0.9

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Olaaa. Primeiro de tudo: 1.1K DE VIEWS!!!! AAA OBRIGADA DE VERDADE!!!

OUTRA COISA IMPORTANTE ATENÇÃO AQUI!!!! Esse é o penúltimo capítulo....... a fic mesmo acaba no 1.0 porém eu estou pensando em fazer um bônus mas depois eu explico isso melhor. Quero voltar a lembrar vocês que as partes viradinhas assim são memórias e/ou Flashbacks. muahh x

~*~

Alguns dias se passaram com Michael visitando Luke sem que ninguém soubesse. Ele simplesmente esperava o final das aulas e corria até o quarto do loiro, o mesmo que antes era seu também. As vezes só conversavam, aproveitando a presença um do outro, se questionando quando e como tudo aquilo acabaria. E finalmente tiveram uma resposta.

Michael fechou o zíper de sua mala com raiva, achando que aquilo faria com que o objeto sentisse ao menos um porcento de sua dor, mas estava errado. O fato era que: estava disposto a fazer as vontades de sua mãe sem contestar, e se ela queria o internar... Ele seria internado.

Michael, que antes tinha plena certeza da existência de Luke, começou a se questionar se o garoto era mesmo real. E se ele sumisse com a medicação? E se ele fosse apenas uma invenção de sua cabeça? E se a única fonte de esperança na vida de Michael simplesmente não existisse?

E se todos estivessem certos?

Luke havia prometido a Michael que o visitaria quando pudesse, mas não deu nenhuma data específica, deixando o garoto ainda mais confuso. Foram feitas várias promessas, e se isso fosse algum tipo de livro antigo, seriam consideradas juras de amor.

20 dias depois.

"Esses remédios, e-eles... Eles estão me deixando louco." Michael choramingou para o médico que o olhava atentamente, afirmando com a cabeça algumas vezes, tentando mostrar para o garoto que o entendia, mas os dois sabiam que aquilo não era verdade.

Michael sentia seus olhos pesar, olheiras ainda mais profundas eram evidentes ao redor de seus olhos verdes, os mesmos que um dia, em um passado distante, já chegaram a possuir algum brilho.

"Há duas semanas que não durmo direito..." Murmurou, abaixando a cabeça.

"Eu posso te dar algo para dormir." O médico soou. Ele realmente tentava mostrar preocupação sobre o caso de Michael, mas para o garoto tudo aquilo era superficial, afinal, ele estava sendo pago para aquilo, não? "Um calmante, talvez..." Suspirou, direcionando seu olhar a prancheta em seu colo, anotando coisas que Michael não podia ver. Olhou novamente para o garoto, sentindo uma ponta de pena cutucar seu coração. "Um comprimido é o suficiente para dormir durante a noite toda." Pegou um frasco em uma das gavetas de sua mesa, colocando-o sobre a mesma em seguida. Tentou sorrir, recebendo um olhar cansado de Michael.

"Certo... Obrigado, eu acho." Suspirou, pegando o frasco e se direcionando a saída da sala.

"E do que você gosta?" Luke disse, se recuperando da piada ruim que Michael havia soltado.

"Como assim do que eu gosto?" Sentou-se na cama, admirando o azul dos olhos do garoto à sua frente.

"Não sei, diga qualquer coisa... O que você gosta de fazer?" Luke mostrou-se interessado, apoiando o queixo sobre uma das mãos.

"Gosto de pintar o cabelo." Deu de ombros, fazendo o loiro soltar mais uma gargalhada. Qualquer coisa que Michael dizia, por mais inútil e desinteressante que fosse, Luke sempre ria, fazendo com que o garoto se sentisse um pouco engraçado.

"Certo, vamos mudar a pergunta. O que quer fazer nas férias, você sabe, quando sair daqui..."

"Eu quero pintar o seu cabelo." Zombou, fazendo Luke revirar os olhos. "Estou falando sério! Eu acho que você ficaria muito bem com um azul, daria destaque nos seus olhos e-" Disse gesticulando com as mãos.

"Você está parecendo uma cabeleireira profissional! Terrível!"

Michael estava sentado em sua cama, brincando com os vários comprimidos espalhados sobre o colchão. Cada momento que passou com Luke se repetia em sua cabeça, fazendo um sentimento de raiva crescer dentro de si. Raiva e tristeza caminhavam de mãos dadas naquele momento, uma apoiando a outra, mas, ao mesmo tempo, havia um egoísmo entre os dois sentimentos: um queria vencer o outro. A tristeza de finalmente entender que Luke nunca foi real e a raiva... Raiva de si mesmo por ser daquele jeito, raiva por deixar se enganar pela sua própria mente.

Levou um dos comprimidos à boca, engolindo com ajuda do copo d'água sobre o criado-mudo. Ele estava cansado, tão, tão cansado... Somente um não seria suficiente para tirar todo cansaço de sua alma.

Talvez ele devesse aceitar sua mente confusa e definitivamente louca, mas era tarde demais para isso.

Outro comprimido. Talvez esse o ajudaria a passar duas noite sem pensar em Luke.

"Ele sumiu por causa dessas merdas." Rosnou. Se tomasse mais um, poderia sonhar com Luke, não? Talvez esse fizesse com que seus sonhos fossem mais longos.

Tomou.

E de novo.

E mais um.

Lágrimas escorriam pelo seu rosto, mas ele não ligava mais. Estava cansado de tudo aquilo.

Segurou os comprimidos em sua frente, perdendo a noção de quantos havia em sua mão e os levou até a boca, engolindo uma grande quantidade de água em seguida, fazendo com que não restasse nem uma misera gota.

Caiu de costas em sua cama, sentindo seus olhos pesarem cada vez mais, e simplesmente os fechou.

Se Karen pudesse dizer algo agora, sem dúvida diria que o trem da vida de Michael está definitivamente fora de circulação.

~*~

desculpa...

existence // mukeOnde histórias criam vida. Descubra agora