PURA LIGAÇÃO

"na escola..."

Hoje, sexta-feira... encontro os meus colegas encostados na parede que a malta sempre fica no principio e no final das aulas, nós eramos destacados por vários motivos como, a namorada do Carlos é a mais bonita da universidade, a Cassandra é cantora, o Ricas é filho de um ministro e é ciclista, Alberto é o "cromo" e que mais tem habilidade em todos os desportos que envolvam bolas, o Dudú é um dos galãs da universidade, a Duda, irmã gémea do Dudu, é a umas das mais gostosas da universidade por possuir um físico muito bonito e eu ? Eu sou simplesmente um rapaz que joga videojogos, passa a vida nas redes sociais e que é amigo de "todo mundo".

Enfim, somos seis amigos, as nossas idades são as mesmas (18 anos) e todos nós entramos na faculdade ao mesmo tempo. Nas calmas vamos para as nossas turmas, a Duda e o Cassandra são da minha turma, ao longo da caminhada conversavamos sobre os um grupo de jovens que juntaram-se para cantar e a Duda disse:

- Ontem vi um grupo de 6, 3 meninas e 3 rapazes, eles dançam que é uma coisa louca

(Cassandra) - deixa disso Duda, esses são uns assustados que querem aparecer a todo custo

(Duda) - quanto a isso, eu não sei, mas admito que eles são mesmo bons

(Eu) - nunca os vi, depois me mostra ya ?

(Duda) - ya vou te mostrar.

Assim que chegamos à sala, encontramos alguns colegas a conversarem e algumas meninas a fazerem selfies , de seguida o professor entra e sauda os alunos:

- Good Afternoon, my kandengues!

E em coro nós respondemos

- Good Afternoon, Father Mortala

Sim, este é o professor Mortala, o professor de Inglês, ele tem apenas 26 anos e nos trata como se fôssemos putos do infantário, mas isso é tudo na brincadeira. Ele inicia a aula perguntando sobre a nossa vida, como a noite correu e tudo mais, mas tudo em inglês.

Logo após, pergunta sobre a matéria da aula passada e a maioria respondeu, mas só que, o telefone da
Cassandra pisca e chama atenção do professor, ele olha para a "Cassie" e pergunta:

- De cantora para fotógrafa ?

Ela responde dizendo:

- Não professor, mandaram-me mensagem enquanto eu ia meter no bolso

- Dê-me cá esta brincadeira, não há tempo para isso, no fim da aula entrego-te.

Ele recebe o telefone porque ele simplesmente ODEIA quando os alunos deiam um 'simples' toque, seja no botão ou no ecrã, retornou a aula.

(23 minutos depois ...)

Ele continua explicando e na minha mente surge de novo aquele rosto incrível na minha mente, fiquei assim, a olhar para o quadro atentamente, parecendo que estava a prestar atenção no que o professor dizia, na minha cabeça só estava aquele rosto, cabelo, lábios, enfim ... estava a pensar na Viviane, até que ... vejo o meu celular a vibrar por cima da mesa, aquilo desperta a minha atenção e o professor pergunta:

- Alguma coisa, sobrinho ?

Respondi:

- Não, meu Cota.

Ele prossegue e em mim desperta uma curiosidade, eu com a maior calma e silêncio do mundo, dou um toque no botão e vejo uma notificação dizendo:

"Viviane Cardoso seguiu de volta"

E os meus olhos brilharam, eu pensando nela e ela aparece, woooow ! E eu atento no telefone e nos meus pensamentos, o professor e diz: "Sobrinho, traz-me cá esse teu boneco e só te entrego amanhã" e eu em estado de choque digo: "Não faz isso, Meu Deus" e ele diz:

- Tu já não és nenhuma criança, "Árabo" se te comportas como tal, te tratarei como tal

- Desculpa professor, foi inevitável

- sabes que estás na faculdade, deixa disso e traz

E eu levanto, sem saber o que fazer e a me perguntar o que fazer para ter o telemóvel de volta, agora como vou entrar em contacto com ela ?

Assim que eu entrego o telemóvel ele diz-me: "Obrigado, meu sobrinho lindo". Volto para a minha cadeira e a pensar inúmeras coisas, inclusive na Viviane e assim, pausei.

"Podem sair, kandengues da banda" assim disse o professor para nós.

E eu fiquei melhor passado alguns minutos, quando eu apanhei aquela brisa maravilhosa que circulava no corredor, o vento bate sobre o meu rosto e fui para o restaurante.

Passado 15 minutos, assisti as aulas de Francês com o professor "Boy" que teve a duração de uns 45 minutos em dois tempos cada.

Passado mais alguns 10 minutos, começa a aula de desenho realista, o docente é um professor brasileiro que é muito bom nisso ! A aula consiste em desenhar tudo que nos apetece, desde coisas, animais, edifícios e claro, pessoas, desde que estejam dentro dos parâmetros de desenho. Ele entra dizendo:

- desculpa o atraso, meu queridos alunos, hoje a aula vai ser somente prática, desenhem qualquer coisa, não importa qual seja

E a Cassandra pergunta:

- Posso te desenhar, professor ?

- Ahahaha, podes sim Cassandra, fica a vontade.

O professor rodeia a sala e quando chega ao meu lado nota que estou fazendo um rosto e pergunta-me:

- O que e estás a fazer, amigo ?

- Estou só a usar a minha imaginação, desenhando o rosto de uma menina,mas eu nunca vi ela antes

- Não conhece e desenha assim, com tanta naturalidade ? Bem, eu sei que isso é possível né, mas continue e no fim me mostra

- Ta bem Stor* Nelson

"E agora, caros leitores, eu pergunto-vos, sabem quem eu estou a retratar ? É tão lógico né ? Mas eu não vou falar ao professor para não dar bandeira ..."

(Voltando para sala)

Já no final, eu mordo o lápis e dou um sorriso enquanto reparo o desenho e o professor diz: "fim de aula" .

Eu vou ter rápido com o professor e pergunto "o que o professor acha ?"

O professor responde "Essa jovem é linda, de onde você tirou essa imaginação ? Ela parece uma boneca e muito real."

E eu digo "é professor, é mesmo muito linda, agora tenho de ir professor, até amanhã".

Enquanto saía da sala de desenho da escola para o pátio da universidade, eu me lembrei que estava sem telefone e exclamei "Foda-se!". Chego ao portão da universiade e procurava algum meu amigo para ver se consigo mandar uma mensagem ao meu motorista e ... me deparo com o motorista a estacionar o carro e vou lá ter.

- Como sabes que eu já estava aqui, Cota Cali ?

- Você é muito enjoado, mais novo, falei com o teu professor e ele disse que te recebeu o telefone, sobe e vamos

- A culpa não foi minha, Cota Cali.

Subi no carro e expliquei exactamente o que tinha acontecido, ficámos preso num pequeno engarrafamento e depois de uns 40 minutos chegamos à casa.