Sequestrada

Capítulo 8

O filho do tal inimigo foi capturado e levado para lá no mesmo dia. Ouvi gritos, apelos e confissões.

-Hugo, quero ver os meninos.
-Agora não. John vai ficar irritado se eu te levar agora. Ele está ocupado.
-Mas eu vou ver os meninos, não ele.
-Eu sei. Mas o quarto dos meninos está de frente ao que o John está, então vai atrapalhar ele e a culpa vai cair em mim.
-Entendi.

Entrei e fui dormir denovo. Quando acordei, tomei banho, me vesti e fui atentar o Hugo denovo. Mas ele não estava lá. Era outra pessoa.

-Hugo, eu... quem é você?
-Isso não é importante. Vai pra dentro.
-É claro que é importante. Você é o Rod, não é?
-Sou. Agora some para dentro desse quarto.
-Calma, já vou! Grosso!
-Quando se é um guarda no quarto de pessoas sequestradas, é preciso.

Resolvi dormir denovo. No dia seguinte, iria ficar com os meus irmãos.

-Hugo, quero ver os meninos.
-Calma aí, vou ver se você pode.

Ele discou um número, e logo começou a falar com alguém, parecia ser John. Logo ele voltou.

-Agora não. Depois do almoço, talvez.
-AI QUE TÉDIOOOO!!!
-Para de gritar! Quer que o John venha aqui e te deixe inconsciente? Não, né? Então fica quietinha.
-Então me arruma algo pra fazer.
-Daqui a pouco te trago uma distração.

Entrei e tentei fazer algo que me distaísse. Resolvi tomar um longo banho, e fiz. Estava muito bom até alguém bater na porta.

-Vamos, garota! Já está aí a meia hora!
-Tá, já vou.

Me sequei e me vesti. Quando saí do banheiro, dei de cara com John. Ele parecia irritado.

-Vou perguntar só uma vez e quero uma resposta rápida: você saiu desse quarto?
-Só fui até a porta... por quê?
-Nada. Não saia mais daqui. Entendeu?
-Entendi.-quando ele saiu, desabei na minha cama.

Depois de um belo cochilo, comi e fui até a porta.

-Hugo, e minhas distrações?
-Não achei nada.
-Poxa...
-Alana, é a casa de seqüestradores, não um hotel cinco estrelas.
-Mas eles devem ter alguma coisa pra se distrair, não pode ser que eles ficam olhando para o teto o dia todo!
-Para o teto não. Para uma TV de plasma de 82 polegadas vendo jogos e lutas com petiscos de dar inveja em qualquer metido a rico por aí.
-Aqui é muito chato. Eu só durmo, como e tomo banho... tá repetitivo. Quero alguma coisa pra fazer.
-Tenta meditar. É um bom passatempo.
-Me arruma um livro, um caderno, qualquer coisa!
-Vou ver se acho algum livro por aqui.

(...)

Um mês dentro daquele buraco, e até agora não arrumei o que fazer. Continuava comendo, dormindo e tomando banho. Nem os meninos eu via mais.

-Vem comigo. Vão pagar o resgate de vocês.-nesse momento, eu queria gritar de alegria. Mas me conti, e só segui John para o jatinho. Lá encontrei os meninos.

-Meninos!-abracei eles, e quase os matei sufocados.
-Alana, acho que quem vai nos matar é você...
-Por quê, Mathew?
-Porque você aperta tanto que me deixa sufocado.

Rimos e nos sentamos. Paramos no galpão e entramos em uma van.

-Hugo, alguém está nos seguindo?
-Não, Dan. Fica tranqüilo. Ninguém nos seguindo.
-Estou com uma impressão estranha.