De tanto me querer
consegui me inventar
de um projeto mal feito
aprendi improvisarNão sei muito sobre mim
só sei que já vivi
de resto eu não me lembro
de tanto que me perdiSou a vida curta
de um coração aberto
coberto de feiuras
de longe e de pertoSou ranhura na carne
cansada de moer
fissuras sobre a pele
amargas de morrerO céu da boca arde
de tanto consumir
o sal da minha dor
não deixa de existirSou dança atropelada
ansiedade e pressa
eu quero o mundo inteiro
expresso em uma rezaEu conto até três
espero que alguém me conte
se só eu sou assim
ou de mim tem mais um monte?
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As coisas que eu sinto
PoetryNão sabia o que falar, mas sabia o que escrever. As palavras são cicatrizes marcadas no papel