PROLOGUE

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Havia uma tempestade lá fora, raios caiam a cada segundo e trovões quebravam o silencio do velho galpão onde eu estava. Era o cenário perfeito para os atos que eu iria cometer a seguir.

Vou até Bridgit para me certificar se ela ainda esta viva. Chego perto de seu rosto e noto sua respiração fraca. Ainda bem. Acabei batendo forte demais em sua cabeça para deixa-la desacordada e não queria que ela morresse de forma tão simples. Queria fazer Bridgit sofrer antes. Queria que ela suplicasse para que eu a matasse, para acabar logo com sua dor.

Antes que pensem que sou um monstro, um psicopata que acha que a vida alheia não tem valor, não é bem assim. Pelo menos não tanto assim. Conheci Bridgit ainda no colegial, nos apaixonamos e desde então estamos juntos. Mas não só no sentido amoroso. Bridgit e eu somos sócios. Formamos um dos maiores esquemas de tráfico de drogas da nossa cidade. E vivíamos bem até agora.

Há algumas semanas comecei a duvidar da fidelidade e lealdade de Bridgit a mim. Coloquei meus capangas para vigiarem cada passo seu, até que veio a confirmação das minhas suspeitas: Bridgit estava me traindo. Me traindo no amor e nos negócios.

Não vou dizer que nunca matei, mas não era algo que eu apreciava . Matava porque tinha que matar. Matava por fazer parte dos negócios. Porém Bridgit conseguiu trazer a tona o pior de mim. Veja bem, eu a amava. Mas não sou nenhum otário. Não iria deixar isso barato. Estava com sangue nos olhos e Bridgit iria se arrepender de ter mexido com Harold Swayer.

Olho para Brigdit e ela se mexe, estava acordando. Sorrio, finalmente a diversão irá começar...

- Finalmente acordou , amor. - digo quando ela abre os olhos. Bridgit olha confusa para as mãos amarradas em cada braço da cadeira.

-Harold? O que tá acontecendo? - ela me encara - Por que estou amarrada?

- Queria fazer uma brincadeira... Sei bem como você adora jogos - digo passando levemente os dedos pelo colo dos seios de Bridgit até sua nuca, por fim agarro seus cabelos com força e puxo. Bridgit soltou um gemido. Faço menção de que vou beija-la, mas paro antes que possa encostar meus lábios aos dela.

- Não me torture, Harold... - Bridgit diz manhosa, com olhos fechados. Ah, se ela soubesse o quanto seria tortura esta noite, ri com meu pensamento.

- Sabe, Bridgit... Não sei se devo encostar em você hoje... - digo soltando seus cabelos.

- Claro que deve, Harold! - Bridgit diz com uma voz sensual que até há algum tempo atrás seria capaz de me deixar duro na hora, mas que agora só me deixava nauseado. Voz de vadia desesperada.

- Você sabe como sou egoísta, não sabe? Odeio ter que dividir as coisas... E quando algo que é meu cai nas mãos de outra pessoa, perde todo a valor para mim. - digo duramente, olho para Brigdit e vejo que ela está entendendo o que estou dizendo.

- Não sei o que isso tem a ver com o momento, amor. - ela diz dando uma risada nervosa.

- Algo que era meu caiu nas mãos de outra pessoa recentemente, Bridgit...

- O que você está querendo dizer? - Bridgit me olha apreensiva.

- O que estou querendo dizer, Bridgit... é que você é uma vagabunda que anda abrindo as pernas e passando informações dos meus negócios para o inimigo. - digo e dou um tapa em sua cara. Bridgit me olha assustada.

- Harold! Isso não é verdade! Quem foi que inventou isso? Amor, você sabe que eu nunca faria isso com...

-Não precisa mentir, Bridgit! Eu tenho provas! - digo furioso. Bridgit me olha seria por um instante e depois um sorriso sarcástico começa aparecer em seu rosto.

- Quer mesmo saber a verdade, Harold? - ela diz soltando uma risada nasalada - A verdade é que eu nunca te amei! Só te usei esse tempo todo para conseguir dinheiro e poder... Só era questão de tempo para eu te deixar!

- CALA A BOCA, SUA VADIA! - dou outro tapa na cara de Bridgit, dessa vez mais forte, abrindo um pequeno corte no canto de sua boca. Bridgit grita e se encolhe com a dor. Mal sabia ela que a dor estava apenas começando...

Pego a faca que estava na mesa e vou até Bridgit que já me olhava com pavor. Sorrio enquanto passo a faca pelos seus braços.

- Por favor, Harold! Não faz isso! - diz, já chorando.

- Não sofra antes do tempo, Bri! Ainda nem comecei... - faço um corte superficial no antebraço de Bridgit. Ela grita e tenta se soltar da cadeira. - Bridgit, quanto mais você se mexer, mais vai doer. - digo aprofundando o corte. Desço para suas pernas e faço um corte em toda a extensão de sua coxa. Bridgit urrava de dor, fazendo com que eu ficasse ainda mais motivado. Começo a passar a ponta da faca levemente pelos lábios de Bridgit.

- Você sempre adorou pintar os lábios de vermelho sangue, não é? Agora não poderia ser diferente... - faço um corte em seu lábio inferior. Bridgit começou a balbuciar algo, mas não dava para entender muito bem. - o que foi, Bri? Quer que eu pare? - ela assente. - Ah, mas estamos nos divertindo tanto... - faço um corte profundo em sua barriga. Bridgit já respirava com dificuldade.

- Por favor... - ela diz num sussurro. Olho para ela, a visão é pavorosa, tenho que admitir. Bridgit estava perdendo muito sangue.

- Tudo bem... Até que você teve sorte, Bri. Planejara coisas piores, mas vou ser bonzinho com você. - digo e cravo a faca em sua barriga - Te encontro no inferno, Bridgit.

Saio do galpão e vou em direção a Jason, um dos meus capangas mais confiáveis.

- Espere ela morrer e depois livre-se do corpo. - digo para ele

- Sim, senhor.

Entro no meu carro e dou partida. Pelo retrovisor, vejo o galpão se distanciando. Uma lagrima escorre pelo meu rosto. Eu disse que não era um monstro. Estava há 10 anos com Bridgit, e uma pequena parte de mim se sentia mal por isso. Mas eu fiz o que devia fazer. Não podia deixar o arrependimento me tomar.








You Know I'm No GoodOnde histórias criam vida. Descubra agora