CHAPTER 2

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Charlotte POV

Me encontrava sentada no banco de trás de um taxi pensando em como minha vida havia mudado em tão pouco tempo. Com o falecimento de minha mãe tive que entrar em contato com minha única parente viva. Bridgit e eu erámos primas em segundo grau, e não tínhamos muito contato. A ultima vez que a vira fora no verão antes da morte de seus pais, desde então nos falávamos bem raramente por meio de redes sociais. Mas mesmo com nossa falta de intimidade, Bridgit foi bastante solidária quando soube da morte de minha mãe e me convidou para morar com ela. De inicio recusei, mas quando me dei conta de que eu, uma garota que havia acabado de completar 20 anos, estava sozinha no interior da Inglaterra resolvi aceitar a proposta.

Vendi a casa e o carro que herdei da minha mãe para que eu não viesse para Londres de mãos abanando. Durante esse período mantive contato com Bridgit mas a cerca de uma semana ela não respondia mais minhas mensagens, nem ligações. Quando chegou o dia da minha viagem mandei outra mensagem, mas novamente não obtive resposta. Já estava começando a estranhar, mas não podia deixar de ir. Até porque já não tinha mais para onde voltar.

- Senhorita? – escuto o motorista me chamar. – Já chegamos.

Pago a corrida e desço do taxi. Olho para frente e avisto uma grande casa de dois andares. Puxo minha mala até a porta e toco a campainha. Se passam alguns minutos e ninguém atende. Toco novamente, se passam mais alguns minutos e nada. Quando estou prestes a desistir a porta é aberta com força. Um homem alto, de cabelos ondulados ate os ombros e olhos verdes me encara com uma expressão irritada.

- O que foi? – ele diz de forma grosseira. Deve ser o namorada da Bridgit...

- Olá, você deve ser Harold... sou prima da Bridgit, ela me passou esse endereço... Ela está?

- O que você quer com a Bridgit? – ele pergunta ainda mais rude.

- Assunto particular. – rebato. Por que esse cara queria saber? Custava chamar logo a Bridgit?

- Bom, tanto faz, Bridgit não vive mais aqui mesmo. Passar bem! – ele diz fechando a porta na minha cara.

Encaro a porta boquiaberta. Como assim Bridgit não vive mais aqui?

HAROLD POV

Isso não podia estar acontecendo, porra! Bridgit nunca havia me dito que tinha uma prima! Quantos Charmont ainda restavam?

A campainha toca de novo. Bufo e abro a porta.

- Já disse que Bridgit não vive mais aqui! – digo com a voz elevada.

- Você poderia pelo menos me passar o novo endereço dela? – a menina pergunta áspera. Rua A Sete Palmos do Chão, nº 666, penso.

- Não faço a mínima ideia. – digo já fechando a porta.

- Espera! – a menina grita e segura a porta. – Por favor! Não tenho pra onde ir, e Bridgit não atende minhas ligações... – ela diz com uma expressão triste. Por algum motivo sinto pena da garota.

- Entra. – digo depois de hesitar por uns segundos.

A menina passa por mim deixando sua mala no canto da sala. Ela olha ao redor da sala curiosa. Pigarreio e ela olha para mim.

- Ah... Desculpe... Nem me apresentei. Me chamo Charlotte. – ela diz e estende a mão.

- Harold Swayer. – digo sem emoção ignorando sua mão estendida. Vou até ao bar no canto da sala e encho um copo com whisky. – Aceita?

- Não, obrigada.

- Então... Já posso saber o que você quer com Bridgit? – digo dando uma golada em meu whisky. Charlotte me olha desconfiada, mas começa a falar.

- Minha mãe faleceu recentemente. Bridgit foi a única pessoa que restou da minha família. Ela me chamou para morar com ela...

- Aquela piranha te chamou para morar com ela? – pergunto espantado.

- Sim! Qual problema? - ela pergunta irritada

- Querida, esta é minha casa... Bridgit morava as minhas custas. Eu pagava todos os luxos e caprichos daquela vadia. Ela não podia ter te chamado para morar aqui sem me comunicar antes. Mas também essa não seria a primeira vez que ela faz coisas pela minhas costas... – essa ultima parte digo mais para mim do que para Charlotte.

- Como assim?

- Quer saber mesmo onde sua prima está? – digo com um sorriso irônico. Charlotte assente. – Sua prima fugiu. Com um amante. E sequer se deu ao trabalho de te avisar pelo visto... Sabe por que? Ela simplesmente não se importa com os sentimentos de ninguém a não ser os seus próprios. Falando nisso, sinto muito pela sua perda. Deve ser uma droga ser a única que resta da família...




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