Sangue na mesa

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Eu não sei o que quero dizer
Quando sei que você não quer me ouvir.
Talvez uma bola imensa de ódio
Esteja prestes a ser expelida.
As mesmas mãos que desejavam encontrar sua pele.
Agora buscam um fim.
Buscam te desfiar inteiro.
Procuram os dígitos no telefone que trará você.
Talvez para um último encontro.
Te espero numa noite de sexta feira
Para um jantar a luz de velas
faço questão de que tudo esteja perfeito.
Numa noite em que camélias brancas se tornaram vermelhas.
Creio que serei pela primeira vez notada
Entendida e por fim livre.
É que eu tenho raiva.
Há mais sangue nos olhos que amor nos pratos
É que a faca estava perto demais.
Confesso que sua pele, olhos e olhares sob a luz de tantas velas
Renderia uma boa fotografia.
Não tenho um encontro, nem velas, nem camélias.
Mas tenho raiva
É essa raiva que me rende
Alguma poesia.

Prostituta das palavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora