Impotência

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Nunca gostei de acordar cedo, mas como hoje é aniversário da minha mãe, preciso me encontrar com meus familiares para preparar a festa surpresa, na verdade, nem é bem uma festa surpresa porque acho que minha mãe já sabe o que preparamos. Fico com a responsabilidade de distrair a minha mãe enquanto eles arrumam tudo, ligo pra ela e marcamos de ir no salão de beleza.
Chegamos no salão as nove e meia, meu celular começa a vibrar na minha bolsa, como parece que tem o mundo lá dentro, demoro a achá-lo.
-Bom dia Beatriz, você tem uma reunião com um cliente as 16:30.
-Com quem seria?
-Vitor Hugo da Silva, o acusado de incendiar a casa com os pais dentro.
-Vitor Hugo? Por acaso seria um dentista? - pergunto intrigada.
-Sim, ele é.
-Tudo bem, obrigada Jeniffer. - desligo o telefone e respiro fundo.

Conheço Vitor Hugo, aliás, já estive algumas vezes na cama com ele, mas por ele ser um porco imundo, não continuei mantendo contato.
Espero que o nosso encontro seja apenas profissional.
Minha mãe é o tipo de pessoa que fica meia hora no mesmo ambiente que alguém e já vira melhor amiga de infância.
-Beatriz, venha aqui pra eu te apresentar a Dona Camila.
Estendo a mão e cumprimento uma senhora que aparentava ter uns 50 anos, minha mãe é muito sociável, se enturma em qualquer ambiente. Ficamos no salão até as 10:30, em seguida fomos ao shopping comer alguma coisa.

-Não entendo como você não tem um namorado. - ela questiona
-Mãe, eu já te disse que sou muito ocupada, não tenho tempo para namoro.
-Isso é conversa fiada, vou te apresentar o Carlinhos.
-Você devia parar de me jogar em cima dos filhos das suas amigos. - digo e reviro os olhos.
-Não é mania. Seus irmãos estão todos noivos ou casados, só você que tá solteira.
-Ah mãe, menos.
-Tudo bem.
Minha mãe acha que eu morrerei com sete gatos, dentro de uma casa, sozinha. Se bem que não seria uma má ideia.

Vamos para casa e:
-Surpresaaaa! - meus parentes gritam.
Minha mãe não sabe fingir muito bem, dar um sorriso amarelo como se realmente estivesse surpresa, mãe parece ter sexto sentido. Estavam todos reunidos, meus tios, irmãos e até aqueles parentes distantes que só aparecem para "filar bóia". Depois da troca de presentes e muita comilança, me despeço de meus parentes e vou para casa. A única coisa que quero fazer hoje é relaxar.

Coloco minhas músicas preferidas do Ed Sheraan no volume máximo e depois de poucos minutos a minha campainha toca, imagino que seja um dos meus vizinhos reclamando do volume alto.
-Bea! - Vejo Marcos com uma roupa casual.
-O que você quer Marcos?
-Ainda precisamos conversar.
-Conversar sobre o que? Já conversamos o que tinha que ser conversado.
-E o que conversamos? Que eu fui o seu brinquedinho sexual?
-Eu nunca te disse que sim.
-Mas também nunca disse que não.
-Você tá parecendo um adolescente. O que você quer de mim? Casar e ter filhos?
-Quer saber? A única coisa que eu quero hoje é a mesma que você ofereceu das outras vezes.
-Não tô a fim.
Ele se aproxima de mim e eu sinto o cheiro bom do seu hálito. E ele sussurra:
-Tem certeza?
-Tenho, agora dá licença da minha porta.
-Você já me tratou melhor.
-Se você merecesse eu te trataria melhor.
-Agora isso virou questão de merecimento?
-Talvez, já chega Marcos, me dá licença.
Quando tento fechar a porta, ele coloca o pé, me impedindo de bater a porta na sua cara.
-Essa sua marra sempre me deu um tesão a mais. - Ele diz fazendo cara de safado.
Ele empurra a porta, se aproxima de mim e me diz baixinho:
-Mente pra mim dizendo que não tá com vontade de se entregar mais uma vez.

Querendo ou não, Marcos era bem atraente e o seu porte físico era do tipo que agradava. Puxo ele pela sua camisa e o beijo. Diferente de todas as outras bocas que eu beijei até hoje, Marcos parecia ter algo a mais, era além de malícia, tesão, atração, ele me beijava com paixão, com delicadeza. Tranco a porta e ele me prensa contra a parede, com vontade ele coloca a mão no meio das minhas pernas. Puxo o cabelo dele enquanto ele fica me provocando, alisando minhas áreas sensíveis.

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