Prólogo

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Eu e minha melhor amiga, Liesel, fomos até a secretaria pegar nossos horários, afinal, hoje é o primeiro dia de aula... Noooossaaaaa, como eu estou animado... Mas tudo bem, fomos conferindo os tais e vimos que coincidimos na mesma sala de inglês, física e química. Ah, e economia.
Minha primeira aula é história, quando entro na sala, me deparo com meu verdadeiro amor, minha paixão desde que eu me entendo por gente. Lydia, Lydia Martin.
A popular, bonita, inteligente e divertida, que nunca vai sequer olhar para mim. Você pode estar me achando um pessimista, mas na verdade, estou até sendo otimista. Eu sempre fui da sala dela, mas ele nunca me notou, se perguntarem meu nome para ela, é capaz de ela responder meu sobrenome, já que todos os professores me chamam de Stilinski.
Bem, ao bater o sinal e o professor chegar na sala, em outras palavras, começa a tortura, todos se sentam e o professor começa a soltar baboseiras idiotas sobre Napoleão Bonaparte, que são informações inúteis para minha vida, já que eu não vou querer ser historiador.
Certos minutos depois, como é de se esperar, eu tiro um cochilo, que irrita o professor profundamente.
— Stilinski, pode me dizer para onde Napoleão foi banido?
— An? Ah! Claro professor, na ilha de Elba, se não me engano. Ou foi Santa Helena? — falo ainda com voz sonolenta, que causa risadas ao redor de toda a sala.
— Muito bem, apesar da confusão, e da sua soneca, você está por dentro da matéria, Ilha de Elba.
— Ah, obrigado — falo para completar baixo — agora me deixe dormir, já que eu estou "por dentro da matéria".
Ah, como eu odiei esse professor, nem pra deixar agente dormir um pouquinho.
Depois de cinquenta entediantes minutos, a aula acaba e eu me encontro com Liesel no lugar de sempre, em frente ao vestiário masculino.
— Como foi sua aula?
— Uma bosta, tive que responder para onde Napoleão foi exilado, e isso só porque eu tirei um cochilo.
— E você acertou?
— Por mais incrível que pareça, sim.
— Que bom.
— E a sua?
— Entediante, variáveis com certeza não foram feitas para me ajudar. Como eu odeio matemática!
— Igualmente — respondo tentando conter um riso engasgado.
— E aquela menina enxaguada, é da sua sala de novo? — demoro certo tempo para entender que ela está falando de Lydia.
— Ei, não fale assim de Lydia, e sim ela é da minha sala — falo abaixando o tom cada vez mais.
— Ah, desencana, Stiles, aquela ruivinha metida a besta, nunca te notou, nem nunca vai notar, se abra para novas pessoas.
— Não seja pessimista, um dia ela vai me notar. — falo dando sinal para irmos para a sala de economia.
— Vai...
Quando chegamos lá, pegamos um lugar de dupla bem no fundo. E quando o professor entra, já faz sinal para que eu e Liesel sentemos separados, eu reviro os olhos e vou para o lugar indicado pelo professor, que fica a exatamente duas fileiras de distância de minha amiga. Quanto mais devagar o tempo passa, mais tédio eu sinto e mais vontade de pedir licença e matar aula no campus. Finstock nunca muda nem nunca vai mudar... Acho que isso pode até ser bom já que ele suborna os alunos com nota, que é uma coisa que eu realmente preciso.
Assim que o sinal bate, sou o primeiro a arrumar minhas coisas e sair da sala, seguido de Liesel, como eu estava ansioso para o fim dessa aula!
— Acho que Finstock é um exagerado, só porque ano passado nós ficávamos de costas para ele, mera informalidade, ele vai e pede para você mudar de lugar! Essa foi a aula mais entediante que eu já tive dele!
— Concordo, e aquilo não foi nada de mais.
— Vamos? A próxima aula é química.
— Vamos nada! Cansei dessas aula, fui!
— Você já vai matar aula? Só faltam duas.
— Ah, Liesel, para de fingir que é certinha!
— Tudo bem, vamos, também cansei dessas aulas.
Liesel dirige até a casa dela, na qual a mãe dela não está, já que ele está trabalhando.
Ou estava...
— O que está acontecendo aqui? Por que não estão na aula?
— Tempo livre. Resolvemos vir para cá, já que temos muita coisa para fazer.
— Tá bom, sei... Tempo livre. Conta outra.
— E a senhora, mãe, o que está fazendo aqui essa hora?
— Er... Bem, o xerife passou mal e... Me mandou para casa?
— Ué, se foi ele que passou mal, porque VOCÊ veio para cá?
— Olha, querida, estou em missão policial, não se intrometa. — ela acena para mim como se não tivesse me notado antes — Oi Stiles, tudo bem?
— Oi, Elena, tudo. — aceno de volta, com uma piscadela.
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Depois de meia hora, resolvemos voltar para a escola, para que a mãe de Liesel não desconfiasse.
E eu posso afirmar que essa foi a melhor escolha de toda minha vida. Bem... Melhor e pior escolha.
...
Ao chegarmos, vemos Allison, melhor amiga de Lydia, vindo na nossa direção, o que é muito estranho, já que as garotas populares não costumam falar conosco.
— Oi, tudo bem? Então, vim convidar vocês para a festa da Lydia, amanhã à noite, começa às dez horas. Ela me pediu para chamar vocês.
Abro a boca para falar alguma coisa, mas nada sai, então Liesel responde por mim.
— Ok, obrigada, varemos se vamos.
— Tá bom, tchau.
— Tchau — eu falo já olhando para o nada, incrédulo.
A Lydia me quer na festa dela! De verdade! Ela pediu que a sua melhor amiga nos chamasse!
Até que um comentário idiota e ridículo de Liesel me faz voltar para o plano real, a Terra.
— Você não vai né?
— O que? Que pergunta estúpida é essa?
— Estúpida? Claro que não, você não percebe? É uma armação, Stiles!
— Óbvio que não! E por que seria?
— As meninas populares da escola chamam dois excluídos estúpidos para ir na festa de aniversário da garota que você gosta?
— E...?
— Ah, Stiles, tanto faz! Eu não vou! E divirta-se, SEM mim!
— Ei, Liesel! — falo, mas já é tarde demais, ela já saiu correndo para algum lugar que eu não consegui acompanhar.
Minha única e melhor amiga, está completamente contra mim, o que está acontecendo?
Depois do fim da aula, ao chegar em casa, ligo milhões de vezes para Liesel, mas ela não atende nenhuma ligação! Ah, que se dane! Eu vou na festa mesmo assim. Comprei um colar de ouro com um pingente em forma de "L". Acho que ela vai adorar.
A festa é amanhã, tenho muito tempo para conversar com Liesel, e pedir desculpas, não sei por que.
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No dia seguinte...
Assim que chego na escola, meu primeiro pensamento é procurar Liesel, me sinto culpado. O primeiro lugar que penso é em frente ao vestiário masculino, mas para minha surpresa, ela não está lá. Mas tudo bem, a primeira aula é química e ela está na minha sala. Ao entrar, encontro-a na fila da parede, a qual não tem dupla. Ela está realmente brava comigo. Liesel nunca senta na fileira do canto, nunca! Quando eu cogito ir para trás dela, ela me lança um olhar tenebroso e assustador que me faz ir sentar do outro lado da sala de cara amarrada.
Passo a aula inteira tentando entender o que aconteceu para ela estar assim, e tentando criar uma desculpa, para algo que eu não sei de nada!
Quando acaba a aula, vou até Liesel, como se é de esperar. Mas pelo visto, ela não quer me ver nem pintado de ouro!
— Da próxima vez que você chegar perto de mim, você vai levar um soco que nunca mais vai esquecer!
Me seguro para conter o riso, já que ela não tem força o suficiente para bater em uma mosca.
— Ei? O que eu te fiz?
— Nada, Stiles, nada! — ela fala como se quisesse dizer "Como assim você não sabe?"
— Espera aí! Você está com ciúmes?
— Tchau, Stiles! — ela fala me dando as costas e a certeza que ela está com ciúmes.
Que estranho!

Stydia, o verdadeiro amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora