E s p e c i a l |1.0

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LEIAM O CAPITULO ANTERIOR!
Inspiração: Let it go - James Bay [Recomendo que leia ouvindo a música]

Flasheblack

Janeiro dia 5 de 1999

Lembranças são apagadas com o tempo, marcas fazem as lembranças voltarem e a vida continua a perder o sentido.

Esperava paciente pelo meu pai na frente da minha escolinha, minha melhor amiga, Emma, me dá um beijo na bochecha e da a mão a sua mãe, e vai embora me deixando sozinha.

Meu pai novamente tinha se esquecido de mim, ontem mesmo ele prometeu que chegaria mais cedo para me levar a sorveteira, eu mentiu. Alguns das meninas da minha sala perguntam o porque eu não ter uma mãe, eu não sei o que responder a elas, apenas corro até o banheiro e choro a aula toda.

O dia já estava dublado, tinha medo que chove-se e e meu pai ainda não ter chegado.

Puxo a minha saia para baixo fazendo ela chegar ao joelho, e brinco com o zíper da minha bolsa rosa, vejo um garoto com o cabelo engraçado e lábios em forma de coração bem vermelho passar na minha frente com um senhor alto, ele me olha e da um sorriso lindo, ele parecia ser alguns anos mais velho, o mesmo caminha até mim coloca suas mão dentro do bolso da sua calça jeans e retira de lá uma bala.

Pego delicadamente na bala e minha outra mão caminha até um furo na sua bochecha, ele sorri ainda mais. Seu pai conversava no celular, praticamente gritando. Depois de fazer carinho na sua bochecha, passo meus dedos no pequeno cacho do seu cabelo.

Ele dá um passo para trás quando percebe o que estou fazendo, seus olhos transitam dor e sofrimento, dou um sorriso a ele, o garoto volta a minha frente pegando na minha mão e coloca ela devagar de volta no seu cabelo, o sorriso no meu rosto aumentava cada vez mais, ele fecha os olhos aproveitando o carinho.

- Vamos embora logo Harry - seu pai chama ele guardando o celular.

O garoto de cabelo engraçado chamado Harry, se inclina perto do meu rosto, deixando eu ver claramente seu olhos grande e verdes, sinto minhas bochechas vermelhas por conta dele estar tão perto, ele inclina sua boca e sinto um beijo suave na minha bochecha agora mais vermelha.

Ele vai com seu pai, dou um curto aceno a ele e o mesmo retribui. Ele vira as costa e vai embora!

Um sorriso alegre não saia dos meus lábios, isso com certeza foi melhor que um sorvete, mesmo eu não sabendo direito o que acabou de acontecer.

Passo meus dedos sobre a minha bochecha mais especificamente no lugar do beijo, como tenho cinco anos, tenho a certeza que ele queria ser meu amigo, eu quero ser amiga dele também!

Abro a bala bem fechada e coloco ela na minha boca o sabor de morando com hortelã fluía na minha boca, vejo um carro preto parar na minha frente, logo sei que é meu pai, ele sai e abre os braços esperando um abraço meu, ignoro ele pego minha bolsa e entro no carro deixando ele abismado pela minha horrível atitude, sei que estou sendo mal educada, mas ele prometeu, e promessa não se quebram.

Ele voltou a entrar no carro e me olha pela retrovisor, encosto minha cabeça na janela enquanto o carro começa a andar.

- Você sabe que eu fiz o possível para conseguir chegar mais cedo, não é? - ele pergunta me chateando ainda mais.

Ignoro ele novamente, eu não quero conversar neste momento, não com ele. O garoto da bala me deu a luz para eu esquecer meu pai, mas aqui eu estou.

- Não aja com uma birrenta Darcy, eu não pude e é isso, outro dia eu te levo - ele continua.

- EU QUERO MINHA MÃE - solto um grito agudo.

Depois de dizer tais palavras o carro para bruscamente fazendo-me bater a testa no banco da frente, meu pai vira para mim, zangado e eu temi do que ele era capaz.

- NUNCA, mas nunca volte a repetir isso - ele aperta o meu braço e eu solto um grito pelo contato - Sua mãe não está aqui, e isso não irá melhorar para nenhum de nós dois, não quero você lamentando por algo sem volta, eu te amo e já basta.

Ele solta meu braço e vejo perfeitamente a marca dos seus dedos nele, pequenos fios de lágrimas escorrem pelo meu rosto, meu pai da um soco no volante e deita sua cabeça nele, ouço soluços da parte do meu pai, e sei que não são a única a chorar.

Me sinto estúpida por ter feito ele sofrer sobre um assunto que também não gosto de falar, mas dói tanto no meu fraco coração, eu só queria saber porque eu não tenho minha mamãe, porque ela morreu?

Prometi a mim que não iria mais tocar nesse assunto com meu pai, e com mais ninguém. Se eu tenho que sofrer que eu sofra sozinha! Tenho muita responsabilidade para minha idade, mas eu já mais quero que uma pessoa sinta a dor que eu estou a sentir, tudo seria diferente se eu tivesse ela, toda a cicatriz vai se curar a medida que eu crescer.

Espero que isso aconteça!

Continua....

Eu amei escrever esse capítulo.
Foi um pouco profundo!

O que acharam?

Bjs em vocês :*

Covly.

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