Tem dias que a noite muda
interrompe meu silêncio
fala mais do que eu
e me intimidaNo vazio
disputam a calmaria
lutam entre si
para me tirar o sossegoÉ uma briga de teoria
Não há consenso
Se vai ser essa noite
Se vai vir outro o dia
E o sol não espera
raia vagarosamente
como tem que ser
Brilha.E eu convenço-me
Que nada disso é cruel
Que nada disso é irreal
Muito menos inventadoA consciência sabe
que eu quero ficar sozinha
Ainda assim
alguém brinca
de se esconder em mimNos meus lugares mais secretos
Ouço as paredes rindo
da minha figura muda
que não consegue ir além
e nem pedir ajudaNão faço nada
Enquanto o silêncio me abraça
desprezo a agonia
dos dias sem graça
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As coisas que eu sinto
PoetryNão sabia o que falar, mas sabia o que escrever. As palavras são cicatrizes marcadas no papel