey - expliquei - a.
- Mickey ... estava lá e tipo vocês nunca conversaram sobre o passado, e ele nem faz ideia de quem é você ... enfim vou lhe dar dois conselhos e o primeiro é esse: converse com ... Mickey ,Mira. Converse com ele, antes que seja tarde demais - ela sugeriu.
- Não Agatha, não há possviabilidade de conversamos,  o que eu posso perguntar?. "Vem cá, porque você matou minha mãe? Você faz isso desde de criança?  O que você sente depois de ter matado alguém?  O que é melhor: se divertir com uma mulher ou trocar uma criança e uma mulher por outra ?". Não dá, e além do mais, ele não me conhece ... porque eu não deixei - Levantei - me e gesticulando expliquei .
- Como assim:"você não deixou?" - ela perguntou ao se levantar.
- Eu menti sobre o meu nome - respondi.
- Miranda que nome você inventou para ele? - ela perguntou.
- Mel, Mel Gray - respondi.
- Ah Miranda, e você acha que ele não vai suspeitar?  - ela perguntou.
- Sim, mais no máximo ele pode achar que eu sou uma prima, uma tia, algo do tipo. O importante é me concentrar, o pior é que eu não estou sendo nada gentil. Ah, mas também ele não ajuda. Sabe, dà um nojo cada vez que ele se aproxima de mim, mas eu tenho que me controlar. Se não eu vou perder a única chance de mim vingar dele - disse.
- Miranda , Miranda,  quero morrer sua amiga - ela brincou. Ri.
- E o que vai fazer quando ele perguntar sobre a sua mãe? - ela perguntou.
- Eu digo que ... ela viajou - respondi.
- E quando ele quiser saber sobre sua infância? - ela perguntou.
- Eu não creio que ele pergunte, e se perguntar vou dizer que foi uma infância normal,  sem nada interessante - respondi.
- E quando ele perguntar sobre  o seu pai? ela perguntou.
- Ah eu não sei. Melhor ... digo que ele morreu - respondi.
- Essa mentira não vai durar muito tempo - ela disse.
- Eu sei. Mas enquanto der certo, vou continuar ... até eu conseguir o que eu quero  - respondi.
- Mas, enfim, você vai ou não me dar conselho sobre Taylor? - perguntei querem trocar de assunto.
- Vou, fazer o que né?  - ela perguntou.
- Ah! é assim? - perguntei e atirei um travesseiro nela, rimos.
-  Pergunte sobre o que aconteceu - ela orientou.
- Não entendi - disse.
- Pergunte o que foi que fez ocorrer a discussão, e converse sobre uma possível solução, quem sabe ele te dar uma segunda chance.- ela explicou.
- Linda, você linda ! - disse e abracei - a.
- Eu sei - ela disse.
- Aiai. Valeu,  mesmo de verdade - agradeci.
- Aí vamos logo antes que eu e você chore. Aí, não quero ser melosa - disse. Rimos ao descer da escada.
- Tchau - disse ao chegar na porta.
- Tchau sua chata- ela disse.
- Então somos duas - Rimos.

- Mel? - alguém me chamou.
- Você?  O que faz aqui? - perguntei.