CAPÍTULO 3️⃣

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Não consigo acreditar que meu melhor amigo se virou CONTRA mim e pegou três pessoas que eu achava que também eram importantes para ele.
— Stiles, não se esqueça, se ele montou tudo isso, quer dizer que não é seu amigo de verdade, não volte a confiar nele tão cedo.
— Megan, acho que o garoto já tinha entendido sem você falar, porque é algo bem óbvio.
— Eu não sou idiota! E tenho consciência do que está acontecendo... Quer dizer, na verdade eu não estou entendendo nada.
— Escolha ou morra tentando — Scott fala com uma voz que eu sabia que não era dele, ele estava possuído, mas por quem?
— Eu... Prefiro morrer tentando. Megan, Carl? Vocês podem me dar uma mãozinha?
— Com prazer... — falam os dois em uníssono.
Com isso, vejo Megan com os olhos completamente roxos novamente e Carl se transforma em um lobisomem e pega uma espada.
Não consigo ver essa cena! Dois desconhecidos contra meu melhor amigo! Mas, acho que eu não tenho escolha.
Corro para trás da luta, onde estão meu pai, Liesel e Lydia. Começo desamarrando meu pai, porque ele era o que estava mais perto de mim.
— Tá tudo bem, vai dar tudo certo, pai. Me ajude a desamarrar as duas.
Meu pai só assentiu com a cabeça, mas quando eu agachei para desamarrar Liesel, levo um pancada na cabeça tão forte que não consigo ficar com os olhos abertos.
A última coisa que eu vejo é meu pai com uma cara de satisfação.

ALGUMAS HORAS DEPOIS...
Acordo com dores fortes em todas as partes possíveis do meu corpo. Ponho a mão na testa e sinto sangue seco.
Onde estou? Em casa.
Desço as escadas correndo e gritando.
— PAI!? PAI, VOCÊ TÁ AÍ?
— Oi, filhão! Graças a Deus, você está bem! — meu pai me dá um abraço e eu me lembro da cara dele, assim que fui atingido, algo estranho está acontecendo.
— O que aconteceu? Onde está Scott? E Megan e Carl? Estão todos bem? E Liesel e Lydia, estão seguras?
— Calma! Está tudo bem. Carl e Megan derrotaram Scott e nos trouxeram para cá.
— O que isso quer dizer? Scott está morto?
— Eu não sei, mas a polícia já está indo até o local.
Suspiro, sem saber o que pensar. Eu sei que não era o Scott, mas era o corpo dele, se ele estiver morto, não sei nem o que fazer. Ele é meu melhor amigo, meu irmão.
Alguns minutos depois, ouço o telefone de meu pai tocando e assim saio dos meus pensamentos para ouvir o que ele diria.
— Alô? — uma pausa — Como assim? — outra pausa, muito longa, algo cheirava muito mal nessa ligação — O corpo não está aí? Scott fugiu?
Sinto um certo alívio e um certo medo.
Meu pai desliga o celular e fala a frase em alto e bom tom, me dando certeza que ele não tinha como estar morto:
— Os policiais não acharam Scott, só uma mancha de sangue, em formas de letras. Estava escrito: "você sabe onde me encontrar".
— Como assim? Foi ele?
— Tudo indica que sim.
Saio correndo para o meu quarto tentando ligar os pontos da situação.
Fico pensando:
Ele não pode estar na Eichen, nem na casa dele porque Megan e Carl devem estar lá. Onde mais?
Paro olhando fixamente para minha janela.
É claro! Ele está na origem de todas as coisas sobrenaturais de Beacon Hills.
Desço as escadas, pego minha chave e saio de casa.
— Tchau, pai, se cuida. Não seja pego de novo.
Começo a dirigir em direção à floresta. O Nemeton me aguarde.
Ao chegar lá, vejo a árvore cortada envolta por uma névoa preta. Fico parado e sem reação por algum tempo. Então decido passar por ela. Assim que chego perto, ela desaparece, e Scott está lá desacordado.
Merda! O que eu faço? E se quando ele acordar ele me matar? Ah! Dane-se!
— Scott? SCOTT? — Começo a gritar desesperadamente e como não tive resposta, dou um soco nele com todas minhas forças.
Ele abre os olhos de repente e respira fundo, como se algo estivesse o enforcando até aquele momento. Os olhos dele estavam roxos e foram ficando normais gradativamente.
— Ai! Precisava disso? E... Espera... onde eu estou?
— Scott, você não lembra de nada?
— Não! Você me trouxe aqui?
— Qual é sua última memória?
— Eu estava no carro. E eu teletransportei para cá. Eu devo ter dormido e você me trouxe aqui, né?
— Não, Scott! Você veio para cá! Você era o inimigo! Você capturou meu pai, Liesel e Lydia! Você me deixou uma mensagem para vir para cá!
— O que? Eu? O inimigo? Pare de brincar! Como foi lá?
— Olhe para você mesmo.
— O que tem eu? — Scott para e olha para a própria roupa e para um arranhado que estava roxo e profundo no barraco dele — O que é isso? Uma pegadinha?
— Pare de atuar! Eu sei que você está fingindo que não lembra! Eu não acredito que você foi capaz!
— Que coisa é essa no meu braço?
— Scott, você só está piorando as coisas. Pare! Confesse e  se explique.
— Cara! É sério! Eu não lembro mesmo!
— Então eu estava certo.
— Sobre?
— Alguém está te possuindo, entrando em você, e você está deixando.
– Como isso é possível?
— Eu não sei.
— Acho que esse machucado não quer curar.
— Não acho que tenha sido um golpe de Megan. Acho que você foi envenenado. Espere um segundo.
Vou até meu carro e busco uma faca de pão.
— Vou te cortar em algum outro lugar.
Corto Scott no pulso do outro braço, e quando a ferida abre, o sangue dele sai roxo.
— Suas veias mudaram de cor.
— Como assim? Por que?
— Você realmente acha que eu sei?
— Está pensado na mesma coisa que eu?
— Deaton?
— Exatamente.
Ajudo Scott a se levantar e sigo para a clínica.
Fico rezando para que Scott não seja possuído no caminho, porque ele é um lobisomem, poderia me matar com um golpe e nem adiantaria correr.
O caminho foi completamente silencioso, tirando as gemidas de dor de Scott.

Stydia, o verdadeiro amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora