Sequestrada

Capítulo 2

-Se fosse nada, você não estaria chorando.
-Você me tira da minha f...
-Fala baixo!
-... me tira da minha família, me obriga a embarcar em um avião e ainda pergunta? É muito cínico mesmo.
-Não seja dramática, Alana. Logo, você vai me agradecer.
-Quando você estiver bem longe de mim.-ele me olhou. Aquele olhar maligno me fez calar.-Quantos anos você tem?
-19. Por quê?
-Você acha mesmo que vai se passar por meu responsável?
-Sim. Para uma menina de 16 anos, você é muito controlável.
-Vou me livrar de você. Mesmo que seja a última coisa que eu faça na minha vida.
-Sonhar não mata.

Fiquei olhando a paisagem. Decolamos em uma cidade muito estranha.

-Senhor, sua filha? -perguntou uma moça.
-Não, minha irmã.
-Ah, sim. Aqui está.-ela entregou um envelope.
-John, o que é isso?
-Nada, Alana. Vem.

Fomos até um carro na porta do aeroporto. Fomos para uma avenida, e depois de muito tempo, ele fez o carro se infiltrar em uma entrada de terra. Mais um bom tempo na estrada. Chegamos a uma fazenda bem grande. Descemos e fomos para dentro da casa.

-Hugo, Zack, essa é Alana. O garoto já está lá?
-Não só ele. O irmão também.-Hugo disse.
-Ótimo. Vai, Alana. Aqui funciona como no lugar antigo.
-Não encoste em mim.
-Olha a boca, mocinha.
-Você não tem o direito de dizer o que eu devo e o que eu não devo fazer ou dizer.-retruquei. Senti meu rosto arder.
-Ainda não aprendeu que quem manda sou eu? Acho que um castigo vai melhorar isso.

Ele me empurrou para o segundo andar. Me jogou em um quarto com mais dois meninos com faixas nos olhos e boca.

-Você vai se juntar a eles. Quem sabe aprende a obedecer.

John colocou as mesmas faixas em mim, e me amarrou em uma cadeira. Depois, saiu. Algum tempo se passou, e Zack tirou nossas faixas e desamarrou nossas mãos.

-Vocês só vão comer. E rápido. Depois, vou amarrar vocês denovo. Não vão querer ver o John irritado, vão?-todos balançamos a cabeça, negando.-Imaginei que não. Comam.

Comemos aquela comida. Depois, fomos amarrados e vendados denovo. Vários dias se passaram assim, até John aparecer e tirar nossas vendas.

-Papai quer os filhinhos dele.
-Como assim?
-Seu pai, garota burra.
-Eu não sou tuas nega pra você falar assim comigo! E eu não tenho irmãos.
-Tem sim. Eles são um exemplo.-nos olhamos.-E tenha mais respeito.
-Não.
-Você desafia demais.-ele tirou um canivete do bolso.-Deveria parar com isso.-ele.cortou minha perna direita, causando uma dor imensa. Gritei muito alto.-Calada.

Ele saiu e trouxe um tripé. Colocou o celular nele e ligou a câmera.

-São eles que você quer. Mas quem decide se eles vão sou eu.
-Me solta...
-Já mandei você ficar calada!-ganhei um tapa na perna direita, em cima do cortado. Isso me fez gritar.-Shhh... eu avisei.

Ele foi para trás do menino do meio.

-Mathew, certo?
-É...
-E você, é Mathias, certo?
-Certo...
-O trio que vai me levar ao sucesso... Alana, Mathew e Mathias.
-Você acha que vai mesmo conseguir isso?-Mathew desafiou. Chegou bem perto dele.