CHAPTER 4

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Charlotte POV

- E para onde vou?

- Pra minha casa.

Penso em responder, dizer que não iria para a casa de ninguém; mas por algum motivo não faço. Tudo o que consigo fazer é virar para frente e me acomodar no banco de couro do carro de Harold. Talvez seja o cansaço. Hoje foi um dia bem louco e exaustivo. E pensando bem, não deve ser tão má ideia ir para a casa de Harold. Ele até tem sido legal, apesar de ser estupido na maioria das vezes. Talvez ele ainda esteja chateado pela Bridgit ter o deixado e está descontando em mim já que sou sua prima. Vai saber...

- Tenho um quarto de hospedes lá em cima. – ele diz quando entramos na sua casa. Pelo tamanho da casa deve ter bem mais de um.

Subimos as escadas e o longo corredor era cheio de portas. Harold me leva até a ultima e abre.

- Você fica aqui. Meu quarto é o da frente, se precisar de alguma coisa. – ele diz e sai me deixando sozinha. Olho ao redor e o quarto era enorme porém pouco mobiliado. Só tinha uma cama no centro, um criado mudo e uma mesinha em frente a janela. Abro a porta no canto e era um pequeno closet vazio. Passo os olhos pelo quarto mais uma vez para ver se achava outra porta mas não encontro. Sem banheiro. Não que eu fizesse questão de um banheiro no quarto mas como eu estava na casa de um homem que acabara de conhecer, seria bom ter essa privacidade.

Abro a mala e pego meu pijama. Lembro que não tenho uma toalha e vou até o quarto da frente; bato na porta de leve. Alguns instantes depois Harold aparece. Ele estava apenas com uma calça de moletom cinza e como ele é alto a primeira coisa que meus olhos encontram é seu tronco descoberto. Harold era coberto de tatuagens, estava quase as tocando quando ouço sua voz me despertar.

- Charlotte? – ele me chama calmamente, pela primeira vez no dia.

- Eu... preciso de uma toalha. – digo evitando contato visual com ele.

Harold entra no closet e eu aproveito para dar uma espiada em seu quarto. Era ainda maior que o meu. E extremamente organizado. Sua cama king size ocupava a maior parte do ambiente; fico imaginando o quão confortável seria... Quando Harold volta segurando uma toalha não consigo evitar de olhar para seu corpo novamente. Bridgit é louca ou o que? Olha pra esse cara... me repreendo por pensar isso e coro na frente de Harold novamente. Sem dizer nada ele me entrega a toalha. Murmuro um obrigada e saio em direção ao banheiro.

Não demoro muito no banho, pego a toalha para me enxugar e olho ao redor procurando meu pijama. Mas ele não está em canto nenhum. Praguejo por ter o esquecido no quarto e me enrolo na toalha. Saio do banheiro e corro para o quarto mas antes que eu consiga chegar nele dou de cara com Harold.

Dessa vez é Harold que me analisa. Aperto mais a toalha ao corpo dando graças a deus por ela ser daquelas bem grandes.

- Acabei esquecendo de perguntar se você estava com fome. – ele diz, finalmente desviando o olhar do meu corpo.

- Não estou, não se preocupe.

- A cozinha é lá embaixo. Se sentir fome depois pode pegar o que quiser.

- Ok. – digo e Harold vai para o andar debaixo.

Incrivelmente, todo o sono que sentia antes desapareceu no minuto em que deitei. Já eram quase três horas da manhã e não conseguia pregar os olhos. Lembrei do que Harold havia dito e levantei com o intuito de ir a cozinha preparar algo para comer. Quando passo pelo quarto de Harold escuto ele falando com alguém, e parecia irritado. Minha curiosidade é maior que minha fome, e encosto na porta para escutar.

- Eu sei que é perigoso, Bryan! Mas o que você queria que eu fizesse? Deixasse a garota na rua? – ele diz e fica em silencio depois, deve estar falando ao telefone. – De certa forma é minha culpa ela estar sozinha aqui... Bryan, deixa que da Charlotte cuido eu. – ele estava falando de mim? E por que era culpa dele se eu estava sozinha? Minha cabeça começa a ficar a mil...

De repente sinto a porta abrir e o máximo que consigo fazer é dar dois passos para tras. Harold me encara assustado, mas logo sua expressão muda para irritada

- Te ligo depois – e desliga o celular – O que você ta fazendo aqui? – ele grita.

- Estava indo comer alguma coisa. – respondo sem graça.

- Parada na minha porta?

- Eu... não estava... – antes mesmo de eu terminar de falar ele fecha a porta. Fico a encarando por uns minutos e depois volto para meu quarto. Minha fome sumiu. Agora só conseguia pensar no que Harold havia dito: "De certa forma é minha culpa ela estar sozinha aqui".



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