CHAPTER 5

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Acordo com a claridade que entra pela janela batendo no meu rosto. Olho ao redor confusa, mas acabo lembrando o porque de eu estar naquele quarto. Faço um pequeno resumo do dia anterior mentalmente; ter vindo para Londres, Bridgit ter se mandado sem dizer para onde, o quase assalto, a casa de Harold, o Harold... O dia anterior havia sido muito estranho. E agora que a poeira abaixou consigo pensar racionalmente, e chego a conclusão de que continuar na casa de Harold está completamente fora de cogitação.

Levanto, tiro o pijama e coloco uma calça jeans e uma blusa qualquer. Saio do quarto e desço em direção a cozinha. Harold está sentado ao balcão de mármore de costas para a porta lendo um jornal e tomando uma xicara de café. Não posso deixar de reparar nas suas costas descobertas e no elástico da sua cueca para fora da calça de moletom cinza. Balanço a cabeça algumas vezes tentando me concentrar.

- Bom dia. – digo contornando o balcão e parando na frente de Harold.

- Bom dia. – ele responde sem tirar os olhos do jornal. Tão simpático...

- Harold? – digo e ele só murmura ainda sem tirar os olhos do jornal – Bom, eu gostaria de agradecer pela ajuda de ontem...

- De nada. - ele diz indiferente

- Então é isso... vou buscar minhas coisas.

De repente sou surpreendida com seus olhos verdes e indecifráveis em mim.

- Você vai buscar suas coisas pra que? – ele diz lentamente.

- Eu vou embora.

- Não, você não vai. - ele diz como se fosse meu pai.

- Sim, eu vou. – digo dando uma risadinha nervosa. O que ele iria fazer? Me trancar aqui? – Bom, obrigada novamente.

- Por que você quer ir?

- Por que eu não posso ficar aqui. – respondo de forma obvia. – Não me leve a mal, mas eu sequer te conheço direito. – Harold revira os olhos com minha resposta.

- Me chamo Harold Swayer, tenho 25 anos, signo de aquário. Sou dono de uma boate, a Galaksi, onde estivemos ontem. Sou ex namorado da sua prima, ficamos quase 10 anos juntos então ela jogou tudo fora. Atualmente estou tentando ser uma boa pessoa e dando um teto a uma desabrigada que aparentemente não está sabendo aproveitar as oportunidades que a vida está lhe dando. – ele diz com um sorriso sarcástico – Pronto. Agora me conhece. Mas... – sua expressão fica séria. – eu que não conhece você. Quem me garante que você é mesmo prima de Bridgit? – ele diz estreitando os olhos. Abro a boca, e me sinto ofendida.

- Você está dizendo que estou mentindo sobre minha identidade? – pergunto boquiaberta.

- Apenas estou dizendo que não conheço você. Bridgit sempre me disse que sua família inteira estava morta. – fico ainda mais chateada, mas com Bridgit. Ela sabia sobre minha mãe e eu. Nos falávamos raramente mas ainda assim tínhamos contato.

- Não sei porque ela nunca contou nada sobre mim... – digo baixo - mas tudo bem, é mais um motivo para eu ir. – vou em direção a porta da cozinha mas Harold se poe na minha frente.

- Apesar de eu realmente não te conhecer, alguma coisa me diz que posso confiar em você. – ele diz com um meio sorriso. Ele ficava bonito quando sorria assim, pena que estava sempre sério.

- Obrigada, mas eu já disse que não posso ficar aqui.

- Charlotte, você está começando a me irritar. – ele se exalta. – Já disse que você vai ficar. Então não discute. Agora suba e troque de roupa. Tenho que sair para resolver umas coisas, e você vai comigo.

You Know I'm No GoodOnde histórias criam vida. Descubra agora